28 - Ausente

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Hello, darlings. O bichinho do ânimo me pegou de jeito ontem e eu escrevi esse capítulo para não deixá-los sofrendo por muito tempo.

O cheiro de ambiente estéril foi o que primeiro atingiu Katsuki quando ele despertou

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O cheiro de ambiente estéril foi o que primeiro atingiu Katsuki quando ele despertou. Automaticamente torceu o rosto em uma careta de desagrado, enjoado com o aroma de assepsia, medicamentos e alvejante. Detestava aquela combinação de produtos químicos e inibidores, sempre o incomodou e agora parecia ainda mais acentuado. 

Não demorou muito para a mente se situar, embora os pormenores ainda lhe fossem desconhecidos. Estava em um hospital e pelo soro em sua veia e a sensação de letargia no corpo, desconfiava que tinha sido por algo realmente sério. 

— Finalmente acordou, Bela Adormecida — virou o rosto na direção da voz de Mina, encarando-a com as sobrancelhas franzidas — achei que ia precisar convocar um príncipe para te beijar. 

— O que aconteceu? — a voz saiu rouca pelo tempo que passou adormecido, a língua pesada como um monte de carne sobre o qual não tivesse muito controle. 

— Você passou mal, desmaiou e eu te trouxe para o hospital — ela disse, acariciando de leve o dorso da mão do ômega — Teve um pouco de comoção também, desespero e até algumas lágrimas, da minha parte é claro, mas são detalhes. 

Quase podia evocar mentalmente a imagem de Ashido fazendo exatamente o que relatou e um estranho desconforto o atravessou.

Katsuki grunhiu, a testa franzida e a mente ainda zoneada, desejando mais respostas.

— E exatamente porque eu desmaiei? Os médicos já falaram o motivo? 

— Estou esperando por isso há algumas horas. Eles fizeram alguns exames, anotaram nas pranchetas e fizeram muitas caras sérias e se foram depois de administrar um ou dois remédios. Inclusive acredito que um deles ainda esteja sendo absorvido nesse instante porque eles diluíram no soro — apontou para o suporte onde a bolsa com soro estava pendurada e Katsuki acompanhou o movimento com o olhar.

Um silêncio desconfortável recaiu sobre o quarto depois disso. Mina parecia tentada a perguntar algo e Katsuki não sabia se realmente estava com disposição de responder, ainda incomodado com o aroma neutro do lugar. Estava tão errado e ele desejou mais do que nunca rastejar para dentro de seu ninho onde estaria quente, seguro e confortável, rodeado pelos aromas familiares. Daria qualquer coisa para poder apreciar ao menos um pouco do perfume de terra molhada de Eijiro e não pensou muito antes de buscar e remover o adesivo bloqueador sobre sua glândula, inundando a sala com o aroma doce de caramelo com toques picantes de cravo e noz moscada. Não era o ideal, mas ajudava. 

— Bakugou, posso te perguntar uma coisa? — ali estava a pergunta que Katsuki havia previsto.

— Se for sobre o Eijiro, não. 

— Não é sobre ele, e sim sobre você. Sobre a sua... sabe, silhueta. 

Definitivamente ele não queria falar sobre aquele assunto, já imaginando a palestra que Mina lhe daria, uma vez que estava se formando em nutrição, então apenas grunhiu como resposta, esperando que ela entendesse. 

Na Porta Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora