Ora, nós! Estamos aqui de volta. Peguem seus capacetes, amades.
🍁 7 meses 🍁
A terapia revelou-se um momento indescritível para Eijiro, tão tranquilizador quanto e relaxante quanto socar o dedo mindinho do pé na quina de alguma porta.
O olhar da psicologa beta que o atendia poderia ser descrito como tudo, menos acolhedor, seus grandes olhos negros sugando toda a coragem do alfa em se abrir e contar seus traumas. No final ele acabou travando durante o diálogo sem saber como prosseguir.
E assim ele seguia, desejoso porém sem coragem de abandonar a terapia por causa de Katsuki. Ambos haviam concordado que o melhor para Mirai seria ter um pai alfa menos paranóico com todos seus movimentos, alguém com a saúde mental em dia para poder educá-la com mais qualidade.
Uma ótima ideia. Na teoria, porque na prática era outro universo.
Era terrível ter que sentar naquela cadeira e ser dissecado pelo olhar inclemente da mulher que, se pondo sentada à sua frente, apenas desvia o olhar do bloco de notas para ele e vice-versa. O silêncio é sepulcral, pesado, verdadeiramente fúnebre. Eijiro as vezes tem certeza de estar sendo capaz de captar até mesmo o som do próprio sangue correndo nas veias e o da respiração tensa, escapando em bufos desconcertantes. Fora isso é o som do lápis rabiscando o papel, do ventilador de teto girando e o relógio de parede com seus ponteiros se arrastando lentamente.
Eijiro realmente cogitou escapar várias vezes, encerrar aquela experiência tenebrosa e simplesmente fingir que está tudo bem. Mas ele não é capaz de encarar o semblante desapontado de Katsuki, tampouco ver a filha sem se sentir culpado por não estar sendo a melhor versão de si que ela pode ter.
E toda vez que ele chega cansado e frustrado, basta encarar aqueles olhos liláses em festa, os curtos cabelos de fios loiros e cacheados e sorriso quase banguela, exibindo os dois pequenos dentes incisivos frontais para lembrar do motivo de seus esforços.
Mirai está tão linda, cada dia mais animada e esperta, brincalhona e serelepe, sempre pronta para distribuir seus sorrisos com todos. Eijiro realmente pensa que está na hora de propor casamento à Katsuki, não somente para proporcionar um lar completo para a filha, mas para cumprir com a promessa que fez a si mesmo antes de saber da gravidez.
Ele resolve que vai planejar o pedido e o fazer no aniversário de um ano de Mirai pois pretende surpreender o ômega.
🐙 8 Meses 🐙
Katsuki está fora do estado para a estreia do filme baseado em seu livro e o coração do alfa está cheio de orgulho e
ciúmes.
Sim, ele não podia negar que morria de ciúmes por dentro só de lembrar que Katsuki estava em outra cidade, sendo homenageado por seu trabalho sem que pudesse estar ao lado dele. Ainda mais quando existe uma opção variada de outros alfas bonitos e ricos para assediá-lo. O pior é que nem mesmo podia reclamar já que foi ele quem protelou assumir o relacionamento até Katsuki cansar e desistir por si só.
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Na Porta Ao Lado
Ngẫu nhiênKatsuki é um ômega romancista que apenas deseja paz e silêncio para poder finalizar seus projetos, e foi essa necessidade que o fez comprar um apartamento em um prédio onde a maioria dos inquilinos são idosos. Seu nirvana pessoal, no entanto, agora...