Se tem uma coisa que me deixa desconfortável é estar no meio de uma guerra, e é nessa situação que me encontro agora. Sinceramente, eu imaginei que quando elas se reencontrassem no mínimo seriam simpáticas uma com a outra, mas eu atirei bem longe. Essa minha esperança tinha sido abalada quando dei a notícia, de que a Marie tinha voltado, à Becca mas ainda tava lá, só acabou de vez quando a Becca nem sequer a cumprimentou. Prometi à Marie que falaria com a Becca e aqui estou eu, frente a frente com a menina dos cabelos cacheados cor de rosa pastel. Ela já parece saber sobre o quê que quero falar, pois me olha com acusação em seus olhos mel, ela acha que estou do lado da Marie, mas eu não estou. Apenas quero que elas possam conviver juntas no mesmo ambiente sem se ofenderem. É pedir muito?- É. - responde Becca, parece que falei tudo que estava a pensar.
- Mas eu não entendo o porquê? Vocês não eram assim quando éramos crianças. - digo. Se bem me lembro elas conviviam bem uma com a outra, embora discordassem bastante, elas não estavam constantemente a atacar-se.
- Porque éramos crianças. Eu não a suporto e nem confio nela, quantas vezes tenho de falar isso? - Becca diz a arrumar os livros na cacifo. A Becca é o tipo de pessoa que quando não curte algo deixa bem explícito. Lembro que, quando éramos pequenas, se ela não estava a gostar da viagem ficava rabugenta e reclamava de tudo, mas eu sempre conseguia com que ela descobrisse algo que a despertasse o mínimo interesse para não ficar tão chata.
- Eu não quero que gostes dela. Apenas quero que vocês convivam sem se ofenderem. É pedir demais? - apelo. A Becca é uma pessoa difícil de lidar para alguns, mas eu já a conheço e sei como a convencer.
- Já disse que é, mas como parece algo importante para ti eu posso tentar. - ela finalmente desiste, isso faz com que um sorriso enorme domine o meu rosto.
- Ai Becca, nem sabes como te amo. - digo enquanto a abraço apertado. A Becca é uma das pessoas mais importantes da minha vida, e a Marie no passado foi, por isso, por mais que no final escolhesse a Becca, não queria ter de escolher entre ás duas.
- Sei sim Jade. - ela diz e ri. - E é por isso, e por te amar muito também, que eu vou tentar não a provocar. - ela diz e desfazemos o abraço. A Becca é uma das pessoas mais lindas que conheço. Sempre tão expressiva em todos os sentidos, a sua aura de artista imana por todos os seus poros. Ela se expressa pela roupa, cabelo, maquiagem, pelas suas pinturas e desenhos. É um ser intenso e apaixonante, do tipo que ou se ama ou se odeia. Não dá para se ser indiferente a sua presença. Por isso a admiro tanto.
- Promessa de mindinhos. - digo e levanto o meu mindinho para fazermos a promessa. Essa promessa pode ser tosca para a maioria das pessoas, mas eu e a Becca levamos ela muito a sério.
- Sério? - ela reclama, mas junta o dedo dela ao meu selando assim a promessa. - Quando é que vamos parar de fazer isso? - ela pergunta como sempre faz, quando selamos uma promessa de mindinho.
- Nunca. - e eu respondo como sempre faço, quando selamos uma promessa de mindinho.
Depois dirigimo-nos para a sala, quando o sino toca. Se tem uma aula, que por mais que me esforce, não consigo prestar atenção é a aborrecida aula de inglês da miss Perrie. Essa falta de atenção tem dois motivos muito válidos. Motivo nº1: eu já sei falar inglês até porque foi a primeira língua que aprendi; motivo nº2: a fala dela é tão arrastada quanto um caracol em uma subida íngreme. Sério, parece que ela se esforça para falar e para se manter acordada, na minha opinião ela devia estar já na reforma. Mas como é apenas a minha opinião, ela está a "ensinar" sobre uma tipologia textual qualquer para um bando de adolescentes adormecidos ou entretidos com qualquer outra coisa.
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Efeito borboleta 🦋 [Concluído]
JugendliteraturPLÁGIO É CRIME! NÃO COPIE, CRIE! Tal como na teoria do efeito borboleta, pequenas situações trarão enormes e irreparáveis mudanças na vida de uma adolescente de 17 anos chamada, Jade Moore. Jade terá de aprender a lidar com cada uma dessas situaçõ...