24. Por que nós?

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Baekhyun não sabe muito bem onde o tempo parou de passar. Nem mesmo sequer deu conta de que até mesmo a própria respiração havia parado.


Julgou ser o choque por ver tamanho cometa vindo a sua direção. Os olhos estavam tão arregalados, o corpo tão paralisado que apenas deixou ser atingido por aquela estrela que passava.

Ou, melhor dizendo, pelo carro que vinha na outra pista.

Ele não sabia que o tempo poderia ser parado com tanta frequência assim. Pensava que isso era apenas um poder de Park Chanyeol, porém, pelo visto, ele também poderia parar caso tivesse medo demais em querer deixar algo.

O mundo a própria volta girou incontáveis vezes. Em todas elas os olhos castanhos do presidente da K-Beauty estavam bem diante de si.

Não queria abandoná-los. Não queria deixá-lo. Amava Chanyeol tanto, que ainda não estava preparado para se despedir. Tudo o que conseguia fazer era verter lágrimas enquanto o próprio corpo sofria os danos daquele impacto.

O braço, o qual estava preso a porta, foi quebrado em poucos segundos. A dor era excruciante. A cabeça bateu no porta luvas e sofreu cortes dos estilhaços de vidro do carro. As costelas pareciam ser exprimidas para se romperem, algumas ao menos. Baekhyun parecia um sinaleiro de dor.

Não conseguia ouvir nenhum som de Tae Hoon. Estava inconsciente e lavado em sangue. Foi o que conseguiu perceber nos poucos segundos de lucidez em que conseguiu olhar para o lado.

O estômago já revirava de tanto girar. Estava enjoado. Queria vomitar. Só queria que tudo aquilo acabasse. Até que, enfim, acabou.

O automóvel havia parado de girar. Conseguia respirar, ainda que com dificuldade. Sentia o sangue quente e grudento escorrer pela testa, pingar em sua blusa e tudo no que ele conseguia pensar era em Heechul reclamando pelo ruivo ter se sujado mais uma vez.

Esboçou um leve sorriso que mais se parecia com uma careta.

- Até aqui você me persegue com as suas broncas, Heechul. – tossiu.

Sangue foi expelido da boca. A respiração se tornou ainda mais rara e foi atingido por mais uma dor alucinante.

"Preciso sair daqui" Pensava.

Em meio aos ferimentos, ergueu-se um pouco mais no banco para tentar debruçar o corpo na janela. Ao ver que o que lhe cercava era um pedaço de terra e o abismo de um penhasco, entrou em desespero.

O carro deu a primeira balançada.

- Isso não pode acontecer! Eu sou novo demais! Tenho que ficar com a minha irmã, o meu pai. Meu namoro acabou de avançar mais um passo e eu quero avançar mais esse passo várias vezes. Preciso das fofocas do Heechul. O Shangai Boy...Preciso sair daqui, mas...Que merda, Tae Hoon! Por que foi prender o meu braço?

Mais uma balançada.

Baekhyun gritou.

Tae Hoon continuou desacordado.

- Ei, faça alguma coisa! – cutucava o maior. – Acorda! Nós vamos cair. Você ainda me colocou uma al...Espera. – teve uma ideia. – Algemas têm chaves, certo? Então, essa também tem. Ei, onde está a chave. Faça alguma coisa que preste na sua vida ao menos uma vez!

O ruivo cutucava o maior cada vez mais a procura da chave. O carro balançava cada vez mais, assim como o desespero ficava cada vez mais latente.

- Anda! Me ajuda só uma vez! Sei que não gosta de mim e eu também não gosto nada de você, mas seja bonzinho nessa hora. Vamos!

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