Pois é, amades, estamos de volta, e sei que estão pensando 'Lá vem a arrombada brincar com nossos corações'. Bom, não posso me defender, dado o meu histórico, apenas deseja
A sensação de entorpecimento começou a regredir progressivamente, a medida que a consciência de Katsuki se estabelecia aos poucos. Era como descongelar aos poucos.
O som cadenciado dos bips e conversas foi a primeira coisa que chegou até ele, bem como o aroma nauseante de objetos esterilizados e produtos de limpeza. Seus olhos rolaram por debaixo das pálpebras muito antes dele conseguir abri-los, lentamente. Os dedos se moviam lentos, assim como a língua, arrastando-se pesadamente dentro da boca.
Levou cerca de cinco minutos até que despertasse completamente, fraco, nauseado e com uma dor de cabeça irritante, e mais dois até os pensamentos assentarem e ele perceber que estava em um hospital.
Os aparelhos apitaram ainda mais quando ele se agitou, o som do monitor cardíaco acelerou e disparou um alarme. Os acessos em seu braço o atrapalharam a sentar e ele não conseguia se mover o suficiente para mudar de posição.
Antes que se forçasse mais uma mão tocou seu peito e o fez recuar novamente para a cama e o perfume calmante de terra molhada inundou o quarto, entorpecendo seus sentidos.
— Calma, não se mexa tanto ou vai acabar perdendo as sondas e abrindo os pontos. — o alfa se moveu ao seu redor, encarando-o com aquele olhar carinhoso — Aqui, deixe eu te ajudar a ficar mais confortável — Afofou o travesseiro e o ajeitou, e Katsuki se permitiu apenas aceitar os cuidados dele, encontrando uma posição que não puxasse as fisgadas dolorosas que estava sentindo no baixo ventre.
A sensação dolorosa o fez olhar para baixo e ele tocou a barriga apenas para se certificar de que não estava alucinando. Eijiro o beijou na testa e puxou a cadeira para sentar mais próximo da cama, segurando a mão de Katsuki com cuidado.
— O que aconteceu? Cadê a Mirai, ela está bem?
— Sim, ela está, não precisa se preocupar com isso — Eijiro o acalmou prontamente, desenhando círculos em sua mão. Felizmente ele começou com a notícia mais importante, o que deixou Katsuki menos apreensivo — E você, como está se sentindo?
— Como uma batata amassada. — resmungou, suspirando de olhos fechados. A cabeça ainda doía e a sensação de enjoo era terrível — Eu não me lembro de nada, só de sentir uma dor de cabeça muito forte e da minha visão turva. É tudo muito bangunçado na minha cabeça.
O alfa parecia literalmente perturbado apenas com a menção do episódio.
— Nem me lembre, eu quase morri do coração quando vi você pálido naquele dia. Você desmaiou do nada e foi um desespero só. Felizmente o médico estava preparado e o hospital te atendeu bem rápido.
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Na Porta Ao Lado
RandomKatsuki é um ômega romancista que apenas deseja paz e silêncio para poder finalizar seus projetos, e foi essa necessidade que o fez comprar um apartamento em um prédio onde a maioria dos inquilinos são idosos. Seu nirvana pessoal, no entanto, agora...