Domando Corações - Rabia

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Bianca

Eu me virei e me embriaguei com a sua visão, mais uma vez abalando os meus sentidos.
Estava linda como sempre e, o melhor, caminhava até mim. Lançou um olhar mortal em direção a Bárbara e parou na minha frente. Meus olhos estavam presos aos dela. Eu suava, tremia, chorava e sorria. Tudo ao mesmo tempo.

— Você tem a mim para amar. — Pisquei sem entender o que ela falava. — Meu coração é seu, Bianca, minha Bia linda. — brincou com o apelido e passou a mão no meu rosto, secando as lágrimas que rolavam, e eu me atirei em seus braços. Pulei em seu pescoço e a abracei tão forte que quase quebrei suas costelas. — Me perdoa, Bia. Eu demorei demais. Diz que não me esqueceu. Não suportaria voltar sem você. — Rafaella segurou meu rosto entre as mãos e eu vi a dor refletida em seus olhos. — Diz que me
perdoa. Por favor! Por favor! — pediu, desesperada.

Se seguisse minha cabeça, eu a mandaria para o inferno e me afastaria dela o mais rápido possível. Sofri muito pela Rafaella. Fiquei dias sem comer, sem dormir, e, mesmo depois de cinco meses, ainda não levava uma vida normal. 

Mas tudo o que eu mais tinha desejado em meus sonhos era que ela me quisesse de volta em sua vida. E ela estava ali. Na minha frente, pedindo perdão. O que eu posso fazer?

Com minha falta de respostas, Rafaella tentou se afastar. Suas mãos deixaram meu rosto e caíram ao lado do corpo. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, e, quando uma rolou por sua face, meu coração se despedaçou. Rafaella estava chorando por mim. Pelo meu perdão. E eu não conseguiria negar a ela. Não conseguiria negar isso a nós. Meu coração pedia, implorava e suplicava para voltar a ter aquele sentimento novamente. Amar e ser amada. A sensação de se doar incondicionalmente e receber de volta todo o carinho possível.

Dei dois passos à frente e levei a mão carinhosamente até sua face. Rafaella fechou
os olhos e fez uma expressão de alívio. Não contive a vontade de senti-la novamente. No
segundo seguinte, nossas bocas já se transformavam em uma só. Meu quadril havia sido laçado por braços que me puxavam para perto. Heloísa me levantou do chão, me
segurando no ar e me rodopiando enquanto meus lábios matavam a saudade do seu gosto,
me fazendo sorrir entre o beijo. Fiquei embriagada, entorpecida pelo seu cheiro que me invadia. Um cheiro muito familiar.

Cheiro da Rafaella.

— Vamos sair daqui. — Ela me colocou no chão e puxou pelo braço.

— Bianca? — ouvi Bárbara me chamar e me virei para olha-la e Rafaella também parou suspirando — E eu? Não respondeu minha pergunta? — senti Rafaella ao meu lado bufar. Eu olhei pra ela e pedi calma segurando seu rosto para me olhar.

— Rafaella, fica cal..

— Esta bem, Bia. — Falou e fechou os olhos exalando o ar — Não vou fazer nada —respondeu abrindo os olhos e sorrindo meigo pra mim.

Eu não poderia estar mais apaixonada por ela. Primeiro ela vem até mim pedir perdão, e agora se controla para não voar em cima da Barbara e criar uma confusão. Porque só o pouco tempo que passei com ela já deu pra perceber como ela resolve as coisas. Mas não, a Rafaella que vejo em minha frente agora, está completamente diferente daquela que conheci.

Sorrir com as suas palavras e beijei seu rosto.

Me virei para Bárbara e falei: — Lembra quando disse que não estava pronta para um relacionamento agora, por que não conseguia amar mais ninguém? — perguntei a Bárbara que assentiu confusa — É por que houve alguém que me fez entender como deve amar uma pessoa, sem ignorância, sem antipatia, sem desrespeito. E eu nunca seria capaz de esquecer isso. — falei embriagada pelas lágrimas em meus olhos, e segurei na mão de Rafaella ao meu lado, entrelaçando. — Essa pessoa me salvou. E eu a amo demais para esquecer. — encarei Rafaella e a mesma sorria com seus olhos brilhando também por conter algumas lágrimas.