- um cachorro? - ele me olha curioso e eu concordo.
- é, sempre quis ter, mas meus pais nunca deixaram porque seria mais um problema além de mim naquela casa - ele ri.
- você é um problema? - me olha sorrindo.
- aqueles dois não sabem o que é ter uma princesa em casa, não valorizam a preciosidade que é me ter por perto - jogo meu cabelo pro lado e ele ri.
- que narcisista - olha pra frente - eu sempre quis ter uma pessoa que entendesse minhas loucuras, e não me julgasse.
- já encontrou essa pessoa? - pergunto.
- mais ou menos, ela ainda briga comigo por tocar bateria de manhã nos sábados e interromper seu "sono de beleza" - Faz aspas com os dedos.
- ahh, então quer dizer que essa pessoa sou eu?
- exatamente - me olha - eu poderia citar todas as suas qualidades, mas levaria uma eternidade.
- que poético - digo - deveria ser a letra de uma música.
- mas é, eu escrevi uma música, é um dos trechos dela - ele responde.
- e quando vou poder ouvir? - sorrio.
- no dia do festival - sorri me olhando - até lá, morra de curiosidade - Max põe a mão na minha cabeça e bagunça meu cabelo.
- para menino - tiro sua mão da minha cabeça - meu cabelo tava tão bonitinho - passo a mão nele tentando arrumar.
- você fica bonita de cabelo bagunçado - ele fala me fazendo rir.
- seu padrão ideal de uma menina é uma bruxa? - rimos.
- nossa cortou todo o clima - ele fala rindo.
Nossos celulares começam a apitar ao mesmo tempo. Pego o meu vendo a mensagem de Arthur no grupo.
Cavalo Arthur: sabe o que a gente poderia fazer amanhã?
Max: o que?
Cavalo Arthur: ir na pista de skate que tem aqui na cidade
- tem uma pista de skate aqui? - Max pergunta pra mim.
- você não sabia? - ele nega - tem uma quadra de esportes e pista de skate no centro, nós vivíamos lá nas férias.
- hmm, e você tem skate?
- tenho, mas não sei andar direito, sempre caio - respondo - e você?
- também tenho, posso te ensinar se quiser.
- vou ver se acho, deve tá na garagem jogado em um canto - rimos.
Cavalo Arthur: vão me deixar no vácuo?
Eu: calma peste
Eu: eu e o Max vamos sim
Ruivinha: óbvio que eu vou, meu lugar favorito depois das quadras de vôlei kkkk
Cavalo Arthur: blz, nos encontramos lá amanhã
Max: que horas?
Cavalo Arthur: acho que as 15h tá bom né?
Ruivinha: muito tarde, a Anne vai chegar dez horas da noite kkkkk
Eu: hahaha que engraçado
- Ei, por que meu contato tá salvo como Max?
- porque esse é seu nome ué - digo desligando o celular.
- nossa quanta consideração - ele faz uma cara triste.
- queria que eu colocasse o que? amor? - rio.
- nada mal, me dá seu celular que eu vou trocar meu nome.
Pego meu celular e o entrego depois de colocar a senha.
Max se inclina para que eu não veja o que ele está escrevendo e eu rio daquilo.
- prontinho - ele me entrega o celular.
- Estrela? E um emoji de estrela com um coração, que criativo - rio debochada.
- é, porque eu brilho - ele sorri piscando um olho pra mim.
- Max você não tá bem - rio.
- não mesmo, tô com frio, vamos voltar?
- já? eu amo um ventinho na minha cara digo vendo ele se levantar.
- então fica aí congelando - ele vira de costas e começa a caminhar em direção ao pequeno portão da praça.
- espera aí - levanto e vou correndo até ele.
- pensei que iria querer ficar congelada - ele fecha o portão.
- para de ser bobo - vamos antes que VOCÊ congele - dou ênfase na palavra.
Agarro o braço dele e caminhamos lado a lado até nossas casas. No caminho, comprimentamos algumas pessoas que eu nunca tinha visto aqui, deve ser porque não sou muito social.
- obrigado por passar esse tempo comigo - ele fala assim que paramos em frente ao meu portão.
- não foi nada, eu gostei também - sorrio.
- bom, até amanhã então - ele beija minha bochecha e logo vira de costas caminhando até sua casa.
Fico um tempo ali parada, até ele entrar e eu ficar sozinha ali. Abro e fecho o portão logo entrando dentro de casa, onde vejo meus pais deitados no sofá, cobertos por um cobertor bege e assistindo um filme totalmente agarrados.
Sorrio com a cena fofa e subo pro meu quarto.
Continua...Vocês acham que essa história vai ter um final feliz ou triste?
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Na Casa Ao Lado [Concluído]
Ficção Adolescente"Na Casa Ao Lado", um futuro dividido por menos de 2 metros de distância. Anne nunca se apaixonou por ninguém, mas isso mudou quando uma nova família se muda para o mesmo condomínio, por coincidência do destino, para a casa ao lado da sua. Alguns am...