Estamos aqui na fase final dessa fic que não deveria ter passado de 20 capítulos. Enfim, o descontrole, amados.
A noite passada tinha sido longa e exaustiva e Eijiro bem poderia ter passado a maior parte do dia apenas dormindo se o seu relógio biológico não o tivesse posto de pé as sete da manhã.
Ainda podia se sentir sortudo por estar no próprio apartamento, ou Mirai o teria acordado as cinco para poder lhe dar café. Se há algo importante para o humor da pequena é mantê-la alimentada, sob o risco de ela virar um gremilin raivoso quando faminta, liberando completamente sua herança Bakugou adormecida na maior parte do tempo.
Aos quatro anos de idade, Mirai é dona de uma personalidade radiante e agitada, sempre se intrometendo em tudo quanto é conversa, independente se as pessoas envolvidas são conhecidas ou não. Palpiteira de nascença e encorajada pela madrinha, Mina, ela acha que todo mundo quer saber a sua opinião e não poupa ninguém de suas perguntas, muitas vezes constrangedoras. Basta tirar os olhos dela por um segundo para que ela se perca em algum lugar, abordando as pessoas enquanto tira suas dúvidas.
Seu físico é o mesmo de uma criança de três anos. Magra, pequena, espevitada e dona de uma linda juba de fios loiros rebeldes que se recusa a prender. Está sempre rindo, falando e comendo alguma coisa. Uma alma tão sociável que rende sustos aos pais, uma vez que ela aceita conversar ou ir com qualquer estranho sem nenhum receio, ignorando todos os vaticínios sobre os riscos de fazê-lo. Sua capacidade cognitiva é assustadora e ela mantém uma conversa como se tivesse o dobro da idade atual.
Dizer a Mirai para conter a língua é um trabalho exaustivo e aparentemente inútil, tal qual enxugar uma leve película de água sobre o gelo, pois em minutos ela esquece a promessa de não falar com estranhos para poder matar a curiosidade. Tudo é motivo de pergunta e diversão, não tem tempo ruim para a pequena que vive matraqueando, salvo os momentos em que sua boca está ocupada com a comida, o que não significa um intervalo de tempo muito longo. Ela sempre engole tudo muito rápido, ansiosa para continuar a falar.
Como Eijiro ia apresentar uma live de noite, ele a deixou com Katsuki no ninho e foi ao próprio apartamento. Kaminari não poupou as ideias de jogos envolvendo álcool e lá estava Eijiro, quase bêbado no final do desafio, respondendo a todas as perguntas com a língua embolada para a diversão de seus inscritos e desespero dele mesmo quando acordasse no dia seguinte e se deparasse com as gravações.
Dormiu no próprio apartamento para poder poupar Katsuki e Mirai de acordar com ele cheirando a álcool. Levar aquele aroma para o ninho de Katsuki o faria abrir os portões do inferno para jogar o alfa lá dentro.
O relacionamento dos dois é incrivelmente recíproco. Há bastante amor, confidências e apoio emocional. Com a ajuda da terapia e de Katsuki que está sempre ao seu lado motivando-o no próprio estilo, Eijiro amadureceu muito nos últimos anos a ponto de sinceramente se perguntar como pôde manter-se à margem por tanto tempo. As escolhas burras que tomou antes de ter ciência do que estava pondo em risco ainda o assombram.
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Na Porta Ao Lado
De TodoKatsuki é um ômega romancista que apenas deseja paz e silêncio para poder finalizar seus projetos, e foi essa necessidade que o fez comprar um apartamento em um prédio onde a maioria dos inquilinos são idosos. Seu nirvana pessoal, no entanto, agora...