Hello, darlings. O bichinho do ânimo me pegou de jeito ontem e eu escrevi esse capítulo para não deixá-los sofrendo por muito tempo.
O cheiro de ambiente estéril foi o que primeiro atingiu Katsuki quando ele despertou. Automaticamente torceu o rosto em uma careta de desagrado, enjoado com o aroma de assepsia, medicamentos e alvejante. Detestava aquela combinação de produtos químicos e inibidores, sempre o incomodou e agora parecia ainda mais acentuado.
Não demorou muito para a mente se situar, embora os pormenores ainda lhe fossem desconhecidos. Estava em um hospital e pelo soro em sua veia e a sensação de letargia no corpo, desconfiava que tinha sido por algo realmente sério.
— Finalmente acordou, Bela Adormecida — virou o rosto na direção da voz de Mina, encarando-a com as sobrancelhas franzidas — achei que ia precisar convocar um príncipe para te beijar.
— O que aconteceu? — a voz saiu rouca pelo tempo que passou adormecido, a língua pesada como um monte de carne sobre o qual não tivesse muito controle.
— Você passou mal, desmaiou e eu te trouxe para o hospital — ela disse, acariciando de leve o dorso da mão do ômega — Teve um pouco de comoção também, desespero e até algumas lágrimas, da minha parte é claro, mas são detalhes.
Quase podia evocar mentalmente a imagem de Ashido fazendo exatamente o que relatou e um estranho desconforto o atravessou.
Katsuki grunhiu, a testa franzida e a mente ainda zoneada, desejando mais respostas.
— E exatamente porque eu desmaiei? Os médicos já falaram o motivo?
— Estou esperando por isso há algumas horas. Eles fizeram alguns exames, anotaram nas pranchetas e fizeram muitas caras sérias e se foram depois de administrar um ou dois remédios. Inclusive acredito que um deles ainda esteja sendo absorvido nesse instante porque eles diluíram no soro — apontou para o suporte onde a bolsa com soro estava pendurada e Katsuki acompanhou o movimento com o olhar.
Um silêncio desconfortável recaiu sobre o quarto depois disso. Mina parecia tentada a perguntar algo e Katsuki não sabia se realmente estava com disposição de responder, ainda incomodado com o aroma neutro do lugar. Estava tão errado e ele desejou mais do que nunca rastejar para dentro de seu ninho onde estaria quente, seguro e confortável, rodeado pelos aromas familiares. Daria qualquer coisa para poder apreciar ao menos um pouco do perfume de terra molhada de Eijiro e não pensou muito antes de buscar e remover o adesivo bloqueador sobre sua glândula, inundando a sala com o aroma doce de caramelo com toques picantes de cravo e noz moscada. Não era o ideal, mas ajudava.
— Bakugou, posso te perguntar uma coisa? — ali estava a pergunta que Katsuki havia previsto.
— Se for sobre o Eijiro, não.
— Não é sobre ele, e sim sobre você. Sobre a sua... sabe, silhueta.
Definitivamente ele não queria falar sobre aquele assunto, já imaginando a palestra que Mina lhe daria, uma vez que estava se formando em nutrição, então apenas grunhiu como resposta, esperando que ela entendesse.
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Na Porta Ao Lado
RandomKatsuki é um ômega romancista que apenas deseja paz e silêncio para poder finalizar seus projetos, e foi essa necessidade que o fez comprar um apartamento em um prédio onde a maioria dos inquilinos são idosos. Seu nirvana pessoal, no entanto, agora...