2 - Treino De Yoga

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Eu disse que voltaria semana que vem, mas calhou de acabar o capítulo hoje, então aproveitem. Beijos.


Desde o incidente do primeiro dia, Katsuki se assegurava de tomar todas as providências necessárias para não ter de encarar o novo vizinho, certo de que ele o achava um cara estúpido e grosso pela maneira rude com a qual chegou e partiu, sem nem a...

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Desde o incidente do primeiro dia, Katsuki se assegurava de tomar todas as providências necessárias para não ter de encarar o novo vizinho, certo de que ele o achava um cara estúpido e grosso pela maneira rude com a qual chegou e partiu, sem nem ao menos deixá-lo se apresentar.

Se bem que viver enclausurado no apartamento também não passava uma boa impressão, certo? Só adicionava os adjetivos "louco" e "introspectivo" à lista imaginária que segundo Katsuki — e acreditava piamente nessa verdade — o alfa tinha feito de si.

Esquisito, rude e solitário. Talvez não estivesse tão errado assim no final das contas, afinal Katsuki aprendera a apreciar a liberdade e quietude da solidão, quando podia simplesmente não ser nada nem ninguém.

Definitivamente era bizarro.

Decidiu que se esconder e ignorar a existência dele seria a melhor saída, mesmo que a imagem dele de calça moletom, sem camisa e molhado pela chuva, bufando de cansaço por estar em uma falsa disputa insistisse em lhe assombrar a cada fechar de pálpebras.

Ele tinha os cabelos tão bonitos, longos e um sorriso encantador, como um modelo de alguma grande empresa em meio a uma sessão de fotos sensuais e...

Inferno, tinha que parar de pensar nele ou viveria de banhos gelados.

O grande problema é que por mais que quisesse não conseguia simplesmente ignorá-lo, pois ele era um sujeito barulhento em uma intensidade absurda e as atividades que praticava seguiam a mesma energia. Levou certo tempo para Katsuki aceitar que o novo vizinho tinha trazido consigo todos os sons do universo parte na mala, parte empacotado na mudança.

Os sons eram os mais variados, desde instrumentos musicais — com um enorme destaque para a maldita bateria eletrônica que muito se assemelhava à alguém batucando o traseiro do demônio —, aos vídeos que ele filmava para a plataforma de Youtube (que foi inclusive onde ele descobriu que o som de socos secos sobre alguma superfície distendida vinham da bateria).

Não que fosse stalkear o sujeito como um solitário desesperado, estava longe disso, apenas calhou de estar perto e escutá-lo gritar o nome do canal para os seguidores enquanto praticava Yoga na sala, algo que lhe chamou a atenção e roubou sua paz e concentração a ponto de lhe tirar a paz de espírito.

Assim descobriu não somente o nome dele como também o dos amigos barulhentos que conhecera na primeira mudança, com a adição de uma quarta garota ao grupo, de pele negra, cabelo rosado e muita presença de espírito. Os quatro vivam gravando podcasts sobre os mais diversos assuntos, nenhum deles interessante ao ômega, contudo se pegou assistindo a todos, preso no encanto que o sorriso do alfa lhe causava.

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