2. Ceo Park Gostoso Chanyeol

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- O quê?! – Chanyeol sentia seu coração perder algumas batidas em seu coração pelo pavor que tomava conta de si. Ele olhava para aquele rapaz esquisito com um misto de nojo e terror, aquele olhos grandes por conta das lentes grossas do óculos, assustavam-no e o sorriso metálico por conta do aparelho ortodôntico lhe dava arrepios por todo seu corpo. – Ele? Meu secretário? – seu tom de voz até parecia sair um pouco esganiçado no final enquanto fitava seu pai com uma expressão de puro arrependimento e medo.
- Claro que é. – um sorriso satisfeito surgia na face do pai do modelo. – Eu o contratei. O currículo desse rapaz é muito bom. 
Chanyeol voltava a fitar o rapaz com uma das suas sobrancelhas erguidas e com certo asco daquela aparência tão desleixada e desarrumada.
- Qual é o seu nome? – as palavras quase saíam em um rosnado.
- By...Byun...Baekhyun. – suas bochechas ficaram coradas quando sentiu a atenção de seu chefe sobre si. Baekhyun não conseguia se concentrar com tamanha beleza a sua frente.
Chanyeol sentiu vontade de vomitar.
- Pai? Podemos conversar em minha sala? – agora ele começava a se irritar.
- Claro, meu filho. Mas antes, vamos mostrar o local de trabalho do Baekhyun. 
O moreno voltou a olhar para seu secretário e este ainda sorria como um jovem abobalhado. Ele sabia que causava esse efeito nas pessoas, mas não queria receber essa reação de Baekhyun.
- Tudo bem.
Como que para irritar ainda mais o modelo o balcão em que Baekhyun ficaria era próximo a sua sala, bem próximo. O pobre do secretário nem imaginava a raiva que Chanyeol sentia, para ele tudo estava sendo como em um sonho, menos a parte daquela mulher louca que queria expulsá-lo dali. Tudo estava perfeito, o jovem finalmente conseguira um emprego, teria um bom salário e ainda estaria perto de uma pessoa como Chanyeol, que de certa forma o havia salvado das sandices daquela louca.
Baekhyun se sentou em sua cadeira com um largo sorriso no rosto, suas mãos deslizavam pela madeira da sua mesa, pelo telefone, teclado do computador. Ele não poderia estar mais feliz. Em meio aos cochichos dos outros funcionários que observaram todo o ocorrido, Byun Baekhyun estava imerso em sua própria bolha.
- Meu balcão. – um suspiro escapava por seus lábios. -Alguém me belisca, porque eu estou sonhando.
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- Por que contratou uma coisa como aquela?! – Chanyeol gritava em sua sala. – Aquilo não é um secretário. – completava esbravejando dando um murro em sua mesa.
- Ele tem nome, Chanyeol, é Byun Baekhyun. Não o trate dessa forma.
- Não me interessa o nome que ele tem. Pode ser Byun Taec Yun, Sae Pyun, que eu não me importo. O que me interessa é que eu não quero aquilo lá como meu secretário! Já viu o bagulho que ele é?! – mesmo Chanyeol não sendo asmático, ele parecia estar tendo uma crise de asma só de voltar a pensar no rapaz. 
Tae Pyo não queria admitir, mas seu interior gritava de alegria e sadismo por ver seu filho se contorcer e se irritar com a contratação daquele secretário. O homem achava que já estava mais do que na hora de seu filho tomar jeito e claro, perder um pouco daquele jeito egocêntrico e às vezes esnobe. Tae Pyo odiava pessoas assim e confessava para si que já sentiu vontade de socar a face de Chanyeol só para ver se ele acordava para a vida e perderia aquele jeito. No entanto achava que seus castigos não teriam mais resultado, por isso decidiu contratar aquele secretário. O homem pensava que Byun Baekhyun seria a melhor opção, ou a melhor pessoa, para fazer Chanyeol enxergar um mundo que esse não fazia questão nenhuma de prestar atenção.
- Meu filho, ele é uma pessoa como você. Tem sentimentos, imagina se ele o escuta dizer uma coisa horrorosa como essa?
- Te garanto que não é mais horrorosa do que ele. Não quero esse tal de Baekhyun aqui! A K-Beauty é uma revista de moda, a mais influente por sinal. Imagina a reação das pessoas ao me verem com aquilo como meu secretário em meus compromissos? – o ceo andava de um lado para o outro, deslizava os dedos por entre os seus cabelos.
