E aí, meus consagrados bacanos, tudo de boas?
Para Katsuki lidar com a presença de Eijiro sem deixar transparecer seu nervosismo foi uma verdadeira provação. Felizmente ele tinha alguns supressores no armário da cozinha que ajudaram a manter os feromônios sob controle ou ele teria percebido e não seria nenhum pouco cortês de sua parte lançar perfumes provocativos perto de uma visita.
E que visita. Seus olhos o traíram diversas vezes enquanto ele o encarava, gravando mentalmente cada trecho daquele corpo. O maldito era ainda mais alto de perto, tinha um perfume natural que fez todos os pelos do corpo de Katsuki se eriçarem, sem contar na maldita ereção que teve que ocultar enquanto estava sentado. Felizmente a calça moletom ajudou a esconder.
E que porra, nem tinha percebido que estava em trajes tão informais e confortáveis. O alfa estava lindo, arrumado e ele de roupas comuns, cabelo despenteado e ar cansado, não deveria ter passado uma impressão muito boa.
Foi uma conversa agradável e um tanto formal demais, quase um desastre. Shine (aquele gato ordinário) não saiu do colo do alfa e Katsuki sentiu-se tão invejoso naquele momento que achou que ele perceberia. Já sabia que o gato estava rodando pelo apartamento vizinho, tinha sentido o aroma marcante dos feromônios de Eijiro desde a primeira vez, mas não quis relatar. Podia dormir abraçado ao gato e aproveitar o aroma, isso quando ele não dormia fora.
Teve até mesmo que fingir não conhecer o nome do vizinho, como se ele não soubesse pelos diversos vídeos que assistia. Não podia simplesmente chamá-lo pelo nome ou ele poderia perguntar onde escutara. Claro que Katsuki mentiria, diria ter ouvido de algum outro morador, mesmo assim sentiu-se paranoico com a possibilidade de ele descobrir que estava sendo estalkeado.
Então Deku chegou e Katsuki quase bateu nele por estragar o momento. Eijiro pareceu estar bem com isso, até mesmo cumprimentou Deku, conquanto os dois perceberam o descontentamento dele.
Katsuki tentou ignorar toda a frustração e seguir com o planejado para o dia, não podia culpar Deku, ele havia marcado a aula e feito o pagamento adiantado. Mesmo assim não conseguiu evitar se sentir meio rabugento.
Então acabou fazendo uma proposta estúpida e ali estava ele, batendo na porta do maldito ômega modelo e somente agora parava para perceber que não tinha plano nenhum. Apenas se irritara com o corpo mole do amigo e agira por impulso, não somente na hora de se dispor como ponte entre ambos, mas também em aparecer ali.
Estava para sair e pensar em algo quando a porta abriu. Por um momento teve uma pontinha de esperança que talvez fosse a velhinha a lhe atender, mas foi por água abaixo quando viu os cabelos bicolores.
— Pois não, em que posso ajudar? — a voz era baixa, quase tediosa.
De fato, aqueles dois seriam perfeitos um para o outro. Um covarde incapaz de assumir seus sentimentos e outro com cara de paisagem, pareciam até uma pintura tediosa.
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Na Porta Ao Lado
DiversosKatsuki é um ômega romancista que apenas deseja paz e silêncio para poder finalizar seus projetos, e foi essa necessidade que o fez comprar um apartamento em um prédio onde a maioria dos inquilinos são idosos. Seu nirvana pessoal, no entanto, agora...