Deixamos duas toalhas e nossos celulares nas espreguiçadeiras e entramos na piscina.
- filha da pu, fruta! - Alex fala assim que põe o pé direito na água, ela odeia palavrões, mas as vezes solta um pela metade - a água tá gelada pra caramba.
- Sai da frente que carne de burro não é transparente - digo enquanto corro até a piscina e me jogo.
- Anne se você morrer congelada vai ficar aí mesmo - ouço Alex falar e volto pra superfície.
- ah! entra Alex, nem tá tão gelada assim - jogo água nela que entra na piscina.
- Tá frio pra caramba, credo - ela se abraça com os próprios braços.
Ficamos ali um tempão até minha mãe vir acabar com toda a diversão. Ela disse que os pais de Alex estavam aqui para buscá-la, então saímos da piscina e voltamos pra casa enroladas nas toalhas que trouxemos. Alex vestiu seu short e a blusa do uniforme pra não ficar de biquíni e voltou pra casa. Tomei um banho depois que ela foi embora. Penteei meu cabelo e pensei comigo mesma olhando pro grande espelho na parede do meu quarto. Uma das paredes é só espelho, e uma barra de ballet que eu uso pra me alongar. Pego meu notebook e coloco uma música calma, lay by me - Ruben.
Inventei uns passos bem aleatórios enquanto dançava. A dança de um jeito me acalma, faço isso desde pequena e já fui em vários campeonatos de dança e apresentações, tenho até algumas medalhas. Quando a música termina, ouço palmas vindo da janela, viro pra trás e vejo meu vizinho me olhando e aplaudindo. Reviro os olhos e caminho até a janela.
- agora deu pra me observar? Olha que eu chamo a polícia garoto.
- desculpa, não era a minha intenção, mas você dança bem - ele diz sorrindo.
- ah, obrigada - sorrio envergonhada.
- sua parade é toda espelhada? - ele pergunta se curvando um pouco para o lado.
- é sim, meu pai fez isso pra mim quando descobriu meu talento pra dança - suspiro cansada - bom, agora eu vou dormir, até sei lá quando.
Desço a persiana não dando oportunidade pra ele falar alguma coisa. Tomo um pouco de água e logo me deito na cama.
- filha! ei, temos visita - eu ouço a voz da minha mãe, mas não consigo abrir os olhos - Anne acorda - ela me sacode.
- acordar pra que? - digo ainda de olhos fechados.
- temos visita, anda, levanta - ela me sacode mais um pouco - Anne!
- aí, eu tô acordada mulher - digo sentando na cama.
- lá em baixo, em 5 minutos - ela fala me olhando e sai do quarto.
- bla bla bla, eu ein - levanto e olho pro meu cobertor das princesas.
Eu pego o cobertor e me enrolo nele. Abro a porta do quarto quase tropeçando no cobertor mas sigo viva até a escada.
- caramba - digo chamando a atenção dos meus pais, e dos meus novos vizinhos.
- que isso, minha filha? Isso é Jeito de se apresentar? - minha mãe fala brava.
Noto que o menino que eu conheci horas atrás está se segurando pra não rir e seus pais me olham de um jeito engraçado. Viro de costas e volto para meu quarto antes que minha mãe jogue o chinelo em mim. Jogo meu cobertor em cima da cama e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo. Saio do quarto e volto até a escada atraindo olhares de todos ali. Me sinto uma princesa da Disney descendo a escada do castelo com um vestido enorme e extremamente brilhoso.
- essa é nossa filha, Anne - meu pai diz pousando as mãos em meus ombros.
- olá - digo estendendo a mão para o homem a minha frente.
- me chamo Luiz - ele aperta minha mão - essa é minha esposa, Marcela - a moça sorri - E esse é meu filho Max.
- então o nome do ser que fica me observando pela janela é Max? Interessante - digo o olhando e ele ri.
- já se conhecem? - minha mãe pergunta.
- meio que sim - Max responde.
- bom, nós não vamos atrapalhar mais, amanhã vocês têm aula cedo e precisam dormir.
Agradeço mentalmente por eles estarem indo embora.
- amanhã meu filho passa aqui pra vocês irem juntos, tudo bem Anne? - o tal Luiz fala me olhando.
- como assim? Ele vai estudar na minha escola?
- vou sim, tomara que na mesma turma também - Max.
- tomara que não, eu ein - retruco.
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Na Casa Ao Lado [Concluído]
Teen Fiction"Na Casa Ao Lado", um futuro dividido por menos de 2 metros de distância. Anne nunca se apaixonou por ninguém, mas isso mudou quando uma nova família se muda para o mesmo condomínio, por coincidência do destino, para a casa ao lado da sua. Alguns am...