Lucas - Irmãos March

Capítulo 20

Lucas

Dor e escuridão.

Me consumem, tento abrir os olhos mas é como se estive uma venda os cobrindo, me impedindo de abri-los.

Tento novamente abri-los mas a escuridão é tão convidativa, nela não sinto dor e tudo que quero é ficar quieto a deriva da escuridão.

Uma lembrança. Um sorriso. Algo que me puxa, se esgueirando por minha pele, querendo me trazer de volta. "Lucas" uma voz me chama... "Lucas" porque essa voz me parece tão familiar? Estou sonhando?

"Lucas"

Abro meus olhos de uma vez, procurando pelo dono da voz... procurando pelo meu pequeno anjo Rafael. Sim como poderia não reconhece-lo, olho pro lado e não o encontro. Um sonho, sim era apenas um sonho com meu anjo. E o alívio me toma na medida que a realidade se faz presente, porque tudo que não quero nesse momento é ter meu anjo aqui comigo.

Não posso imaginar ter meu anjo nessa situação. Não dá. Me dou conta que estou acorrentado numa cadeira, tento me soltar para apenas estremecer e uma dor irradiar por meu braço direito me fazendo lembrar que está quebrado. Sim estou vivo, mas sei que as coisas estão apenas começando. Porra.

Ouço a porta se abrir e Frank passar por ela. E assim que me vê acordado, sorri satisfeito.

- Já estava preocupado. Você dormiu por muito tempo. _ fala como se realmente estivesse preocupado com meu bem estar.

- Sabe que esta fodido, que quando colocar minhas mãos em você nada e ninguém irá me parar. falo o encarando e por um momento o vejo engolir em seco, mas logo seu olhar se fixa em mim.

- Não está em uma boa condição de fazer ameaças. _ diz risonho. _ Vejo que você continua arrogante, e pelo que vejo tirar sua mulher e filho não foi uma lição eficaz, mas não se preocupe tenho tempo e logo farei você implorar para não matar seu irmão e quando acabar com ele em sua frente... irei atrás de sua cunhado, seu pequeno sobrinho..._ diz _ e por fim seu querido Rafael, fala e tudo que quero é mata-lo lentamente por ousar tocar no nome de minha família.

- Desgraçado eu vou te matar. _ falo com tanta raiva e ódio, como nunca senti por alguém como sinto por ele. E isso não é bom, nada bom.

- Vamos ver. _ diz desferindo socos e mais socos em minha barriga e rosto, e tudo que faço é olhar em seus olhos numa promessa silenciosa que isso terá volta. Ira. Raiva. É o que brilha em seus olhos, sei que ele quer me quebrar, mas esse fodido não vai conseguir. E quando o vejo cansado de me surrar, ele para e caminha até uma mesinha pegando um bisturi, e volta em minha direção.

- Sabe sempre odeie os Irmãos March. Toda vez que tinha que treinar vocês, me sentia frustado porque sei que vocês nunca seriam dignos de levar nossa família em diante. Nunca seriam capaz de nos fazer crescer, expandir nosso território. E toda vez que Lorenzo me mandava treinava vocês, eu também sentia prazer em vê-los sofrer, os torturava e amava isso... queria vê-los se quebrar e infelizmente nunca consegui... não até sussurar para seu pai... que a sua adorada Antonella o esta traindo. _ fala com um brilho malícioso nos olhos, enquanto passa o bisturi por meu peito, mas estou tão horrorizado ao me dar conta do que ele quer me dizer, que não sinto a dor.

- Você o que? _ pergunto para ter certeza. Não pode ser. Esse fodido fez tudo isso. Minha família... destruída.

- Há agora consegui sua atenção? Estava preocupado que você não quisesse brincar comigo, mas parece que faltava apenas o estimulo correto. _ fala e tudo que quero é mata-lo lentamente, esse fodido... esse merda... tudo por culpa dele... minha mãe... Carol... meu filho Davi... todos eles... todos foram mortos por ele... por sua ambição... por quer todo o poder... e me odeio por não ter percebido o quão fodido é esse cara. Sinto as lágrimas descerem sem aviso, odiando ver que ele esta me quebrando, enquanto o bisturi continua o seu caminho doloroso, cortando meu peito e estômago, deixando um rastro de sangue por onde passa.