eu ainda não tô morto

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Terminamos de comer e fomos pra entrada da chácara, os menos ônibus que nos trouxeram, estão parados em frente ao portão.

Uma das coordenadoras fez a contagem de alunos e nos liberaram pra entrar no ônibus. Max senta ao meu lado, ele do lado do corredor e eu na janela. 

Bocejei esticando meus braços para frente e me joguei no banco de olhos fechados. 

- bichinho preguiça tá com sono? - Max fala e eu concordo com a cabeça ainda de olhos fechados - vem cá - ele me puxa me fazendo colocar minha cabeça em seu ombro.

- você é tão bom de abraçar - digo passando meu braço pela barriga de Max. 

- Sou é? - ele sorri - bom saber disso - passa o braço pelas minhas costas. 

Eu dormi a viagem inteira, só acordei quando o ônibus parou na frente da escola. Levantei cambaleando até a porta e consegui ver meus pais saindo do carro. 

- Max do céu - digo pegando no pulso dele. 

- eu ainda não tô morto minha filha - ele diz e eu rio - que foi?

- meus pais, eles não sabem que a gente tá namorando - aponto discretamente para os dois um pouco a frente. 

- conta ué - ele diz simplista. 

Minha mãe nos vê e abana para nós. Como combinado, Max vai com a gente pra casa. Cumprimentamos meus pais e entramos no carro. 

- como foi a viagem? - minha mãe pergunta colocando o cinto. 

- por onde eu devo começar? Maitê me fez torcer o tornozelo, e eu não dancei no festival... Max e eu estamos namorando - fico em silêncio esperando alguém dizer algo. 

- já era hora né - minha mãe diz - nunca vi alguém enrolar tanto. 

No final eu descobri que meus pais sempre nos shiparam.

[...]

Duas semanas depois...

Há alguns dias atrás, eu fiz a prova para entrar no curso de artes cênicas, e não querendo me gabar, mas eu tenho certeza que passei. E hoje, finalmente vai ser o dia da peça. Depois que as aulas começaram novamente, ensaiamos que nem loucos pra tudo ser perfeito hoje a noite. Max e eu combinamos de ir juntos até a escola, já que teremos que nos arrumar lá e ensaiar mais um pouco. Passamos pelo enorme corredor da escola até chegarmos ao auditório que daqui a algumas horas, vai estar cheio. 

Adentramos o camarim que eu achei um máximo, é eu nunca tinha entrado aqui. De um lado, quatro penteadeiras com espelho e lâmpadas envolta, e do outro, várias araras com os figurinos.

- Anne, Max - a professora fala vindo em nossa direção - que bom que chegaram, os figurinos de vocês estão ali - ela aponta pra uma das araras - se vistam primeiro e depois eu os ajudo com a maquiagem e cabelo - ela sorri e nós concordamos - deixem suas mochilas aqui nas cadeiras.

Nós deixamos as mochilas nas cadeiras em frente às penteadeiras e pegamos nossas roupas.

Vou até um banheiro com uma plaquinha de "feminino" na porta e entro. 

O vestido que foi escolhido é branco com as laterais azul:

Dobro todas as roupas que estava usando e pego meu tênis segurando tudo com uma mão só, já que a outra segura a parte de trás do vestido que eu não consegui fechar

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Dobro todas as roupas que estava usando e pego meu tênis segurando tudo com uma mão só, já que a outra segura a parte de trás do vestido que eu não consegui fechar. 

- tá precisando de uma ajuda aí? - ouço a voz de Max e me viro pra traz o vendo já vestido. 

- uau - digo o olhando de cima pra baixo - gostei da sua roupa, combina muito com você - ele sorri sem jeito. 

- obrigado - ele caminha parando atrás de mim e pegando os dois fios soltos dando uma leve puxada fazendo o laço que não consegui fazer

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- obrigado - ele caminha parando atrás de mim e pegando os dois fios soltos dando uma leve puxada fazendo o laço que não consegui fazer. 

- obrigada - me viro pra ele - agora me explica, como conseguiu colocar todas essas roupas sozinho? 

- fácil, veio tipo um manual de como colocar todas as roupas certas - ele mostra a embalagem na qual estava a roupa minutos atrás. 

- manual de como fazer um laço nas costas com um braço curto não vem pra mim - digo e ele ri. 

A professora me chama dizendo que eu preciso fazer o cabelo e a maquiagem, e que ela se encarregaria somente pelo penteado. Então me sento onde tinha colocado a mochila e guardo as minhas roupas na mesma, tirando de lá a sapatilha preta que vou usar. Ela fez duas tranças laterais e prende com uma presilha atrás. 

Alex entra correndo chamando a atenção da professora que espalha um spray com um cheiro horrível no meu cabelo.

- está atrasada Aléxia - a professora fala a olhando pelo espelho.

- tecnicamente não, porque eu já estou com o cabelo e a maquiagem pronta - ela vai até a arara, pega um vestido preto e vai até o banheiro feminino.

- prontinho, consegue fazer a maquiagem? não precisa ser uma coisa muito exagerada - concordo com a cabeça e a professora sai. 

Juntei todos os tutoriais de maquiagem que eu vi nos últimos dias e consegui fazer alguma coisa no meu rosto com: base, pó, blush, iluminador e máscara de cílios. 

Já pronta, Max me pediu para ensaiar algumas falas com ele, então eu fui já que tínhamos 30 minutos pra peça começar. 

Na Casa Ao Lado [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora