Quem é vivo uma hora aparece, não é? Desculpem a demora, eu não conseguia escolher entre as opções rsrs
Quando percebeu que o gato que estava sobre seu dorso pertencia ao vizinho e corria risco de ser atacado por seu próprio cão, Eijiro se levantou o mais rápido que pôde na intenção de salvá-lo. O gato aparentava ser tão dócil e treinado, um verdadeiro espécime meigo, e foi uma surpresa para o alfa descobrir que não estava assim tão correto em suas suspeitas.
Ele estava pronto para tudo, menos para ver um gato persa colocar um golden retriever para correr. No final teve que socorrer Bolota, que desistiu de lutar e pôs-se a correr com o rabo entre as pernas, ganindo de medo ao receber um combo de golpes no rosto. O gato chiou em aviso, os pelos ainda eriçados, pronto para atacar novamente se o cão tentasse subjugá-lo de novo, e Bolota se viu acuado no canto, espremendo-se como um covarde. Eijiro não o julgava, provavelmente estaria na mesma situação. Pensando bem, esteve de certa forma, pois o vizinho o coloca na parede com apenas um olhar. É medonho constatar o quanto da personalidade do dono o animal de estimação pode absorver.
Antes que pudesse devolvê-lo para o vizinho, contudo, o gato escapuliu de suas mãos, atravessou a sala, passou pela porta, alcançou a varanda e pulou de volta ao apartamento vizinho.
Depois disso tornou-se visita constante. Aparentemente o gato gostava de ficar com Eijiro, era manso e muito manhoso, sempre se espreguiçando em suas pernas ou deitando perto, no tapete, sofá ou cama. Bolota estava enciumado, rosnava e reclamava, porém não tinha coragem de afastar o gato que sempre o acossava com seus rosnados profundos e assustadores.
Eijiro aceitou, imaginando o que o vizinho diria se soubesse daquele pequeno traidor.
(...)
— Muito obrigada, meu querido, não sei o que faria sem você. — a senhora agradeceu quando Eijiro terminou. Ele se levantou e virou, olhando para ela enquanto sorria de um modo gentil. Displicentemente ergueu a chave hidráulica e a pôs sobre a pia.
— Sem problema, não precisa hesitar em chamar quando precisar.
Não era um trabalho complicado, afinal trocar uma torneira é uma das atividades mais básicas na sua opinião. Aprenderam com a mãe ômega a lidar com todos os tipos de pequenos consertos dentro de casa, desde problemas elétricos a encanamentos. Podia ouvi-la no pé de seu ouvido toda vez que resgatava uma ferramenta da caixa com a qual o presenteara quando chegou aos quinze anos.
Tem que saber ser independente, filho, não me faça a vergonha de não saber resolver o básico, ela dizia, e estava certa, afinal, como uma mulher independente não esperava menos da própria prole. A mãe alfa não tivera a mesma sorte ao tentar ensiná-lo as artes culinárias.
Realmente não se importava de poder ajudar os outros, chegava a ser terapêutico e o ajudava a espairecer um pouco, principalmente depois da vergonha que passou ao flagrar o vizinho praticando Yoga.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Na Porta Ao Lado
DiversosKatsuki é um ômega romancista que apenas deseja paz e silêncio para poder finalizar seus projetos, e foi essa necessidade que o fez comprar um apartamento em um prédio onde a maioria dos inquilinos são idosos. Seu nirvana pessoal, no entanto, agora...