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Rafaella

— Cara, por que você fez isso? — Igor me perguntou assim que saí da arena.

Passei o tempo que me preparava para montar pensando naquela patricinha e decidi me vingar. Sabia que a Cristal ficaria possessa. Então criei aqueles versos de última hora e decidi declamar para todo mundo ouvir.

— Cadê eles? — Perguntei.

Apesar de estar feliz por ter permanecido oito segundos em cima do Coragem, ainda tinha que resolver o problema das meninas. Igor continuava possesso e eu não conseguia esquecer a Cristal nos braços do Diogo. Porra!

Será que Igor tinha razão quando disse que eu estava me apaixonando pela dondoca? Era castigo, não havia outra explicação.

— Já devem ter ido. — Igor marchava até a caminhonete. — Você demorou um século distribuindo autógrafos.

Antes que ele partisse e me deixasse para trás, eu entrei na caminhonete, e, imediatamente, ele arrancou. Ainda bem que meu amigo não tinha bebido, senão as coisas poderiam ter sido ainda piores.

Vinte minutos depois chegamos à fazenda do Petrix. Estava cheia como sempre, e estacionamos próximo aos outros carros. Descemos pela trilha que dava acesso ao local e eu já podia ouvir o som do violão junto com o da galera cantando.

Assim que chegamos, algumas pessoas nos cumprimentaram. Entre eles, estava a Flay, sentada em uma cadeira de praia próxima à fogueira. Ela me olhou e, discretamente, apontou para onde estava Bianca.

Sentada ao lado do Diogo, ela ria de algo que devia ser muito engraçado. E eu tinha uma séria desconfiança de que a piada era sobre mim.

Manoela estava em pé, encostada em uma árvore. A conversa entre ela e o Petrix parecia ser mais séria. Igor estava prestes a correr em direção a eles, então eu parei em sua frente e o segurei com as duas mãos.
— Calma lá, amigo. Me deixa resolver isso. Vou falar com a Manu e, apesar de ainda não concordar muito com a ideia de vocês ficarem juntos, acho que precisam conversar.

Igor olhou para mim e de volta para onde estavam Manu e Petrix, que ainda não tinham percebido a nossa presença.

— Tira ela de lá agora, Rafaella. Antes que eu faça uma besteira. — Foi a única coisa que ele conseguiu falar.

Fui até eles e, no caminho, passei por Bianca, que se levantou e me seguiu, deixando Diogo sentado.

— O que você vai fazer, Rafaella? — Perguntou.

— Não é da sua conta — respondi seca sem me virar.

Quando cheguei perto, Manoela levantou os olhos e me viu. Ela nitidamente ficou com medo e saiu de perto do Petrix para ir ao meu encontro.

— Rafa... — Ela implorava com os olhos para eu não fazer uma besteira.

— Manu, vamos embora — disse e a puxei pela mão, arrastando-a atrás de mim. Se demorasse mais um minuto, seria capaz de Igor jogar Petrix no lago. Resolvi evitar.

— Rafaella! — Petrix estava atrás de nós com cara de poucos amigos. — Manu agora é minha namorada, e quero que você respeite isso —disse ele, e eu não conseguia acreditar que ele era tão burro a ponto de se deixar levar pela minha prima.

Vi que Bianca estava do outro lado observando a cena e mantive Manu junto a mim. A música tinha parado e todos nos encaravam para ver se aquilo ia dar em briga. O local era um pouco escuro, apesar da claridade que vinha das tochas e da fogueira.

— Petrix, não me leve a mal. Mas preciso conversar com a Manu. Se amanhã ela ainda insistir no namoro, vocês terão a minha aprovação, ok? — respondi, ele assentiu e não retrucou. — E você, vem também. — Apontei para Bianca, que cruzou os braços e fechou
a cara.

Domando Corações - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora