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Elizabeth

Respirava pesadamente enquanto entrava naquele grande prédio imponente, uma recepcionista simpática pediu meu nome, eu passei rapidamente. Notei quando seus olhos arregalaram quando mencionei o meu sobrenome, eu era a esposa do futuro dono de todo aquele império.

Eu subi e estava ansiosa, mas com um mau pressentimento que estava tomando conta de mim. Dentro do elevador, enquanto os andares passavam, o que pareciam horas, ficava imaginando a reação que mais se encaixaria em Jughead, o elevador apitou, sai daquela caixa claustrofóbica e olhei para as duas mulheres que estavam na recepção daquele andar,uma tinha cabelos castanhos e outra tinha os cabelos tingidos de vermelho. Eu me aproximei e elas me notaram.

-Preciso falar com Jughead Jones.

-Tem horário marcado?-Eu suspirei.

-Não...

-Sinto muito então.

-Pra que direção fica o escritório dele?

-Senhora,você não pode...

Elas estavam me irritando, era um assunto de extrema urgência e essas mulheres ficam me atrasando, ignorei suas advertências e entrei no corredor que talvez levasse até a sala de Jughead, esbarrei em meu sogro, assim que ele me viu, sorriu discretamente e perguntou se estava tudo bem.

-Sim,eu só preciso falar com o Jughead.

-Ele acabou de sair de uma reunião, o escritório dele fica para esquerda.

Eu agradeci e andei até aquela direção, havia uma mesa do lado de fora mas estava vazia, encarei a grande porta com o nome de Jughead na frente, entrei timidamente mas notei a mulher apenas de sutiã, sentada em uma cadeira,quando vi Jughead saindo da sala abotoando a camisa, meus olhos se encheram de lágrimas. Quando pensei que estaria tudo bem...fui muito burra, ele nunca me trocaria por uma do seu tipo, eu era só a iludida, a nova diversão, e o pior, estava carregando um filho dele.

Ouvi a voz de Jughead chamando meu nome, o ignorei e corri para onde eu havia vindo, do elevador várias pessoas estavam saindo,aproveitei e entrei, apertei o botão para fechar as portas freneticamente, ele quase me alcançou, quase...olhei em volta e me deparei sozinha naquele ambiente pequeno e frio, abracei meu corpo, minha visão ficou embaçada e aos poucos as lágrimas iam se libertando.

Assim que as portas se abriram eu corri para fora, atravessei o saguão com rapidez e sai do prédio, entrei no carro e afundei a cabeça nas minhas mãos, soluçava e sentia as lágrimas pesando cada vez mais.

Sr. Carlos me observava em silêncio, apenas ligou o carro e começou a dirigir. Estava afogada na minha dor. Depois de um tempo decidi observar a paisagem, estávamos bem longe da cidade. Depois de mais de alguns minutos de viagem chegamos em um campo extenso, sai do carro e observei a paisagem.

-Quando eu era jovem vinha aqui para pensar, acho que você precisa de seu tempo sozinha.-Me virei para ele e sorri minimamente agradecendo.

Andei por alguns minutos e depois me sentei na grama, abaixei a cabeça e deixei as lagrimas caírem, uma por uma, abracei minha barriga plana e suspirei, eu cuidaria do meu filho, em paz, sem Jugh, ou a ajuda de ninguém.

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Jughead

Merda! Mil vezes merda! Aquela vadia havia derrubado café na minha camisa, e quando voltei ela estava apenas de sutiã, Elizabeth saiu correndo, eu entrei em pânico e tentei correr atrás dela.

Voltei para sala e aquela puta ainda estava lá.

-Vá para o RH você está demitida.

-Mas eu preciso desse emprego.

-Pensava no seu emprego antes de foder com a minha vida!

Ela saiu amuada da sala, eu disquei o número de Elizabeth e esperei, comecei a ouvir um toque de celular e encarei a bolsa jogada no chão. A peguei do chão e a abri, peguei o celular tocando e bufei, desliguei a chamada e fui colocar o celular de volta notei algumas caixas dentro da bolsa.

As tirei e senti meu coração palpitando, testes de gravidez?! CARALHO! Positivo...positivo...e positivo. Esfreguei os olhos e respirei fundo, Elizabeth conseguiu o que queria. E eu achando que ela estava magoada de verdade.

Ela vai sugar todo o meu dinheiro,fui um idiota mesmo,ela não toma pílula caralho?!

O que eu fiz com a minha vida?! Ela vai pagar caro!

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Elizabeth

O senhor Carlos me disse que Jughead estava pedindo para eu ir para casa,eu suspirei e assenti.

O que farei agora com um bebê? E a minha faculdade,eu acabei de começar o semestre e vou ter que trancar, não quero isso, não mesmo.

Mas essa criança não tem culpa,eu vou arcar com isso sem problema, e se Jughead se negar a alguma coisa quem sou eu para discutir? Do jeito que seu temperamento é, capaz de me dizer coisas horríveis, ou até pensar que o filho é de outro. Ele já deve ter achado a minha bolsa e provavelmente achado os testes,tenho receio da sua reação,mas já tenho ideia.

Entrei no apartamento e suspirei Deise estava limpando a mesa da sala em silêncio, eu subi e fui para o escritório.

A porta estava escancarada, entrei e notei as coisas quebradas no chão,eu olhei para frente e Jughead estava com o terno amarrotado e com o cabelo bagunçado, eu me aproximei dele, notei as garrafas de uísque jogadas no chão, vazias.

-Jughead o que você esta fazendo?

-Você está feliz não esta?! Esta rica pro resto da vida!-Eu neguei e coloquei a mão em seu ombro.

-Você está bêbado Jughead.-Ele cerrou o maxilar.

-Cala boca! Você deveria estar comemorando!

Eu sabia que ele iria fazer algo assim,eu fiquei atrás dele e o guiei para o quarto, ele passou o caminho inteiro me xingando, eu tentei fingir que aquilo não me feria, mas sim, aquilo me machucava muito.

Liguei o chuveiro e deixei na temperatura baixa, puxei Jughead para dentro do box, ele ficou gritando comigo,eu continuei em silêncio, de vez em quando algumas lágrimas caiam mas eu continuava em silêncio.

Quando achei o suficiente desliguei o chuveiro e peguei a toalha de Jughead entreguei para ele,abaixei a minha cabeça e fui sair do banheiro.

-Eu fui um idiota...sabia que você era interesseira...e ainda me deixei envolver,você é só uma puta fodida Elizabeth.

Eu arregalei os olhos, tentei me segurar, mas não deu, o som da minha mão chocando contra a sua face ecoou pelo banheiro.

-Você vai se arrepender tanto!-Cuspi as palavras,ele me olhou chocado.

Fui até meu quarto, peguei uma mala grande e enchi com o resto das roupas que Deise não havia estragado. Empurrei a mala pelo apartamento, saí daquele lugar sem olhar para trás, chamei um táxi e dei o endereço para um hotel.

Assim que já estava instalada em um quarto aconchegante quarto de hotel me dei conta de que não sabia o que faria da minha vida, eu tinha uma poupança bem gorda, sempre que podia trabalhava de meio período. Poderia comprar um apartamento, e depois veria o que eu vou fazer.

Me deitei na cama e me cobri com o cobertor, não iria mais chorar pelo Jughead, ele era oficialmente uma página virada da minha vida.

ʟᴏᴠᴇ ᴀɴᴅ ʜᴀᴛᴇ彡 ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈ (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora