- até me emocionei aqui - Alex passa a mão nos olhos "limpando" as lágrimas.
Sorrio negando com a cabeça. Três ônibus de viagem pararam em frente a escola e alguns alunos já começaram a se ajeitar. Uma das professoras nos orientou para entrar dentro dos ônibus sem confusão, o que não é uma coisa que a maioria dos alunos fizeram.
- vai sentar comigo né? - pergunto para Alex.
- quem é você na fila do pão bebê - Arthur passa o braço pelos ombros de Alex e me olha sorrindo.
- vai me trocar por essa coisa? - aponto pra Arthur.
- tu pode sentar com o Max ué - ela fala simples.
- isso, vamos de casal - Arthur fala e ri.
Reviro os olhos e olho pra Max que me encara como se não fosse um problema sentarmos juntos. Óbvio que não é um problema, mas me dá gatilho sentar com ele, ou melhor, com o menino que eu gosto.
Nós entramos no ônibus e caminhamos até o fundo. Alex e Arthur se sentaram atrás de Max e eu.
- quer ver um filme? - Max pergunta ligando o celular.
- qual? - o olho.
- escolhe aí - Max me entrega seu celular e eu olho pra lista de filmes.
- Humm... Moana - digo e ele ri pegando o celular de volta.
- tem certeza da sua idade? - ele pergunta se acomodando no banco.
- absoluta - digo fazendo o mesmo.
Max coloca o filme e me puxa com o braço fazendo eu colocar minha cabeça em seu peito, coisa que chamou atenção de alguns meninos sentados do nosso lado.
Os dois olharam para nós e chamaram mais dois sentados na frente. Até parece que cometemos um crime pra eles ficarem nos olhando.
Não liguei muito pra eles e voltei a olhar o filme.
[...]
Algumas horas se passaram, depois que o filme acabou, eu dormi já que faltava bastante tempo pra chegarmos na chácara.
- Anne - Max toca meu ombro - chegamos.
Eu abro os olhos tendo a visão de um anjo sorrindo, quer dizer, Max.
- gente, antes de sair eu quero dizer uma coisa - Ouço a voz de Maitê e levanto a cabeça para vê-la - essa é a chácara da minha família, então cuidem por favor.
- por que essa coisa tá nesse ônibus? - Alex pergunta em voz baixa.
- vai ver expulsaram ela do outro ônibus por ser chata demais - pego minha mochila.
- eu estou nesse ônibus, justamente pra ficar de olho em você, Anne - Maitê fala se aproximando.
- não preciso de babá não gata - levanto do banco e a olho.
Ela ri debochada e vira de costas.
- iii vai dar treta - um dos meninos que estava nos olhando mais cedo diz.
- ela que se atreva a encostar um dedo em mim - digo colocando minha mochila no meu ombro direito.
Saímos do ônibus tendo a visão de uma grande chácara. Estamos meio que na parte de cima, já que tem tipo uma decida que leva pra um lago, uma quadra e duas casas que eu acho que são dormitórios por serem grandes demais.
Os coordenadores nos dão orientações sobre os horários e regras que devemos seguir enquanto estivermos aqui. Descemos por uma escada de pedra até o dormitório feminino. Eu e Alex escolhemos um dos dormitórios de dupla, eles são bem pequenos, mas suficientes pra duas pessoas.
- esse lugar é incrível - Alex fala sentando na cama.
- não vejo a hora de comer. Bora?
Ela concorda e saímos do quarto encontrando os meninos sentados no chão da saída do dormitório. Caminho mais rápido e dou um leve tapa na cabeça de Arthur que se levanta me olhando.
- ta maluca? - ele ajeita o boné.
- vamos logo - rio caminhando na frente deles.
Andamos um pouco até um lugar onde a coordenadora disse ser tipo um restaurante.
- onde é a entrada? - Alex pergunta.
- vamos dar a volta - digo.
É uma construção de madeira com várias janelas na parte da frente. Achamos a entrada que é dentro dessas janelas de vidro, bem confuso mesmo. Nesse corredor, do lado direito tem uma bancada de mármore e uma churrasqueira, do lado esquerdo, um pequeno muro com terra e várias plantinhas. Entramos no tal restaurante onde uma fila de alunos se forma para se servir.
- vou guardar uma mesa pra gente - Arthur fala e sai caminhando até uma das poucas mesas vazias.
Pego uma bandeja e um pratinho com algumas frutas, dois pães de queijo e um copo com café. Espero Alex e Max se servirem e fomos pra mesa. Arthur levanta e vai se servir também.
- impressão minha ou a Maitê tá olhando pra cá? - Max pergunta.
Olho em direção a ela que está sentada em uma mesa afastada de nós com algumas pessoas da turma dela.
- ela tá a fim de perder um olho, só pode - digo e mordo meu pão de queijo.
Eles riem. Um menino sentado ao lado de Maitê fala alguma coisa que a faz parar de nos olhar e logo Arthur chega sentando ao lado de Alex.
- o que tá pegando? - ele nos olha confuso.
- Acho que a Maitê perdeu alguma coisa aqui, tava olhando pra gente - respondo.
- ela deve ter perdido o senso - Arthur fala nos fazendo rir.
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Na Casa Ao Lado [Concluído]
Teen Fiction"Na Casa Ao Lado", um futuro dividido por menos de 2 metros de distância. Anne nunca se apaixonou por ninguém, mas isso mudou quando uma nova família se muda para o mesmo condomínio, por coincidência do destino, para a casa ao lado da sua. Alguns am...