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Bianca

Manoela estava se mostrando uma garota legal. E claramente precisava de uma ajudinha em relação ao Igor.

Na nossa tarde de compras, ela mencionou o fato de Igor não a achar atraente. Só se ele fosse burro, pois a Manoela era linda, bastava caprichar um pouco mais em alguns detalhes do quesito produção. Com certeza, poderia frequentar os melhores lugares comigo que passaria fácil, fácil por alguém da high society.

Nosso dia foi agradável, a cidade vizinha não poderia ser considerada um grande centro, mas pelo menos tinha um shopping, coisa de que esse fim de mundo nunca tinha ouvido falar.

Depois de muita insistência de Manoela, eu acabei comprando algumas roupas mais interioranas, mas claro que daria um jeito de adaptá-las ao meu estilo.

Igor nos acompanhou o tempo todo, e eu consegui perceber o porque de Manoela se sentir insegura.

O cara precisava de um empurrãozinho, era muito tímido. Ficava encarando a Manu, mas, assim que alguma de nós o flagrava, ele desviava o olhar. Típico!

Já no caminho de volta, o celular do Igor tocou e eu pensei que seria Rafaella, mas fiquei decepcionada quando ele colocou o telefone no viva-voz.

— Fala, camarada! — Igor atendeu.

— Igor, você está na cidade?

Murchei no banco quando percebi que não era Rafaella, mas então me lembrei da noite anterior e me ergui novamente. Idiota!

— Chegando, por quê?

— Cara! Meu carro caiu em uma vala, preciso de sua caminhonete para rebocá-lo.

Escutei a conversa e me parecia que alguém precisava de ajuda.

— Vou levar mais uns dez minutos para chegar aí.

— Valeu, cara.

Manoela, que estava ao seu lado, perguntou o que tinha acontecido.

— Felipe... Olha, vou ter que deixar vocês esperando na casa de Rafaella para ir socorrê-lo.

— Nem morta! — Gritei assim que ele disse que me levaria para debaixo do mesmo teto que a caipira.

— Deixa a gente no Taurus. Eu e Bianca tomamos uma cerveja até você voltar — Manoela interveio. Acho que ela percebeu que eu não ficava confortável perto da sua prima.

— Ok, mas tomem cuidado — respondeu olhando para Manoels, e eu revirei os olhos.

Até eu, que nunca tinha me apaixonado, via que o cara era doido por ela.

Igor nos deixou no bar. Ainda bem, pois de jeito nenhum eu voltaria para a casa daquela brucutu. Eu ainda estava com muito ódio pela noite anterior.

Eu e Manoela começamos com uma cerveja, e percebi que ela era fraca para o álcool, pois ficou alegrinha imediatamente.

— Um brinde aos idiotas! — Ela levantou a garrafa e eu fiz o mesmo. Isso vai render.

De uma Manoela alegrinha para a que estava completamente bêbada arrancando a camisa foi um pulo. Nem mesmo eu poderia explicar como tínhamos ido tão longe, mas sabia que estávamos nos divertindo. Percebi que ela precisava apenas de um empurrãozinho para se soltar e, é claro, me senti realizada em ajudar.

Mas eu sabia que, assim que os dois caipiras chegassem, a situação iria desandar.

E foi o que aconteceu.

Igor quase enfartou quando nos pegou em cima da mesa. E dizer que eu fiquei feliz ao ver a cara de ódio de Rafaella seria o eufemismo do século, pois eu estava nas nuvens.

Domando Corações - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora