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Bianca

Eu não acreditava no que estava acontecendo. Só podia ser brincadeira.

— Cala a boca, Ivy! — Disse alterada, repreendendo-a. Tanto por ter dito aquele absurdo sobre Rafaella quanto por ter se apresentado como minha namorada. Ivy sabia muito bem que não éramos namoradas. Nossa relação sempre tinha sido bem clara, e eu não entendia o que ela estava fazendo ali. E muito menos por que agiu  daquela forma diante da Rafaella.

— Bianca? — Rafaella me chamou mais uma vez. — Estou esperando uma  resposta. O que está acontecendo aqui? — Perguntou, ríspida.

Seu semblante foi ficando  cada vez mais abalado.

Minha vontade era de matar a Ivy. Rafaella já estava tão desanimada e inconformada com a sua situação atual que não precisava de mais aquela palhaçada. Antes que Ivy pudesse dizer outra idiotice, eu agachei para ficar na altura dos olhos de Rafella.

— Confia em mim — pedi e dei um beijo de leve em seus lábios. Rafaella olhava de um jeito perdido para Ivy e então, balançou acabeça. Para não deixar dúvidas do que eu sentia, segurei seu rosto e a encarei. — Eu sou apaixonada por você. Não pense que se livrará de mim, peã.

Levantei, e parecia que tinha conseguido acalmar Rafaella, apesar de sentir a raiva pairando sobre ela.

— Zé Luís, eu pedi para que preparassem um quarto aqui embaixo para Rafaella. Acomode ela, por favor. — Olhei para a visitante, que me fitava friamente. — Tenho um problema para resolver. — Passei a mão pelo braço de Ivy e a puxei em direção ao galpão. Ela seguiu sem falar nada; na verdade, a desgraçada ria.

— Uma aleijada, Bianca? Serio?! Você já teve dias melhores.

— Cala essa boca, Ivy! — Gritei, e ela arregalou os olhos, perplexa. Sem contar quando transávamos, acho que nunca tinha gritado com Ivy. Não me lembrava sequer de ter conversado seriamente sobre qualquer assunto com ela. — O que você está fazendo aqui?

Ela encostou um pé na parede e cruzou os braços, me encarando. Eu sempre achei que ela era o tipo de mulher ideal para mim. Morena, curvas definidas por causa da academia e era/é do mesmo nível social que o meu. Tudo que eu queria antes de conhecer Rafaella, mas que já não fazia mais o menor sentido.

— Vim atrás de você, Bianca. — respondeu, se afastando da parede e se aproximando de mim. Dei dois passos para trás, mantendo distância. —Que porra está acontecendo, Bianca? Primeiro, eu te ligo durante duas semanas sem você sequer me atender. Também não respondeu nenhuma mensagem da Marcela. Depois, quando chego aqui, dou de cara com você de casinho com uma caipira fodida. E agora você me rejeita? — Ivy completou, alterando o tom de voz. Eu juro que já estava ficando cansada da
maneira como ela falava de Rafaella.

— Em primeiro lugar, Ivy, nós não somos namoradas, e você sabe muito bem disso. — Apontei o dedo no rosto dela. — Em segundo, não pedi para você vir atrás de mim. Em terceiro, Rafaella, a caipira fodida, é a minha namorada. Agora, você me faria um grande favor se mandando daqui imediatamente —completei, mas, quando me virei para sair, Ivy segurou meu braço com uma força absurda.

— Você está de brincadeira, ne gata? — disse ela, e eu pude ver a raiva em seus olhos. Acho que nunca tinha visto Ivy tão chateada. — Para de brincar de fazenda feliz e vamos embora. — Saiu me arrastando, enquanto eu tentava manter os pés no lugar.

— Ficou louca, Ivy? Solta meu braço! — Gritei e escutei alguém chamar por ela, que parou imediatamente de me puxar.

Voltei a atenção para o caminho que dava para a porta lateral da casa e vi minha melhor amiga caminhando em minha direção. Porra! Marcela também está aqui.

Domando Corações - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora