Capítulo 3

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Rafa

Respiro fundo e caminho em direção a moça com um lindo sorriso gentil ao lado da porta e me vejo sorrindo também.

_ Bom dia! Em que posso ajuda-lo?

_ Bom dia! Me chamo Rafael Medeiros, hoje é meu primeiro dia trabalhando aqui... hum é... o senhor Francisco está? Ele disse que era mim vir hoje e chamo-lo assim que chegar..._ falo e solto um suspiro de alivio por não te gaguejado como um tolo que sou.

_ Seja bem vindo! Sou Ana Luísa, seu Francisco está na sala dele. Mas fique a vontade que irei avisa-lo que chegou.

_ Ha... sim... o-obrigado! _ falo gaguejando enquanto tento olhar em seus olhos.

Fico ali aguardando e não deixo de observar o quão bonito e organizado é a pizzaria, mas logo ouço me chamarem e sinto uma mão tocar em meu braço.

_ Rafa, posso te chamar assim né? _ Seu Francisco diz muito perto e não deixo de ficar constrangido.

_ S-sim... pode sim... senhor.

_ Que me chame apenas de Francisco. Vem vou te mostrar o funcionamento da pizzaria. _ diz já me puxando pelo braço, não me dando tempo de falar nada, apenas o sigo.

_ Esse é Miguel, ele irá te treinar e acompanhar nas primeiras semanas, qualquer dúvida fale com ele ou me chame. Ok?

_ Sim, senh... seu Francisco. _ passo o resto da tarde sendo instruindo e quando a noite chega mal consigo tempo de respirar tudo é tão rápido e preciso tomar cuidado na hora de fechar a conta, pois seu Francisco disse que se tiver diferença no caixa será descontado no meu pagamento, então tenho que ficar atento afinal não quero ficar devendo nada.

Quando a pizzaria fecha ainda tenho que fazer o fechamento do caixa, junto com seu Francisco ou gerente Manuel, e graças a Deus deu tudo certo no caixa, e logo poderei ir embora.

.....

O caminho de volta pra casa é tranquilo, apesar de estar tarde não deixar de admirar o quanto a noite esta linda. Coloco meus fones de ouvido, apertando o play e assim vou ouvindo músicas até o ponto de ônibus, meu primeiro dia foi bem agitado teve momentos que não consegui olhar para alguns clientes, mas fui educado com todos apesar de alguns nem me dar um "boa noite"... mais não reclamo, pois mesmo  cansado o trabalho me distrai de tantas lembranças ruins e pela primeira vez consigo ver que as pessoas não são tão ruins e posso imaginar um bom futuro. Distraído pelo música e esperança de um novo amanhã, não os vejo chegar, apenas sinto o impacto me jogando no chão com força.

_ Veja só que gracinha encontrei? ­_ diz uma voz debochada me causando um arrepio pelo corpo e ao olhar em seus olhos vejo que toda esperança que tive mais cedo, desaperecer aos poucos... me mostrando que meus sonhos são tolos... que não posso alcançá-los...

_ Sim, uma verdadeira gracinha...

Lucas

_ Sério isso? Você esta me chutando como se eu fosse um qualquer? _ Breno meu antigo caso me questiona. E sabe o que é mais irritante sobre toda essa situação é que deixei claro, que não passaríamos de sexo, que não quero me relacionar serio, pelo menos com ele. E agora ele vem me questionar o por que de estar sendo "chutado de minha vida" e olha que não foram estas palavras que usei para encerramos nosso caso.

_ Não estou te chutando, apenas disse que não dava mais para continuarmos. Mas se você prefere assim que seja. Mas acabou. _ falo já cansado de tanto estresse.

_ Você não pode falar assim. Não sou um puto que você pega em qualquer lugar. _ diz com o rosto contorcido de raiva e quando tenta me da um soco, seguro seu pulso e o aperto, fazendo-o grunhir de dor.

_ Você apenas adorou quando te fode com força no quartinho do hospital, e de tantas outras vezes que o fode enquanto você gemia feito uma cadela, mas agora chega estou de saco cheio de você. E outra coisa, nunca mais tente me bater, pois será a última vez que ficará respirando.

