Capítulo 3 - Saindo do casulo

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Meredith PoV

Quando o príncipe Andrew nos convidou para um passeio no centro da cidade real meu coração pulou uma batida. Eu automaticamente me senti feliz, porém, poucos segundos depois, compreendi que ele estava convidando a princesa Carina, claro, e eu só estaria incluída no passeio por ser sua dama de companhia.

Eu não entendia por que eu me sentia em posição de alerta sempre que o príncipe chegava perto de mim. Imediatamente, um calor me invadia e eu me sentia enrubescer. Provavelmente, eu ainda estava bastante envergonhada pela forma que nos conhecemos na noite passada e pela forma que eu o tratei.

Naquele noite, eu nunca iria imaginar que um príncipe estaria cavalgando em disparada pelos campos. Claro, eu sabia que o príncipe chegaria naquela noite, mas nunca me passou pela cabeça que este mesmo príncipe pudesse me atropelar quando eu estava a caminho de casa.

Apesar da falta de atenção, ele havia me impressionado, mesmo antes de saber que ele era o príncipe. Era difícil esquecer o rosto bonito dele, a forma gentil que me tratara e como eu, me sentindo tentada a permanecer em sua companhia, tratei de sair dali correndo e roubar seu cavalo para evitar que ele me seguisse e pudesse me fazer algum mal. Não que ele pudesse transparecer algum perigo, pelo contrário. Mas nunca se pode confiar em desconhecidos. Especialmente em homens que encontram mulheres sozinhas, à noite. Eu havia aprendido desde cedo a me defender e era nessas horas que eu sempre agradecia meu falecido pai por suas valiosas lições.

No dia seguinte, quando percebi que o desastrado cavaleiro errante da noite passada e o príncipe Andrew eram a mesma pessoa, eu fiquei completamente desconcertada. Me deixar sem graça era algo difícil de acontecer, mas dessa vez eu estava completamente sem chão. Apesar do meu comportamento com ele anteriormente, ele se mostrava muito gentil, me tratando com grande respeito e evitava me deixar constrangida. E ele também parecia ser um excelente irmão para Carina. 

Mas, por mais que eu estivesse impressionada com ele, principalmente por ele parecer gente como a gente, assim, simples e sem frescuras, eu precisava entender que minha posição ali era inferior e que esse repentino encantamento não podia atrapalhar no cumprimento da minha secreta missão.

Durante o caminho até o centro da cidade real, Carina falava sem parar. Ela estava eufórica com o irmão por perto. Ela já tinha me contado o quanto ele a mimava e a protegia; ele sempre inventava alguma aventura para levá-la com ele e ela amava isso. Não foi fácil distraí-la enquanto o príncipe esteve fora. Os olhos dela brilhavam e ela ria de tudo que ele falava. Eu ficava somente prestando atenção na relação bonita dos dois e isso trazia alegria ao meu coração.

Quando chegamos, Carina perguntou:

- Onde vamos? Quero bater perna! Quase não saí do palácio enquanto esteve fora!

- Meredith não te levou para passeios? Que malvada... - disse o príncipe Andrew em tom de brincadeira, imitando uma voz maquiavélica e franzindo a testa, olhando para mim.

Eu revirei os olhos:

- É claro que a levei, mas a princesa Carina nunca acha o bastante. Sempre quer mais, não é mesmo, Alteza? - perguntei em um tom de advertência.

- Que bom que me conhece! - disse Carina rindo.

O príncipe Andrew continuava olhando para mim, desta vez sorrindo. Meio curiosa, perguntei: 

- O que foi, Alteza? 

- Nada... - ele abaixou a cabeça rindo.

- Nada?

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