Dia do festival
Anne On
Eu já estou pronta, com uma calça preta, uma blusa branca que fica na metade da minha barriga, tênis e meu cabelo solto. Alex fez questão de fazer minha maquiagem, então deixei e até que ficou muito bom.
- eu tô nervosa... muito nervosa - digo enquanto saímos do dormitório feminino.
- relaxa, vai dar tudo certo - Alex fala como se adiantasse alguma coisa.
Dou de ombros e logo chegamos no palco, algumas pessoas já estão aqui de platéia, outras em cima do palco que é onde eu devo estar. Subi pela pequena escada e me junto ao grupo de dançarinos que estão se alongando.
Max logo chega parando ao meu lado, e não que ele precisasse se alongar, mas ele está.
- eai, pronta pra arrasar? - ele pergunta.
- tô nervosa - digo alongando meu braço e ele faz o mesmo.
- também tô - ele diz.
A diretora sobe no palco e pede pra todos descerem, menos o primeiro grupo de dança que vão ser os primeiros a se apresentarem.
Max e eu esperamos todos descerem primeiro, mas assim que eu coloquei meu pé no primeiro degrau...
- Anne, querida - Maitê fala com um sorriso cínico.
Viro pra trás ainda na escada e a olho.
- o que você quer agora? - pergunto.
- nada demais - ela de repente coloca as duas mãos nos meus ombros e me empurra.
Max tentou segurar minha mão, mas não conseguiu.
- ai minha cabeça - digo colocando a mão no topo da minha cabeça onde tinha batido bem forte no chão.
- Anne, tá tudo bem? - Max se agacha e me ajuda a me sentar - Maitê o que você tem na cabeça? - ele a olha.
Maitê ignora totalmente descendo do palco e saindo como se nada tivesse acontecido.
- eu acho que torci meu tornozelo - puxo a barra da calça pra cima e sentindo uma dor enorme ali.
- consegue caminhar? - ele pergunta colocando a mão aonde dói.
Me levanto com a ajuda de Max.
- quer que eu te carregue no colo?
- não exagera - coloco meu braço em volta do pescoço de Max e o braço dele na minha cintura.
Ele me levou até onde Alex está com Arthur, imediatamente os dois veem até nós preocupados.
- o que aconteceu? - Alex pergunta pegando meu outro braço e apoiando em seu pescoço.
- A Maitê empurrou ela da escada - Max responde.
- eu não acredito que não vou conseguir dançar - digo.
- seu tornolezo ainda tá doendo? - ele pergunta e eu concordo com a cabeça - vou pegar gelo.
Max solta meu braço e Arthur rapidamente me segura.
- por que ela fez isso? - Arthur pergunta.
- porque ela me odeia, nunca gostou de mim e agora quer arranjar um jeito de acabar comigo, mas eu vou dar o troco dessa vez.
- vai fazer o que? - Alex pergunta.
- Eu ainda não sei, mas não vou deixar barato - respondo olhando pro palco.
Max voltou com um saquinho de gelo e colocou no meu tornozelo, logo o mesmo teve que voltar ao palco para avisar que eu não dançaria mais e logo ele vai entrar.
A única coisa que vem à minha mente é, ela conseguiu. Maitê conseguiu estragar uma viagem que tinha tudo pra ser perfeita. Eu ensaiei durante meses pra me apresentar, nunca falhei nas minhas apresentações, e por culpa dela, eu não vou conseguir.
Me pergunto se existe um pingo de empatia nela.
Me apoiei melhor em Arthur e larguei o saquinho com o gelo já derretido no chão. Logo Max sobe no palco com o violão. Ele ajeita o microfone na altura de sua boca e arruma o violão.
Eu sorri assim que ele falou a primeira palavra da música, não é a primeira vez que o ouço cantar, mas parece que sempre é a primeira vez, porque ele sempre impressiona.
Alex e Arthur se entre olharam assim que Max terminou de cantar.
- agora a conversa é por telepatia? - os olho.
Eles apenas riram.
- como tá seu tornozelo? - Arthur pergunta.
- parou de doer, acho que eu já posso dançar - coloco a ponta do meu pé no chão - ou talvez não - faço uma cara de dor.
Max logo volta, e foi inevitável não sorrir junto com ele.
- mandou bem cara - Arthur fala e os dois fazem um high five.
- valeu mano - ele me olha - oi, tá melhor?
- não tá doendo tanto agora. Essa era a música que você compôs?
- sim, e foi especialmente pra você - ele pôs a mão na minha cintura.
Alex e Arthur se afastaram e eu me apoiei no braço de Max para não cair de novo.
Ele se aproxima mais ainda de mim e me beija.
Segunda é um ótimo dia pra pedir alguém em namoro...
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Na Casa Ao Lado [Concluído]
Teen Fiction"Na Casa Ao Lado", um futuro dividido por menos de 2 metros de distância. Anne nunca se apaixonou por ninguém, mas isso mudou quando uma nova família se muda para o mesmo condomínio, por coincidência do destino, para a casa ao lado da sua. Alguns am...