vou pegar minha vizinha

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Oi gente, desculpa não ter postado quarta. Não sei se vocês sabem, mas passou um ciclone pelo Sul do Brasil que é onde eu moro, e Florianópolis ficou sem energia por alguns dias. Mais tarde vai ter outro capítulo pra compensar.

Boa leitura.

Max On

- VOU PEGAR MINHA VIZINHA, ELA NÃO É UMA GRACINHA - Canto/grito enquanto me alongo no quarto.

- CALA A BOCA INFERNO - Ouço Anne gritar do quarto dela. 

- VEM CALAR - grito e minha mãe aparece no quarto correndo.

- filho, por que você tá gritando?

- pra irritar a Anne. Desculpa se te assustei - digo e ela sorri.

- namorem logo e parem de brigar feito cão e gato - ela sai do quarto. 

Vou até a janela e vejo Anne com o cabelo todo bagunçado, me olhando com a mão pra cima como se estivesse segurando uma faca.

- Jesus amado me proteja - digo. 

Anne sai da janela e desce a persiana. 

Pego meu celular abrindo o whatsapp e entro no contato de Anne.

Eu: começou o dia bem né?

praguinha: claro, ótimo dia pra matar meu vizinho

Eu: isso seria um ótimo nome pra um filme 

Praguinha: espero que vc seja o vizinho 

praguinha: *figurinha de um pintinho segurando uma faca*

Eu: ontem você tava tão legal e fofa

Praguinha: ontem, agora vou voltar a dormir

Eu: blz então kkkk bons sonhos

Ela não respondeu mais.

Arrumo minha cama e logo desço pra tomar café com meus pais.

Anne On

Vou pegar minha vizinha o caramba, aí dele se tentar alguma coisa.

Me deito na cama puxando meu cobertor, um belo domingo nublado pra ficar vendo beijo de casal em doramas, se bem que nem beijar direito eles beijam. Mas quem sou eu pra falar também? Beijo ninguém mesmo.

Do nada, começou a chover  e eu só escuto minha mãe gritando:

- AS ROUPAS - Ela bate na porta do meu quarto quase a derrubando.

Pulo da cama e desço a escada correndo indo até os fundos da casa.

Vejo meu pai saindo do escritório calmamente como se não estivesse caindo o mundo lá fora.

- vocês vão me ajudar ou vão ficar aí parados? - Minha mãe fala da porta da cozinha.

- Vamos ajudar - meu pai me olha e anda rápido.

Chegamos aos fundos da casa e ajudamos minha mãe a tirar algumas roupas do varal.

- Por que não colocou na máquina de secar? - pergunto enquanto ela coloca várias toalhas nos meus braços.

- porque estragou - ela responde.

- mas que coisa ein - Rio.

Volto pra dentro com as toalhas de as estendo na arara de chão na lavanderia.

- só falta faltar luz - digo indo pra cozinha onde meus pais estão secando as mãos.

E mais uma vez, o universo entende o que eu falo e resolve apagar as luzes da casa

- E não é que faltou - Digo rindo e eles me olham sério - Fica longe de mim rainha mãe.

- Anne fecha a boca e vai trocar de roupa antes que você fique doente - Rainha mãe fala.

- tô indo tô indo - digo saindo da cozinha.

Subo as escadas indo pro meu quarto. Desligo o notebook já que ele não é mais necessário e pego meu celular vendo o 4G ligado, Obrigada senhor por essa divindade.

- o que me resta a fazer? - pergunto olhando em volta do meu quarto que mais parece um chiqueiro - o meu paizinho.

Levanto da cama já a arrumando, separo as roupas que tem pra lavar e as limpas guardo no armário. Arrumo minha escrivaninha que estava bem bagunçada e minhas míseras maquiagens que eu nem uso muito.

Depois de varrer e guardar as roupas no armário, minha mãe me chama pra ir almoçar.

- então filha - meu pai fala bebendo o suco - eu e sua mãe estávamos conversando ontem a noite, e você não nos falou a faculdade que quer fazer - ele me olha e eu o olho.

- então rei pai e rainha mãe - o olhos e eles seguram a risada - é meio complicado esse negócio de escolher uma faculdade já que eu não sirvo pra nada - pauso - mas eu sou boa no teatro e na dança, poderia fazer artes cênicas.

- E isso dá dinheiro? - Meu pai pergunta.

- deve dar já que é um trabalho né - digo - mas eu não queria fazer por dinheiro, quero fazer porque eu gosto mesmo, sabe? - minha mãe concorda.

- você sabe que nós sempre deixamos você fazer as escolhas da sua vida, não é atoa que tem essa personalidade - meu pai fala me olhando - Se é o que quer, vamos dar total liberdade e apoio pra que você vá para a melhor faculdade de artes cênicas do Brasil, ou de outro lugar se preferir.

- eu não quero sair do país, prefiro ficar e cursar aqui mesmo - levo o garfo com salada até minha boca.

- então é isso? Artes cênicas? - Rainha mãe fala sorrindo e eu concordo - Ótimo, vamos ter uma atriz na família - ela sorri de orelha a orelha - mais tarde vou ligar pra suas tias e contar a novidade.

Eu rio.

- tudo bem então - é tão bom ver que meus pais estão orgulhosos de mim, são poucas as vezes que eu vejo isso.

Mas as vezes, minhas escolhas levam meus pais a loucura. Uma vez quando eu tinha 14 anos, eu escolhi fazer patinação no gelo, o por que? Também não sei, mas eu era viciada em ver vídeos sobre dança no gelo e quis fazer também. Resultado: cai tentando fazer um giro, bati a cabeça e desmaiei, quase fiquei em coma. Se não fosse pela minha mãe me perturbando nos meus doces sonhos enquanto estava em um quase coma, eu não teria acordado.

Mais tarde, quando a chuva passou, eu liguei pra Alex e ficamos conversando por horas, até minha mãe vir no meu quarto e mandar eu dormir, porque segundo ela, não posso me atrasar amanhã.

Na Casa Ao Lado [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora