Último tempo de uma sexta feira. Nesse horário, já ninguém está a prestar atenção no que a professor diz, não temos nem vontade nem energia para tal. O que faz pensar que simplesmente não deveria existir, mas aí pensei, se tirarmos o último tempo, o penúltimo ficaria o último, e se tiramos o penúltimo, o antepenúltimo ficaria o último, então a solução é clara, tirar todos os tempos de aulas.Esse é o tipo de coisa que penso enquanto conto os segundos para o sino tocar. Os ponteiros do relógio encima do quadro branco, parecem arrastar-se quanto mais perto ficam do horário de saída. Os últimos cinco segundos mais parem uma hora e os últimos três uma eternidade. Mas finalmente, para alegria coletiva, o sino toca e todo mundo começa a marchar para fora das salas sem olhar para trás.
- Fim de semanaaaaaa! - Becca berra bem no meu ouvido. Ela ama os fins-de-semana , menos no inverno. Na realidade ela não gosta do inverno. Diz que trás o que há de pior em si e que acaba com a sua criatividade. Não posso discordar, eu prefiro a primavera. Não existe estação melhor. O clima perfeito e as paisagens dominadas por pinceladas coloridas de flores compõe a melhor estação do ano.
- Ai Becca, não é preciso gritar. - reclamo enquanto escuto um barulho agudo no meu ouvido. - Acho que me deixaste surda pela milésima vez só nessa semana.
- Não precisas exagerar pudim. - ela diz enquanto saímos da sala. Depois de ver a cara que eu faço acrescenta. - O quê? Não gostaste da alcunha? Devias sentir-te honrada, não há nada que eu goste mais do que pudim.
- Nem de mim? - pergunto a entrar na brincadeira. A Becca é louca por doces e desde sempre pudim esteve no topo do seu ranking de coisas preferidas. Porquê? Perguntam vocês. Porque segundo ela "ele é tão simples e tão perfeito, desde a sua consistência até ao seu divino sabor".
- Nesse momento vocês estão lado a lado, mas se fizeres um pudim do jeitinho que eu gosto, talvez possas ultrapassa-lo. - ela diz enquanto arruma os livros no cacifo.
- Não acredito que vou competir com um pudim. - digo e depois rimos.
- Agora baixaste um degrau por teres o menosprezado. - ela diz.
-Oh! Perdoai-me senhor pudim por ter o menosprezado, eu, uma mera mortal, nunca entenderá toda a sua grandeza. - digo e faço uma mini vênia para ela enquanto saímos da escola.
- Achei estranho, mas não se julga a religião dos outros, né? - Chris comenta.
- Chris do meu coração, como ficaram os nossos planos para esse fim de semana? - pergunta Becca e eu olho para a Chris.
- Bem, tem a festa de "boas-vindas"no sábado a noite na casa do Luke Anderson, o capitão da equipa de futebol. Mas... - ela não conseguiu acabar de falar porque a maluca da Becca saltou para cima dela e a abraçou forte.
- Tu és a minha salvação, por isso te tenho como amiga, arranjas sempre as melhores festas e saídas. - ela diz e depois enche a coitada de beijos. A Becca é bem exagerada, eu entendo o porquê de muitas pessoas não gostarem dela, de fora parece que ela é forçada, mas ela é assim espontaneamente.
- Tá, tá Becca, eu sei que me amas mas não tem necessidade de me asfixiares. - Chris reclama afastando-se do aperto da Becca. - Posso considerar o nosso relacionamento como abusivo? Quer dizer, ela quase me matou de amor. - Chris diz divertida e rimos. - Como eu dizia, tem uma senha para entrar na festa, mas ela só será divulgada amanhã. Quando ela for divulgada envio para vocês. - ela diz.
Do nada minha visão fica preta, não porque estou tonta ou porque desmaiei, mas sim parece que taparam os meus olhos com alguma coisa. Braços fortes envolveram a minha cintura e me erguem do chão me pondo no ombro de alguém. Tudo isso acontece em menos de dez segundos por isso gritei pelo susto.
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Efeito borboleta 🦋 [Concluído]
Ficção AdolescentePLÁGIO É CRIME! NÃO COPIE, CRIE! Tal como na teoria do efeito borboleta, pequenas situações trarão enormes e irreparáveis mudanças na vida de uma adolescente de 17 anos chamada, Jade Moore. Jade terá de aprender a lidar com cada uma dessas situaçõ...