32º

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Guizos e asneiras bem ditas.

30 de Agosto de 2013, Portland

Harry Styles

O despertador toca ruidosamente acordando-me de rompante. Por mais vontade que tenho em desliga-lo e retornar o meu pacifico sono, decido descobrir as cobertas que me cobrem e incorporar-me no ambiente gélido do quarto. As temperaturas são distintas e posso assegurar que a mais confortável, reside na minha cama de lençóis beges.

“Desliga essa porra!” Gemma berra do quarto ao lado.

Relembro-me que colocara o despertador para as nove da manhã e tal como previa, a essa hora, a minha irmã mais velha ainda deveria estar deitada sonhando com Ashton, o seu novo colega de trabalho. Dito e feito.

Alcanço o aparelho sob a mesa-de-cabeceira, acabando por desliga-lo. Cubro o meu tronco com um casaco de treino preto e encaminho-me para fora do espaço. O apartamento está escuro, imerso em silêncio, em que apenas consigo ouvir Gemma respirar pesadamente enquanto dorme.

Caminho até á cozinha. Dusty está na sua manta amarela com patinhas lilases desenhadas. Encontra-se enrolada, completamente á luta para se conseguir aninhar adequadamente. Fito as suas patas inferiores descobertas, e os seus miares descontrolados por ter a cabeça escondida na manta. As suas patas superiores, arranhando a coberta para retira-la da sua visão, falhando miseravelmente.

Hey pequenina.” Sussurro, abaixando-me perto da gata. “Parece que tiveste uma noite agitada.” Riu baixo enquanto a pego num dos meus braços, o outro ajeitando a manta para voltar a pousa-la. “Pronto. Agora descansa.” Dusty ronrona cabeceando a minha mão e logo me apercebo que quer carinho.

Festejo-lhe a cabeça apreciando a suavidade do seu pelo preto. A pequena gatinha fecha os seus olhos lentamente, acabando por cerra-los. Cubro-a melhor na manta e dirijo-me á dispensa.

Encho a sua tigela com ração, algo como atum misturado com arroz cozinho de cheiro não-comestível, insuportável até. Despejo também noutra tacinha, água esterilizada, para que não tenha sede durante o resto do dia.

Olho o relógio de relance, na parede de azulejos da cozinha e verifico que ainda tenho tempo.

Embora Penélope tenha dito que se iria embora, espero realmente que isso seja mais uma das suas mentiras. Tenho alguma esperança de ver o pequeno Maison mais uma vez. Queria apenas olhar para o seu rosto de menino e pela milésima vez, tentar compara-lo a mim.

Apresso-me a tomar um pequeno-almoço rápido. Duas torradas e um café forte bem quente para que acorde.
Assim que termino, despejo – literalmente – a loiça suja para o lava-loiças formando um barulho estridente pela manhã.

Não me culpem, sou homem e não-cuidadoso com loiças de porcelana.

“Que merda?” Gemma caminha no seu robe azul-marinho até á cozinha. O seu ar sonolento e cabelos despenteados, coloridos e selvagens presos á sua cabeça. Ela esfrega o olho ensonada, tal e qual uma criança fazendo-me duvidar sobre qual de nós dois é o irmão mais novo.

“Bom dia.” Lanço-lhe o meu melhor sorriso. Gemma olha-me rudemente, pousando os seus olhos castanhos no lava-loiças. O seu rosto desaprovador e repreensivo. “Já estou a compor!” As minhas mãos encontram-se novamente com as loiças, endireitando-as, chegando mesmo a abrir a torneira para as lavar.

Definitivamente, ela é a irmã mais velha e eu o irmão mais novo. Não sei como consegue, mas a verdade é que me rendo sempre às suas ordens que não são ordens. Talvez renda-me ao seu jeito autoritário que todas as irmãs mais velhas têm e fazem questão de nos demonstrar.

Love Affair |hstyles|Onde histórias criam vida. Descubra agora