Max On
Nós ficamos naquela praça por mais um tempo, na verdade, até o sol começar a se por. Foi uma das melhores coisas que eu já vivi na vida. Tiramos algumas fotos que Aléxia fez questão de tirar e postar no seu Instagram, e logo voltamos pra casa.
Anne abre o pequeno portão da entrada e caminhamos lentamente até nossas casas. Eu não queria que esse dia acabasse, queria que esses momentos com ela fossem eternos. Eu me pergunto como eu conseguia viver longe dela por tanto tempo. Era muito legal onde eu morava antes, tinha vários amigos, que se diziam amigos na verdade. Hoje nem falam comigo direito. Mas eu conheci pessoas incríveis nesses poucos meses aqui, os melhores da minha vida na verdade.
- eu tô mortinha da Silva - Anne fala quase se arrastando enquanto subimos a rua.
- ah então eu com certeza vou te acordar amanhã bem cedo - digo e ela me olha - tô brincando - levanto meus braços como quem se rende.
- faz isso pra ver se eu não vou na sua casa quebrar sua bateria.
- ou ou, isso não por favor - ela ri.
Logo chegamos em frente à casa de Anne.
- bom, então eu vou indo - ela se aproximou de mim e beijou minha bochecha.
Eu sorri.
- até mais - abano e ela caminha até sua casa.
É triste a sensação de querer beija-la mas não poder. Abro o portão e logo o fecho. Entro em casa encontrando minha mãe e meu pai brincando com meu irmão.
- eai filho, como foi com seus amigos? - meu pai pergunta assim que me vê.
- foi legal pai, um dos melhores dias da minha vida - eles sorriem.
- beijou a Anne? - Benjamin pergunta me olhando curioso.
- quem dera - sento no sofá se um jeito largado.
- O Max tá apaixonado, o Max tá apaixonado - meu irmão pula rindo.
- ei, para com isso. Senta aqui pra terminar esse quebra cabeça - minha mãe fala puxando Benjamin pela camisa.
- tá tão na cara assim? - pergunto olhando pra eles.
- sim - Benjamin responde sem me olhar.
Reviro os olhos.
- por que não conta pra ela de uma vez? - minha mãe pergunta colocando uma pecinha no quebra cabeça.
- porque... porque? - penso - eu não sei se ela sente o mesmo, Aí se eu falar alguma coisa eu vou sair como trouxa da história.
- mas se não falar, não tem como saber - meu pai diz.
- é complicado isso - digo.
- eu sei filhão - meu pai concorda olhando pro chão, como se estivesse relembrando algo. Minha mãe deu um tapa na nuca dele, o que fez Benjamin e eu rir demais.
- eu vou subir, fiquem aí se matando - digo levantando do sofá.
Anne On
Assim que entro em casa, meu primeiro pensamento é em Max. Toda vez que penso nele, ou lembro de algum momento nosso, tipo aquele beijo na peça, meu coração acelera como se fosse sair pela minha boca.
Essa sensação é tão estranha que as vezes tenho vontade de ir em um cardiologista.
Subo as escadas e decido ir até o quarto dos meus pais. A porta está encostada, então eu coloquei a cabeça pra dentro do quarto e vejo os dois dormindo com a luz ligada. Eu sou apaixonada pelo romance dos meus pais, eles têm tanta história juntos e vivem isso até hoje. Apago a luz e vou pro meu quarto.
Sento na cama e mando mensagem pra Alex, ela logo me responde.
Eu: amiga
Ruivinha: Oie
Eu: preciso te contar um negócio
Ruivinha: O que? Tá tudo bem?
Eu: tá sim, mas eu acho que tô gostando do Max
Ruivinha: e choca um total de zero pessoas
Ruivinha: *figurinha de um coelho piscando*
Eu: palhaça kkkkkkkk
Eu: mas falando sério agora
Eu: você tem mais experiência que eu, o que eu faço?
Ruivinha: fala pra ele ué
Eu: como se fosse fácil
Eu: *figurinha de um emoji chorando*
Ruivinha: mas qual é a dificuldade de chegar pro menino e dizer "eu gosto de vc?"
Eu: todas as dificuldades existentes no universo
Eu: *figurinha da lindinha chorando*
Ruivinha: não exagera
Ruivinha: amiga, vc sabe que ele gosta de ti
Eu: sei?
Ruivinha: tu devia ganhar o prêmio de pessoa mais lerda e tapada do mundo
Ruivinha:*figurinha de um Pokémon deitado*
Eu: *figurinha do buzz lightyear dizendo "pipipipopopo"
Eu: ta me ajuda por favor
Ruivinha: sei lá
Ruivinha: chega nele e fala, ou manda mensagem, uma carta, joga uma pedra na janela dele com um bilhete escrito "oi gosto de você, me liga"
Eu: boa kkkkkk vou jogar a pedra sim
Ruivinha: ele iria ficar caidinho por você skskssk
Eu: ia sim kkkkkkkk
Eu: eu vou pensar melhor, talvez eu crie coragem
Ruivinha: ok, quero saber de tudo depois
Eu: tá bom, bjs
Eu: vou tomar banho
Coloco meu celular pra carregar e pego um pijama no armário.
Ter sentimentos por uma pessoa é uma coisa louca, é estranho e bom ao mesmo tempo. Pelo menos pra mim, que nunca me apaixonei por ninguém. Max é um cara incrível, muito diferente de alguns meninos da minha escola. Deviam ter mais caras como ele.
Assim como algumas meninas de filmes, livros ou séries que eu já vi, sonham em viver um romance com alguém. Eu nunca admiti isso pra ninguém, mas cá entre nós, essa deve ser uma das melhores coisas da vida. E esse com certeza é um dos meus sonhos.
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Na Casa Ao Lado [Concluído]
Ficção Adolescente"Na Casa Ao Lado", um futuro dividido por menos de 2 metros de distância. Anne nunca se apaixonou por ninguém, mas isso mudou quando uma nova família se muda para o mesmo condomínio, por coincidência do destino, para a casa ao lado da sua. Alguns am...