Capítulo 12 - O meu eu verdadeiro

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"- Se fizer isso, a partir de agora, todos vão saber que o rei mandou sumir com ninguém menos que Lady Meredith Grey...filha do Conde Tatcher Grey. Seu conselheiro. Seu melhor amigo. Morto na Batalha de San Luis há alguns anos. Lembra-se?"

O rei não conseguia concentrar em mais nada. Será que ele realmente ouvira o que acabara de ouvir? Ele estava diante realmente da filha de Tatcher?

- Você.....você está blefando... - foi a única coisa que o rei conseguiu falar.

Meredith então, abriu a pequena caixa que levara consigo e que havia deixado em cima da mesa de Steven. Tirou de lá um papel e estendeu ao rei:

- Leia com seus próprios olhos, já que precisa de prova para tudo.

E ele leu. Aquele papel era a certidão de nascimento de Meredith Grey, revelando todo seu parentesco com o Conde Tatcher, a árvore genealógica, o título de conde concedido pelo rei ao seu pai, dentre outras coisas. Tudo lavrado legalmente no Cartório Real.

O rei estava boquiaberto.

- Guardas...saiam por favor...me deixe com a Meredith...a sós....

Os guardas saíram. O rei apontou para que Meredith entrasse no Gabinete Real. Quando eles entraram, o rei sentou-se, as pernas bamba;, Meredith permaneceu em pé. Ela olhou, trêmula para Andrew. Ele estava quieto, calado, encostado em um dos pilares da sala. Ela suspirou.

- Meredith - o rei finalmente criou coragem para falar - quero que fale o que tem pra me dizer. Quero lhe escutar.

Meredith olhava para ele com muita mágoa. Era impressionante como a atitude dele tinha mudado quando ele soube que ela era um membro da nobreza. "Bem típico dele...se eu fosse uma simples plebeia, teria mesmo me expulsado da sala", pensou Meredith com muita raiva.

Meredith suspirou e começou:

- Acho que não preciso lhe lembrar sobre a Batalha de San Luis. Aquilo foi um marco em nossas vidas, nas nossas e de várias pessoas. Foi por causa dela que perdi meu pai e que nossa vida mudou para sempre.

O rei somente olhava para Meredith. Muitas emoções passavam pelo seu rosto.

- Meu pai saiu de casa se despedindo de nós, como se soubesse que nunca mais nos veríamos. A Batalha durou alguns meses, como a Majestade bem sabe...nós tínhamos notícias esporádicas, vindas pelo mensageiro. Eram confusas, incertas, cheias de informações desencontradas. Mas sabíamos que não eram nada animadoras.Nós já temíamos muito pelo pior. 

Meredith suspirou tomando fôlego para continuar:

- E o pior chegou algum tempo depois. O mensageiro avisou que a Batalha estava encaminhando para o fim e que muitas pessoas haviam morrido. Ficamos sabendo que Vossa Majestade, inclusive, havia sido capturado. Nós não tínhamos notícias certas sobre o papai. Vivemos sob uma grande agonia durante dias até que...até que o corpo dele  foi trazido por oficiais e despejado na sala de nossa casa, como se fosse um corpo qualquer.

Meredith abafou um soluço. Era difícil reviver tudo aquilo, mas ela precisava falar:

- Nós nem conseguimos chorar por ele, nem velá-lo da forma como um conde merecia ser velado...naquele mesmo instante, em meio ao choque da cena, recebemos a notificação de que teríamos que sair da nossa residência, sem direito algum, sem posses, sem dinheiro...que estávamos expulsos do condado que agora pertencia aos inimigos do rei, já que a batalha estava praticamente perdida. Então, vimos nosso condado ser dizimado, casas foram queimadas, mercearias saqueadas...e depois a culpa foi atribuída ao nosso pai, como se a morte dele fosse a autorização para que o condado fosse entregue nas mãos de pessoas sórdidas.

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