- Park Chanyeol. – o homem bradou e o filho sentiu sua espinha congelar. Ele sabia que quando era chamado por seu nome todo, seu pai estava no ápice da sua irritação. – Você não irá demitir Baekhyun. Ainda que seja o Ceo dessa revista, possuo uma quantidade de ações maior do que a sua e exerço um pouco de autoridade aqui. Afinal, você só é presidente da K-Beauty porque é meu filho. Se não fosse, não deixaria você passar nem perto da porta de entrada dessa empresa. Por isso, se tentar fazer algo com o seu secretário, estará mexendo comigo. E ai de você se tentar demiti-lo, Chanyeol. Já dei ordem estritas para o RH não o fazê-lo por sua causa. 
O modelo respirava cada vez mais forte, bufava praticamente. Sua visão estava turva e ele fuzilava seu pai com aquele olhar intenso. As bochechas estavam vermelhas, mas não era por estar envergonhado com algo, e sim com ódio daquela situação. 
- O que quer fazer comigo?! – o tom de voz estava alterado. – Quer me enlouquecer?! Como posso conviver com isso?
- Aprenda a lidar com as diferenças.
- Esse é o meu castigo pela matéria nos tabloides? Por eu ter agredido aquele paparazzi? – um lampejo surgia em sua mente.
Tae Pyo sorriu de forma obscura mais uma vez.
- Castigo? Que castigo? – as palavras destilavam sarcasmo. – Apenas encare isso como uma segunda chance. Como uma nova forma de olhar o mundo. Se me der licença, irei me retirar para ir fazer os meus afazeres. – completou saindo do escritório.
Logo que se viu sozinho, Chanyeol gritou de raiva e derrubou no chão tudo o que estava sobre a sua mesa.
- Já que não posso demiti-lo, farei a vida de Byun Baekhyun um inferno. Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai à Maomé. Meu pai me paga! – sua mão se fechava em punho.
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Baekhyun já estava a exatos trinta minutos sorrindo sem parar. Seu rosto não doía nem um pouco e ele não tinha pretensão de parar com aquilo tão cedo.
Depois daquela pequena confusão, as coisas estavam caminhando em um fluxo de tranquilidade para si, mas ainda tinha certo burburinho, certo cochichar, já que ele se tornou a nova atração do andar de editoração. Levem aqui atração em seu sentido literal e o sentido de gozação, alvo de piadas e etc. Não eram todos os funcionários, apenas os que não tinham nada a fazer senão a cuidar da vida alheia fofocavam e riam da cara do novo funcionário enquanto pensavam o que ele tinha na cabeça para ter se candidatado a um emprego em uma revista de moda.
O rapaz não tinha nada para fazer, nada mesmo. Nenhum serviço surgira em sua mesa e nenhuma ligação foi feita. Então Baekhyun decidiu fazer aquilo que sabia de melhor, ler mangá. Ele já estava no capítulo quinze de Lovely Complex e o rapaz se sentia como se estivesse contrabandeando drogas. De alguma forma, sentia que aquilo era errado.
Entretanto Baekhyun continuava mesmo assim. Mantinha seus olhos e ouvidos a espreita de tudo, ou seja, cada passo e pessoa que surgia o fazia minimizar o navegador da internet para admirar com uma expressão de paisagem a área de trabalho no monitor do computador. 
Quando estava terminando de ler o capítulo, sentindo um frio na barriga de ansiedade para saber o que iria acontecer e rezando para que suas suposições e teorias estivessem erradas, uma voz masculina ecoou em seus ouvidos:
- Lendo Lovely Complex? Interessante, senhor risadinha.
Baekhyun deu um pulo de sua cadeira, seu coração batia mais rápido por conta do susto e sua cabeça entrava em um estado de alerta e pânico enquanto pensava que muito provavelmente estava ferrado por fazer aquilo. Porém ao olhar para o dono daquela voz, acalmou-se. O rapaz havia se encontrado com aquele que esbarrou em si mais cedo.
- Oh! Shangai boy! – seus lábios faziam um perfeito ‘o’ em surpresa. – Trabalha aqui? Espera um pouco...senhor risadinha? – franzia as sobrancelhas sem entender muito o motivo de ter sido chamado assim.
- Shangai Boy? – uma das sobrancelhas era erguida em um misto de curiosidade.
