II

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- Desculpa?- ela perguntou confusa.

- Desculpa eu. - falei envergonhada. - Deves me achar uma maluca agora.

- Não, é só que...- ela parou de repente. - Oh meu Deus! Jade? - ela levantou e olhou para mim emocionada. - És mesmo tu, não acredito. - depois de dizer isso ela me abraçou tão forte que eu consegui sentir toda a saudade que ela transmitia pelo abraço.

Eu disse que conheço a Becca desde sempre, certo? Acontece o mesmo com a Marie. Nós três morávamos no mesmo bairro. Nossos pais eram super amigos, aquele tipo de amigos de viajarem juntos e de passarem os feridos juntos, então a nossa amizade foi inevitável. Só que um acontecimento vez com que a família da Marie se mudasse para outro país, quando tínhamos mais ou menos oito anos, o que fez com que perdêssemos o contacto.

- Eu sabia que te conhecia de algum lugar. - disse enquanto nos afastávamos.

- Por isso me perseguiste até aqui? - ela disse divertida.

- Mais ou menos, não consegui me controlar, desculpa. - pedi um pouco envergonhada.

- Não tem problema. Eu nem me escondi atrás das bancadas do campo para te despistar. - ela disse a rir e eu ri junto.

- Faz muito tempo que não nos vemos, quase dez anos. - digo nostálgica.

- Mesmo, mudamos tanto nesse tempo, como é óbvio. Tu continuas perfeita como sempre. - elogia me deixando envergonhada.

- Obrigada, tu também. - o sino toca para nos lembrar de voltar para as salas. - Vemo-nos na hora da saída? Aposto que a Becca vai adorar ver-te.

- Ainda são amigas? Que inveja. - ela diz enquanto pega o seu caderno.

- Sim, somos. Eu e ela somos como unha e carne. - digo.

- Isso é bom. - ela diz com um tom estranho. - Vamos?

Concordo e vamos andando até as nossa salas. Despedimo-nos quando tínhamos de seguir direções diferentes. Entro na sala e por sorte o meu professor ainda não chegou. Sento-me no meu lugar que é do lado do da Becca e me viro para ela.

- Nem sabes quem voltou. - digo animada.

- Quem? - ela perguntou curiosa.

- A Marie. - eu disse com um sorriso enorme, mas a expressão que ela fez deixou-me confusa.

- Hmmm. Ok.- eu conheço a Becca e isso que ela acabou de fazer quer dizer " I don't like that bitch" ou "Eu não gosto dessa puta".

- Não me digas que ainda tens raiva dela. Depois de tanto tempo. - digo achando que ela já havia superado aquela rivalidade infantil.

- Eu não tenho raiva dela- tira o caderno da pasta e depois olha para mim . - Apenas não gosto dela e nem confio nela.- ela diz.

- Porquê?- pergunto enquanto a prof entra na sala.

- Tenho os meus motivos. - ela simplesmente responde.

Eu já sabia que elas tinham os seus desentendimentos, mas pensei que depois de todos esses anos isso tinha passado, ledo engano. O resto do dia arrasta-se lentamente até tocar o sino para a saída. Eu e a Becca seguimos lado a lado até a porta da saída. Já no lado de fora, sinto braços em volta do meu pescoço e sorriu.

- O quê que vamos fazer hoje? - pergunta Henry.

- Temos de fazer algo hoje? - rebate Becca.

- Claro, vamos festejar a volta às aulas. - ele falou e eu abanei a cabeça discordando.

Efeito borboleta 🦋 [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora