Love Affair |hstyles|

18º

Boa leitura!

Verduras e um BMW gasto.

O pequeno envelope branco ainda estava fechado entre os seus dedos, já Harry encarava-me atrapalhado.

Passam-se minutos, talvez apenas segundos de puro silêncio e apenas existe uma mistura de olhares verdes confusos.  

“Ótimo, estou cheio de fome.” O moreno respira sorrindo finalmente. A carta é atirada de novo para cima da secretária como quem não quer saber dela para nada.

Sorrio-lhe confusa.

Harry ignorou completamente o pedaço de papel, caminhando até mim. A sua mão nas minhas costas, levando-me de regresso á cozinha

Embora queira saber o que aquela misteriosa carta diz, possivelmente mais curiosa que ele, sei que não posso querer saber de mais. São assuntos dele e eu tenho de saber respeitar.

No entanto, Harry parece fazer daquilo um segredo. Mesmo não sabendo o seu conteúdo, transpassa a imagem de algo mau que possa estar escrito naquelas linhas. O seu ar nervoso quando o informei da carta, o seu desviar de conversa quando lhe preguntei o que se passava ou, até mesmo, o estranho ar atrapalhado com que remexia os papeis desarrumando-os ainda mais encarando-me por fim, são tudo índices que o meu namorado me está a ocultar alguma coisa, que é confidencial e que a ninguém deve ser dito.

E, por um lado, isso assusta-me. Eu quero que a nossa relação se baseie em confiança e segurança e neste momento sinto que isso me está a escapar por entre os dedos. Por outro, eu devo confiar em Harry e se realmente algo se está a passar de menos bom, aguardar que o mesmo me conte.

Deposito no de cabelos cacheados uma firme esperança, sei que com ele estou protegida e sinto-me tranquila a seu lado, contudo, gostaria que ele partilha-se comigo o que o está a chatear. Eu importo-me com Harry, quero que ele esteja bem longe, ou se possível, bem perto de mim e por isso irei lutar contra a minha curiosidade e manter-me calada. Irei permitir-lhe o direito á intimidade, á sua privacidade e meter na cabeça que se acontecer algo, eu irei saber.

Caso fosse algo de grave, eu saberia. Ele dir-me-ia.

Tenho a certeza.

“Espero que gostes.” Declaro sorrindo. Quero mesmo abstrair-me daquele desgraçado envelope.

“Cheira bem.” Harry serve-me em primeiro lugar e por fim enche o seu prato, restando nada na panela. “Hm, vegetais?” A sua cara torce. Não mostra desagrado nem o contrário.

Não quero acreditar que o meu namorado não come verduras e que elas existem naquele frigorífico unicamente por causa da sua irmã. Era mau de mais, ter escolhido algo que ele não goste.

“Não gostas? Pensei que come-“

“Está prefeito Rach.” O seu sorriso encantador flora em rosto firme.

Suspiro aliviada. Harry eleva o seu copo á boca, provando o sumo. Aprova a bebida natural levantando o seu polegar enquanto que a sua maçã de adão sobe e desce á medida que engole.

Tenho o homem mais atraente do mundo sentado á minha frente, apreciando uma refeição feita por mim. Gosta de mim e mima-me, tal e qual como eu um dia imaginei.

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25 de Agosto de 2013, Portland

Hoje o dia está chuvoso e frio. Existem nuvens escuras sob a minha casa e não se vêm as andorinhas rodopiarem no céu.

Ao contrário da temperatura lá fora, está quente dentro da minha humilde casa.

A mãe está fechada no seu escritório por mais de duas horas, Mark ainda se encontra na casa de Niall e o pai está na garagem a tentar arranjar o seu antigo BMW, que demonstrava sinais de cansaço. Eu estou junto a ele, a fazer-lhe companhia ou a auxiliar-lhe algumas ferramentas.