novos vizinhos?

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- Quer ir pra minha casa hoje Alex? 

- quero sim, mas pra estudar ou pra ficar de bobeira?

- e eu tenho cara de quem vai te chamar pra estudar Aléxia? - digo e do uma mordida no kalzone que ela segura. estamos no intervalo.

- ei sua abestada, vai comprar o seu - ela diz brava.

- vou mesmo, e não vou dividir com você - Saio andando até a cantina.

mais três aulas cansativas e chatas se passam e finalmente o sinal bate para irmos embora. Eu e Aléxia caminhamos de volta a minha casa. Entramos no condomínio e eu já começo a ficar cansada.

- Anne, você é muito sedentária - Alex reclama.

- eu não sou jogadora de vôlei que nem você - ando um pouco mais rápido.

- novos vizinhos?

Ela fala e eu levanto a cabeça. Vejo um caminhão de mudanças e do lado um casal e um menino, acho que da minha idade.

- sei lá, essa casa tava a venda da última vez que eu vi a placa, há um mês atrás.

passamos por eles e o casal acena nos olhando. Aceno de volta pra não parecer antipática, que segundo a minha mãe e Alex concorda plenamente com ela, essa palavra me define. O menino que eu não consegui observar muito, apenas sorri.

- ele é bonito - Alex comenta assim que abro o enorme portão da casa.

- não consegui olhar muito - digo abrindo a porta.

Entramos em casa, jogamos as nossas mochilas no sofá e fomos para cozinha.
Conheço a Aléxia desde o sexto ano, fazem 7 anos, então ela já é praticamente da família. Mais filha dos meus pais do que eu.
Nos juntamos aos meus pais que já estavam comendo e ficamos ali conversando.

- como foi o primeiro dia meninas? - minha mãe pergunta.

- foi legal mãe - Alex responde, sim ela chama a minha mãe de mãe.

- foi nada, a nova professora de Química passou trabalho pra fazer no primeiro dia, não gostei dela - Digo e tomo um pouco do meu suco.

- não era de se esperar vindo de você - Alex diz.

- viram os vizinhos novos? Estão se mudando hoje para a casa do lado, finalmente venderam ela. - meu pai fala.

- parece até casa de filme de terror, demora anos pra ser vendida - falo fazendo todos me olharem.

- Anne! - minha mãe me repreende - viu que o casal tem um filho, é da sua idade - ela diz sorridente.

- é eu vi sim, mas não vi direito por causa do sol.

- que tal convidarmos eles para um jantar aqui no sábado? - meu pai.

- acho uma ótima ideia, Anne pode fazer um novo amigo - minha mãe fala e eu me levanto da mesa com meu prato. 

- credo, tá pior que Aléxia.

Esperei Alex terminar de comer e nós fomos para meu quarto. Pego um blusão, um short e me troco ali mesmo com Alex.

- olha, se eu não fosse hetero, você não escapava - Alex fala e morde os lábios de brincadeira enquanto me olha.

- menina aonde tu aprendeu isso? Pensei que era inocente - falo colocando meu blusão.

- você que pensa - ela fala.

Ouvimos um som de bateria na casa do lado, olho pra janela que é bem em frente à outra e vi o mesmo menino que vi quando estávamos caminhando no condomínio. 

- mas que raios é isso - vou até a janela e a abro - Ei - grito fazendo o menino me olhar - pode parar? - vejo ele caminhando até sua janela.

- tô te incomodando? - ele grita alto suficiente para eu ouvir.

- Tá sim, eu tô tentando estudar com minha amiga - Alex aparece ao meu lado.

- mas você disse que...

- fica quieta Alex - a empurro da janela.

Fecho a cortina e me sento na cama.

- é pra ele parar de tocar aquela bateria.

- haam...Sei, a piscina tá aberta? - ela pergunta.

- acho que tá, quer ir lá?

- quero, mas não tenho biquíni - ela diz.

- tem sim, lembra que você deixou seu biquíni aqui da última vez que veio? As vezes é bom você ser esquecida - digo levantando e indo até meu armário.

- obrigada pela parte em que me toca - ela fala pegando o biquíni das minhas mãos.

Alex entra no banheiro enquanto eu escolho um biquíni. Pego um conjunto preto e espero ela sair do banheiro para entrar.

- tem um short seu também dentro do armário - grito do banheiro - qualquer dia todas suas roupas vão estar no meu armário - falo e ouço sua risada.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e fomos para a área da piscina. Está vazia por ser de tarde, a maioria das pessoas trabalha aqui, outras são crianças que ficam o dia inteiro na escola e o resto são idosos que passam a maior parte do tempo em casa, ou na praça.


Na Casa Ao Lado [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora