Love Affair |hstyles|

53º

Liam a nota de autora please.

Boa leitura!

Reconciliação de amizades.

A figura baixa e franzina de Lila ainda permanece á minha frente; passaram-se cerca de cinco minutos em que a ruiva apenas olhara o chão, de cabeça baixa e cabelos caídos pelo seu rosto.

Aperto a mão envolta na maçaneta da porta e liberto um suspiro ruidoso. "O que estás aqui a fazer?" A minha voz soa fria como um dia de inverno; porém, na verdade eu não queria que ela soasse assim. Apesar do meu atrito com Lila, eu não posso ser cruel ao ponto de a desprezar ou falar-lhe mal.

A ruiva eleva a sua cabeça permitindo assim que os cabelos que outrora lhe tapavam a cara, se soltassem para cada lado do seu rosto; uma moldura perfeita para um rosto tão triste. Lila tem os olhos estreitos na minha direção, rodeados por um grande saco escuro indicando cansaço. Os seus lábios estão ligeiramente gretados, e a ponta do seu nariz um pouco avermelhada; corre uma brisa gelada na rua e talvez seja essa a razão.

"Eu-eu queria-" Tenta.

"Vieste aqui para me voltares a chamar miúda ingénua? Porque se vieste, bem podes-" Atiro sem sequer pensar ou ter tempo de refletir nas minhas palavras.

Eu sinceramente não compreendo; não percebo o que Lila possa querer de mim agora que estamos chateadas. Quer dizer, a culpa da nossa zanga fora inteiramente sua! Ela traiu a confiança que eu tinha depositado nela; ela expôs a minha relação amorosa quando eu lhe pedi estritamente para não o fazer. A ruiva insultou-me, como se nunca me tivesse conhecido; como se nunca tivéssemos partilhado nada uma com a outra; como se não fossemos melhores amigas á anos. Os amigos não fazem este tipo de coisas uns aos outros, acho.

Eu não percebo as suas razões e talvez o problema seja meu, mas ela magoou-me; muito. Depois de duas semanas, Lila regressa para quê?

 "Não! Calma... não é nada disso!" Lila olha-me diretamente e respira quando termina; a sua voz é alta e exasperada, como que o, que eu acabara de dizer fosse a maior estupidez do mundo. Obviamente que não era. Ela insultou-me realmente!

Ela olha as suas mãos enquanto move os seus dedos freneticamente; Lila está nervosa e isso deixa-me também a mim do mesmo modo; foram raras as vezes que a ruiva tivera medo ou receio de algo; por norma esses sentimentos eram somente meus e da minha mente insegura, mas agora, diante de mim tenho a minha melhor amiga trémula e envergonhada pelas suas ações. "Posso... por favor entrar?" Sussurra quase inaudível.

Encaro-a; posso vê-la encolher-se com a força com que as minhas íris embatem nas dela, fazendo dela alguém suscetível. Um pesado suspiro solta-se pelos meus lábios; Lila parece frágil e eu sou incapaz de a ver neste estado.

"Entra."

Dou-lhe passagem; inalo o seu típico perfume - o cheiro do sul, exótico e selvagem – quando a ruiva passa por mim tocando-me ao de leve na pele exposta do braço direito. Após Lila adentrar até á carpete creme junto ao sofá, fecho a porta de entrada e retorno nos calcanhares para a encarar.

"Rachel eu queria falar contigo." Olha-me segura de si.

"Podes passar essa parte á frente?" Inevitavelmente, o meu olhar rola e os meus braços cruzam-se junto ao peito.

Eu confesso que sabia a razão para ela ter aparecido, - uma conversa esclarecedora para apaziguar a nossa relação, - pode ser algo bastante correto de se fazer ou completamente o oposto, acabando por estragar mais o ocorrido.

A ruiva bufa e olha-me confusão; não entendo, - os seus braços caiem-lhe ao lado do seu blusão de ganga enquanto a sua cabeça balança negativamente. "O que te aconteceu?" Paro de respirar por uma fração de segundos. "Porquê essa brutidade toda?" Explica.