Katsuki é um ômega romancista que apenas deseja paz e silêncio para poder finalizar seus projetos, e foi essa necessidade que o fez comprar um apartamento em um prédio onde a maioria dos inquilinos são idosos. Seu nirvana pessoal, no entanto, agora...
Mas já estou de volta?! Sim, estou! E amando a interação de vocês, obrigada ❤️
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O ninho é confortável, quente e seguro e ajuda a adormecer a metade do cérebro que está aflita.
Katsuki sente parte da consciência derreter entre as pilhas de tecidos macios que o cercam, cobrindo-o por completo sob um peso aconchegante. Os aromas familiares aliviam um pouco a carga sobre seus pulmões, cansados pelas horas de choro convulsivo e ofegante, anestesiando-os. Mas está incompleto, falta a presença do alfa ali, próximo e vigilante, o trazendo para braços que são muralhas quentes e protetivas.
Isso o faz chorar de novo, dessa vez silenciosamente. Katsuki está cansado de toda essa fragilidade emocional, sendo sacudido por emoções quadruplicadas pelos hormônios. Seus olhos ardem, inchados, sua garganta está praticamente fechada e os soluços o fazem tremer ainda mais. Ele odeia a sensação de culpa e vazio que apertam seu coração.
Ele passou as últimas horas apenas se lamentando, revoltado, inconformado e puto com tudo, o que só o atingiu com intensidade no momento em que pôde finalmente voltar para casa e se esgueirar dentro do ninho.
A partir daquele momento o mundo exterior não existia mais — em verdade o oprimia — e ele só se movia do aconchego de seu esconderijo para usar o banheiro e comer as refeições que Ashido tão gentilmente preparou para si, seguindo o cardápio estrito que o nutricionista lhe passou. Ela o acompanhou sem que ele nem mesmo pedisse, o ajudou a chegar em casa e se ocupou de cuidar dele com o mesmo carinho de uma irmã. A solicitude dela fez Katsuki chorar ainda mais, grato pelo cuidado, o que fez na privacidade do ninho, onde ela não o veria.
Katsuki não tem noção real do tempo em que passou ali, enrolado nos cobertores. Queria tomar banho e poder arrancar aquele maldito cheiro de hospital de si, porém a perspectiva de sair do ninho por tanto tempo o deixava em pânico. Ele esta fragilizado emocionalmente, aos cacos e permanecer soterrado no ninho é o que mantém as poucas linhas de sanidade que ainda vingam em sua mente.
Como pôde ser tão irresponsável?, se pergunta constantemente. Ele sabe que na verdade a culpa não é sua, enão ligar para a clínica na qual se médica foi a confirmação oficial.
Eles o informaram que haviam recebido um lote de anticoncepcionais falho e ofereceram um procedimento de aborto e uma indenização aos que foram prejudicados, mas que nenhum dos cliente o procurou tão tardiamente, afinal isso ocorrera há mais de cinco meses, quase seis o que torna o aborto fora de cogitação.
O que deixa tudo ainda pior e o faz se sentir mais culpado. O médico respondeu a todas as suas perguntas na intenção de tranquilizá-lo quanto a sua incapacidade de ter cogitado uma gestação antes.
"É raro, porém não incomum, senhor Bakugou, existem gestações que só são descobertas a termo, quando a criança nasce" ele explicou "Os sinais podem sim passar despercebidos em alguns casos, principalmente na primeira gestação. Pelo que me contou, você não teve episódios fortes de enjoos, seu ventre não distendeu tanto, não só pelo bebê não ter crescido muito mas por você ser magro e um tanto definido, o que dificulta a percepção"
