52º

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Boa leitura!

Manhã produtiva.

28 de Setembro de 2013, Portland

O meu peito aperta quando olho o relógio mais uma vez; já passara mais de dez minutos para o início de mais uma aula, mas ao que parece o nosso professor de literatura inglesa decidiu faltar sem avisar. Digamos, ele avisou-me, mas eu simplesmente não posso assumi-lo para os meus restantes colegas, seria duvidoso demais.

E muito esperançosamente, eu esperava que ele viesse mesmo que o moreno já me tivesse informado que provavelmente iria faltar á nossa aula de quinta-feira por ter de ir a Seattle tratar de uns assuntos relativos á RH. Eu queria que ele tivesse vindo, queria vê-lo mais uma vez, mesmo que não lhe pudesse tocar ou beijar. Mas ele não veio.

A verdade é que ultimamente, desde da noite do jantar de negócios de Harry, temos andado ligeiramente distantes; eu penso que a nossa conversa no seu automóvel veio criar atritos entre nós que agora, se estão a tornar mais complicados de resolver do que eu pensava na altura.

Eu entendo o seu lado, a sério que sim; eu também desejava poder contar á minha família que namoro com Harry; desejo poder um dia chegar a minha casa na sua companhia e reunir a família num jantar casual, mas eu realmente não posso chegar ao pé dos meus pais e informar-lhes que namoro com um homem seis anos mais velho que eu e que por mera coincidência é meu professor universitário; não posso! Ou posso?

Queria que Harry voltasse a ter a sua dose de compreensão e paciência e me percebesse. Eu sei que ele o faz, mas não da mesma maneira que antes fizera. Ao que me parece, Harry já não está tão entusiasmado com a nossa relação secreta e isso magoa-me; magoa-me por já não partilharmos as mesmas opiniões e magoa-me o facto de a nossa relação estar na corda bamba pelo facto de não poder ser revelada. Entristece-me também o não poder fazer nada para melhorar a situação; a única maneira de o conseguir seria estar na sua companhia, a oferecer-lhe beijos com carinho e amor, mas Harry anda demasiado ocupado desde á uma semana.

Ele tem andado atarefado com a programação das aulas que tem de programar, com questões relativamente á sua família, com a RH e para ainda o subcarregar mais, Penélope tivera ligado mais uma vez. Eu realmente não sei o que ambos falaram, mas Harry dissera-me que a loira lhe tinha pedido ajuda com algumas coisas relacionadas com Maison; não entendo o que Harry poderia ou poderá fazer por aquele pequeno rapaz, mas também não me esforcei demasiado a pensar no assunto. Harry é suficientemente crescido para resolver os seus problemas e eu não quero, de todo, meter-me neles, invadir o seu espaço. Embora a loira me incomode, não me deixarei afetar pela generosidade do meu namorado perante o seu pedido de ajuda.

Eu sinto a sua falta; faláramos poucas vezes durante esta semana, discursos de curta duração que me fizeram suspirar a cada chamada desligada; olhares indecifráveis e discretos nas horas em que os meus olhos pousavam nos seus sempre que o moreno atravessava um corredor.

 Fora uma semana dolorosa, e o pior estaria para vir; Harry informara-me que viajaria esta manhã para Seattle e só regressaria no domingo. Pelo que me disse, hoje e amanhã, - sexta, - iria trabalhar e ambientar-se na cidade; sábado iria ter uma festa qualquer de comemoração pelo seu novo cargo. Ele irá de avião e não no seu Range Rover aquecido, como costumava-mos fazer. Algo tivera mudado, como se todos os seus simples hábitos fossem agora desprezados em que as suas escolhas agora fossem todas de luxo e alta categoria.

Embora ache que a viajem de avião seja mais rápida e prática, faz-me ficar inquietante sobre o seu bem-estar e deixa-me intrigada porque raio é que ele se lembrara de ir de avião se das duas vezes que fôramos lá, tivera sido no seu carro.

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