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Rafaella

- E o que você vai fazer? - Perguntei, assim que Bianca entrou no quarto. Fiquei com Manu enquanto ela conversava com as visitantes.

Estava extremamente irritada e não podia fazer nada para chutar a desgraçada para fora: estava entrevada em uma cama, e todo mundo insistia em se revezar para não me deixar sozinha, como se eu fosse uma criança, e ainda mais essa. Parecia brincadeira. Essa história de carro quebrado não colou comigo.

- O que eu já fiz, você quer dizer - disse ela, caminhando até mim. Minha prima saiu do quarto assim que Bianca chegou, e pela cara da Manu, ela estava bem chateada com a amiga.
Conversaria com ela depois.

Bianca se sentou ao meu lado e me fitou diretamente nos olhos. Estava impressionada com a sua firmeza. Na verdade, desde que chegou ela sempre teve esse olhar altivo, mas o fato de aceitar tão bem estar apaixonada por alguém naquelas condições me deixava muito surpresa. Sem falar em tudo que fez para me receber em sua casa.

- E o que você fez? - Eu ainda queria uma resposta.

- Pedi ao Zé Luís que deixasse Ivy em um hotel na cidade. Marcela vai ficar aqui, no meu quarto. Ela vai voltar com o meu pai, que deve chegar em alguns dias - explicou. Ouvir Bianca falar sobre o pai - que também era meu patrão - me deixou incomodada. O que ele iria pensar ao ver uma simples empregada morando com a sua filha na sua fazenda? Meu Deus, onde eu estava com a cabeça quando aceitei essa... essa.. maluquice?

- Bianca... - chamei, e seus olhos castanhos me encararam. - Não sei se é certo eu estar aqui. Você não tem obrigação de cuidar de mim, e seu pai pode não gostar de me ver aqui. Na verdade, estou me sentindo mal com tudo isso. - Tentei não soar ingrata. E, assim como eu esperava, ela fez cara de desgosto.

- Garanto a você, meu amor, que meu pai fez questão que você tivesse o melhor tratamento possível - disse passando a mão pelo meu rosto, fazendo um carinho. Seu toque era um acalento em meio ao turbilhão de coisas que eu sentia. - E é isso que eu também desejo. O melhor, para a melhor. - Sorriu lindamente e eu me esqueci do assunto da conversa.

- Vem aqui.

Eu a puxei para a cama. Bianca se aninhou ao meu lado e começou a subir e descer os dedos no meu peito. Estremeci ao sentir sua mão macia descer até a barra da minha camiseta e tocar minha pele.

- Bianca - murmurei em advertência, mas ela ignorou minha súplica e continuou a me torturar. Sua mão passeava por baixo da minha camiseta e subia pela minha barriga em direção aos meus seios. Não sei se foi pelo fato de estar há semanas sem sexo, mas aquilo me deixou extremamente excitada. Fiquei surpresa, pois pensava que não conseguiria sustentar uma excitação, mas, só de sentir sua mão em minha pele, fiquei tensa.

- Vamos tentar - implorou ela com a voz carregada de desejo. Sua boca distribuía beijos no meu pescoço, - Preciso do seu toque em mim - minha pele se arrepiava com sua língua próxima à minha orelha. - Te desejo tanto que chega a doer.

Não aguentei ouvir seu pedido. Nossos olhos se cruzaram e imediatamente encarei sua boca, que implorava para ser beijada. Não contive a vontade.

Bianca levantou um pouco o corpo, ficando com o rosto bem próximo. Tomei sua boca com urgência. Quando senti o gosto daqueles lábios, eu enlouqueci. Como eu queria estar inteira para ela... Estávamos sozinhas em uma cama, e minha vontade de me enterrar em seu corpo perfeito era avassaladora. Desejei voltar no tempo e reviver o único dia em que estivemos juntas. Tão juntas e completas como uma só.

Bianca levantou mais minha camiseta e começou a gemer em minha boca, o que me excitou ainda mais. Não suportava o tesão que me possuía e comecei a tirar sua blusa.
Foda-se! Precisava dela, de estar com ela, de vê-la gozar. De ver seus olhos castanhos brilharem enquanto ela gritava meu nome.
Precisava fazê-la minha de novo.

Domando Corações - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora