Bianca
— Não! Quero ficar com você! — Implorava, mas o olhar dela era de raiva. Mas por que raiva?
Olhei para trás, e as mãos que me arrastavam para longe da Rafaella eram do Petrix.— Vamos, Bianca, deixa o pessoal ajudá-la. — Ele tentava me acalmar, esfregando as mãos em meus ombros. — Vai ficar tudo bem.
Joguei os braços para cima e comecei a chorar.— Como assim bem? Não tem nenhuma ambulância. Tem pelo menos hospital nessa porra de cidade? — Estava desesperada. Rafaella precisava de cuidados.
De longe, acompanhei o resgate. Estava muito aflita, algumas pessoas começaram a ajudar a Rafaella. Não sei de onde surgiu, mas havia uma maca antiga, na qual ela estava sendo colocada e imobilizada.
— Calma, Bianca. Alguns de nós fizemos curso de primeiros socorros, inclusive o Diogo. Vamos dar assistência a Rafaella e na cidade tem ambulância. Se for preciso, ela vai ser levada ao hospital da região. Mas fica calma, ainda não sabemos o que aconteceu.
Petrix me abraçou e eu tentei não chorar, mas foi impossível. Chorei pedindo proteção para aquela que já era dona do meu coração.
Uma caminhonete entrou na arena e vários homens levantaram a maca que mantinha Rafaella imobilizada. Seu rosto estava pálido, e seus olhos, arregalados. Quando vi a maca sendo colocada na caçamba da caminhonete, corri em direção a ela.— Me deixa ir com ela? — Pedi ao Diogo, que balançou a cabeça negando. — Por favor! — Implorei.
— Ela precisa de espaço, Bianca. Avisa ao Zé Luís e diga que estamos levando ela para o Hospital Regional — Diogo disse apressado e entrou na caminhonete.
Saí correndo em direção ao meu carro. Não tinha levado o celular e precisava falar com Zé e com a Manu. Meu Deus, como eu ia contar para ela que Rafaella... Ai, meu Deus, não gosto nem de pensar. Petrix me acompanhava a passos largos, com o celular na mão e um olhar de frustração.
— Você não está em condições de dirigir — disse ele, e eu não argumentei, pois não estava mesmo. Dei a volta e me sentei no banco do carona, enquanto Petrix ajustava o banco para dirigir meu carro. Ele me entregou o celular e vi o nome do Roney nos contatos. — Fica tentando ligar. Não está completando chamada.
Petrix ligou o carro e partiu rápido em direção à fazenda. Tentei ligar várias vezes para Zé Luís e para Manoela, mas nada de a ligação completar.
Graças a Deus Petrix foi rápido e, pouco depois de passarmos a porteira da entrada da Girassol, paramos em frente a uma casa simples, rodeada por um cercado branco. Não conhecia o local, nem de quando era criança. Vi a caminhonete do Igor estacionada na entrada. Eu e Petrix descemos juntos, Manu, Igor e Zé Luís foram nos receber.
— O que você está fazendo aqui? — Igor chegou gritando e eu entrei na frente antes que ele partisse para cima do coitado do Petrix, não era momento para aquilo.
— Bianca, você está chorando? — Manu perguntou, vendo meu estado.
Eu estava encolhida, abraçando o meu próprio corpo, sem forças para falar.— A Rafaella...
— O que tem minha sobrinha? — Zé Luís questionou, nervoso.
Vendo minha fraqueza, Petrix se aproximou de mim, ficando ao meu lado.
— Rafaella caiu no treino e foi levada para o hospital. — Vi Manoela empalidecer e se agarrar ao Igor, que a segurava para que ela não desabasse. Zé Luís franziu o cenho, preocupado.
Engoli em seco antes de completar a notícia:
— Ela disse que não sentia as pernas. — Minha voz saiu estrangulada pela dor. Dor que Manu passou a compartilhar comigo.
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Domando Corações - Rabia
Romance"O que fazer quando dois mundos totalmente diferentes se chocam? Bianca sempre teve tudo o que desejava, mas após ser obrigada a passar alguns dias em uma das fazendas da família, ela vai descobrir que nem tudo está ao alcance de suas mãos. Uma peã...