Dia seguinte, último dia na chácara.
Max On
Passei todos esses dias com Anne em minha cabeça. Quando ia dormir, e quando acordava, Anne é sempre o meu primeiro e último pensamento do dia. Já estava ficando louco, até que Arthur chegou em mim e falou "pede ela em namoro logo cara". E é isso que eu vou fazer hoje. Pensei diversas maneiras de dizer o que eu sinto por ela, mas são tão bregas que é capaz de ela dizer um não e sair andando. Então optei por deixar rolar hoje a noite.
Anne On
último dia aqui. Hoje a escola preparou uma queima de fogos para comemorar nosso último ano.
Depois do que rolou no festival, Maitê sumiu. O que é relativamente bom, assim ela não me incomoda mais.
Alex e eu já estávamos prontas, e sinceramente, gatas pra caramba.
Ela vestiu um short de cós alto vermelho e um body branco, nos pés um salto branco também.
Já eu, um vestido bordo, uma botinha de salto preto, meu cabelo solto e coloquei um colar pra variar.
- vamos achar os meninos pra tirar umas fotos? - Alex pergunta com seu celular em mãos.
Concordo com ela e me olho uma última vez no espelho. Saímos do quarto vendo Arthur e Max inclinados na cerca do corredor do dormitório, ambos de costas.
Os dois perceberam que já estávamos ali e se viraram. Max com uma calça preta, uma blusa branca com uma jaqueta jeans por cima e um tênis também preto.
Arthur o de sempre, bermuda preta, uma camiseta branca de regata, tênis e boné.
- bora tirar uma foto? - Alex levanta o celular e nós concordamos.
Ela levantou o braço com o celular na mão e todos sorrimos para a câmera.
Daqui de cima, temos a visão perfeita do lago todo iluminado, e mais um pouco a frente, algumas pessoas sentadas em tatames com várias almofadas por cima.
Arthur e Alex saíram caminhando de mãos dadas e me deixaram sozinha com Max. Ele logo para ao meu lado olhando pro lago.
- seu tornozelo tá melhor? - ele pergunta olhando pra baixo - tá até usando salto - me olha.
- tá melhor sim, graças ao gelo que você trouxe, parou de doer - digo o olhando.
- que bom! Você tá bonita, muito bonita - ele sorri sem mostrar os dentes.
O olhei sorrindo e peguei sua mão. Começamos a caminhar até o lago e nos sentamos do lado dos nossos amigos.
Eu me sinto feliz, leve. Acho que pela primeira vez na vida, esse ano acabaria bem, e feliz.
Os fogos começaram a subir e estourar no ar, são silenciosos por causa dos animais que vivem aqui.
Max me puxou para si e encostou a cabeça em meu ombro. Consegui até sentir a sua respiração pesada, me pergunto o porquê.
Ficamos uns dois minutos assim, enquanto os fogos ainda estouraram no céu, Max me chama e eu me afasto para olha-lo.
- eu pensei diversas formas de dizer isso, de dizer o quanto eu tô apaixonado, mas eu sinto que não é uma simples paixão. Nós nos conhecemos de uma forma doida, que eu pensava que não daria em nada, e olhando pra trás e pensar em tudo que a gente viveu até aqui... - Ele olha pro chão e volta a me olhar - namora comigo?
E foi Aí amigos, que meu coração parou, eu tive um ataque cardíaco, minha respiração parou e eu me encontrei no hospital e depois a sete palmos do chão.
Brincadeira, só tive um ataque cardíaco mesmo.
Minhas mãos começaram a tremer, e eu não consegui segurar a emoção, a felicidade que senti ao o ouvir dizer todas essas palavras que fizeram meu coração palpitar.
- Aceita logo imbecil - Arthur bate na minha cabeça e eu rio.
- é claro que sim - sorrio o olhando.
Max me abraçou de lado e beijou o topo da minha cabeça.
- agora nós levantamos as mãos aos céus e agradecemos por finalmente vocês terem se assumido - Alex fala nos fazendo rir.
Dia seguinte.
Sexta, 8:30 AM.
Já com a mochila pronta, saio do quarto indo em direção ao restaurante para tomar café da manhã. Por ter dormido demais, Alex saiu primeiro. Chego até a mesa que meus amigos estão sentados e coloco minha mochila no chão, juntos com as outras.
- bom dia bela adormecida - Alex diz levando um copo descartável até a boca.
- bom dia - digo com uma voz de sono que só por Deus.
Caminho até a mesa repleta de coisas deliciosas. Me sirvo e volto a mesa sentando ao lado do meu namorado, meu namorado gente, muito bom pensar isso.
Comecei a comer tranquilamente, Alex mexia no celular, Arthur dormindo sentado na cadeira, e Max me olhando.
- tá me olhando por que? - o olho.
- por vários motivos - sorri.
- e quais seriam eles? - bebo um pouco de café.
- um: você é linda, segundo: por causa disso - Max segura meu queixo e me da um selinho.
Ele sorri convencido depois de tirar a mão do meu rosto e eu volto a comer tranquilamente. Não vou conseguir me acostumar com isso tão cedo.
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Na Casa Ao Lado [Concluído]
Teen Fiction"Na Casa Ao Lado", um futuro dividido por menos de 2 metros de distância. Anne nunca se apaixonou por ninguém, mas isso mudou quando uma nova família se muda para o mesmo condomínio, por coincidência do destino, para a casa ao lado da sua. Alguns am...