_ Vai se foder. Você nunca me tratou dessa forma. Sempre foi gentil e divertido. Por que esta fazendo isso? _ fala gemendo de dor e o solto o fazendo calambear para trás.

_ Adeus! Não me procure mais. _ falo com um suspiro cansado e sigo para meu carro. Ainda irei a casa de meu irmão, faz tempo que não os vejo e meu sobrinho Heitor já deve estar grandinho. Assim que chego a casa de Dante, paro o carro e desço já ouvindo risadas de meu pequeno, é engraçado como a vida muda as pessoas, apesar da infância fodida que tivemos Dante hoje é casado e pai de família, mas isso não quer disser que ele virou um docinho... muito pelo contrario acho que ele esta ainda pior do que antes. Entro como se a casa fosse minha só para irritar meu irmão.

_ Cheguei meus amores! Vem aqui no titio, Heitor. _ falo e me abaixo para pegar meu pequeno no colo.

_ Não bate mais? _ Dante fala com sua carranca habitual que só realmente amolece quando olha pra Sophia e Heitor.

_ Sei que estava com saudade, então para com essa cara de bunda. Cadê minha cunhadinha? _ falo para o provocar.

_ Oi, Lucas! _ Sophia diz­­ vindo me abraçar _ Já faz muito tempo que não vem nos visitar. Esta tudo bem com você? E com médico? Como anda as coisas?

_ Jesus amado, você não falava tanto assim. ­Cadê a Sophia quietinha? _ falo rindo e Sophia faz uma careta.

_ Deixe minha mulher em paz, Lucas.

_ Ogro! Como você o aguenta?

_ Lucas! _ engraçado, apesar de nos conhecer a pouco tempo Sophia aprendeu a me ler. Sabe que algo não vai bem, mas não quero perturbá-la com coisas desnecessárias ainda mais agora com um mini bebê a caminho, meu irmão é um bastardo sortudo, com uma família perfeita.

_ Esta tudo bem pequena, não se preocupe. E quanto ao Breno digamos que não temos mas nada.

_ Você fez de novo, não é?

_ Apenas não era para ser, não tínhamos nenhum compromisso e ele queria, se eu tivesse aceitado termos algo sério, estaria apenas nos enganando, o melhor é cada um ir pro seu lado.

_ Tudo bem... mas se cuide, tá bom? _ diz suspirando e sei que esta preocupada, mas é melhor assim.

Volto meu olhar para meu irmão e vejo sua preocupação comigo, mas sei e cuidar, lhe digo que esta tudo bem e não precisa se preocupar, e logo voltamos nossa atenção ao nosso pequeno, enquanto Sophia vai preparar a janta. Passamos uma noite incrível juntos, Heitor esta um rapazinho apesar de ter apenas dois anos de idade, já mostra ser tão possessivo e protetor como o pai, ainda mais se for algo relacionado sua mãe. Sinto um aperto no peito, ao imaginar como seria se um dia tivesse uma família como a de Dante, uma esposa que ama tão loucamente o quanto ele, um filho doce e um tanto possessivo com a mãe... uma família um tanto louca, mas com um grande amor que os uni, tornando seus laços ainda mais forte a cada dia.

Não posso ficar apegado a esse desejo, pois todos relacionamentos que tentei falharam, ninguém nunca conseguiu preencher esse vazio, e por mais que tente não ter esperanças, ela sempre continua voltar e voltar, e quando mesmo espero... estou sonhando... desejando ter a sorte de encontrar alguém que enfim consiga me completar, afinal nos monstros também amamos.

No caminho de volta para meu apartamento, resolvo dar uma volta ao lembrar que meu apartamento estará completamente vazio. Confesso que sempre gostei da ideia de ter meu próprio lugar e viver livre daquela merda pai, mas agora vendo Dante com sua família, me sinto cada vez mais solitário e tudo que não quero no momento é voltar para aquele apartamento.

E assim continuo andando no carro, dando voltas e voltas até algo chamar minha atenção num beco... um rapaz  todo machucado sendo perseguido por dois caras, quando penso em parar ele atravessa a rua correndo e quando vejo meu carro o acerta com tudo, o jogando longe.

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Nosso Lucas chegou, também tivemos um pouco de Dante e sua família.

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Beijos no ❤

Ariely

Lucas - Irmãos MarchOnde histórias criam vida. Descubra agora