- Ah. Orange Caramel. Você estava ouvindo quando me derrubou no chão. E por que risadinha?
- Você está sorrindo desde que se sentou em sua cadeira. Às vezes parecia estar tão assustador quanto o coringa. – um pequeno sorriso surgia naqueles lábios finos.
- Aish! – Baekhyun franzia os lábios. – Você não respondeu a minha pergunta. 
- Está mudando de assunto?
Era incrível o quão a postura de Sehun era despojada. Ele não se importava com nada do que os outros funcionários lhe diziam para se comportar e pelo menos vestir um terno. O rapaz simplesmente criava o próprio estilo, como o que estava vestindo naquele momento, que era calça jeans rasgada nos joelhos, uma blusa azul marinho com decote em V, uma blusa jeans mais clara do que a calça sobre a blusa azul marinho, calçava coturnos de couro, tinha um brinco de cruz em sua orelha esquerda e seus cabelos platinados estavam divididos no meio, penteados, mas ao mesmo tempo estavam bagunçados, o que acarretava em seu visual despojado.
Baekhyun se surpreendia com aquele jeito e expressão que mostrava certa intimidade quando nem sequer se conheciam direito. 
- Eu? Não, é claro que não. – claro que estava.
Sehun soltou uma pequena gargalhada. 
- Sim, trabalho aqui. A propósito, você teria percebido isso se não estivesse lendo Lovely Complex. A minha mesa fica a três de distância da sua. 
Foi nesse momento que Baekhyun teve vontade de enfiar a sua cabeça em um buraco e nunca mais tirar. Seus olhos olhavam para a direção que o platinado apontava com seu dedo indicador e a mesa ficava exatamente de frente para a sua. Agora entendia o significado do risadinha, ele estava sendo observado durante todo aquele tempo, ou seja, aquele rapaz havia visto todas as suas mínimas, controladas para dizer a verdade, reações enquanto lia a história de Risa e Otani. Aish! Ele queria morrer, pensava consigo mesmo.
- A propósito, meu nome é Oh Sehun e o seu? – o rapaz se divertia ao ver a expressão consternada e as bochechas coradas na face do menor.
- B...Byun Baekhyun. – seus olhos não conseguiam fitar a face do maior.
- Baekhyun...um nome forte. Eu gosto, mas você será o meu senhor risadinha daqui em diante. E esses olhões nas lentes dos óculos são fofos.
- Já que é assim, eu não vou deixar barato Shangai boy. – o rosto do menor ainda parecia um tomate.
- Fechado. – ele estendia sua mão no ar para um aperto que o menor tão logo retribuiu.
- Já está dando em cima do funcionário novo Oh Sehun? – Heechul aparecia no meio da conversa dos dois. Ele apoiou um dos cotovelos na mesa para conseguir lixar as unhas de sua mão esquerda. – Está tão a perigo assim?
- Ei, Heechul, do que está falando? Só estava me apresentando.
- Quem não te conhece que te compre. E o que iria fazer com ele? Já viu as roupas com que ele se veste? Ai, me dá coceira só de pensar.
- Eu ainda estou aqui. – Baekhyun afirmava com uma expressão fechada em seu rosto.
O olhos grandes e afiados de Heechul passaram a fitá-lo. Esse colocou uma mecha de cabelo atrás da sua orelha, respirou fundo e falou:
- Não dê muita atenção para essas investidas do Sehun. Às vezes ele parece um cachorro farejando cadelas no cio. E além do mais, onde você compra essas roupas, meu amor?
- Brechó. Elas são baratas e confortáveis. – seu aparelho surgia em meio ao sorriso.
- Que ultraje! Brechó?! – Heechul estava abismado.
- Você parece a minha irmã falando. – ele fazia biquinho. 
- Pelo menos ela tem senso. – ele soltava uma risadinha – E...como é mesmo o seu nome?
- Baekhyun.
- ...Baekhyun. Não é porque você compra roupas em brechó. Às vezes é o tipo de roupa que você compra e a combinação que acaba por fazer. Então, acaba por resultar nisso. – apontava para as roupas do secretário com a lixa de unha.
- Eu não me preocupo com essas questões de moda.
- Então por quê veio trabalhar em uma revista de moda e beleza?
- Dinheiro. Preciso sobreviver não é mesmo? – dava uma risadinha.
- Gostei dele. – Sehun afirmava apontando para Baekhyun. – Tem personalidade o nosso senhor risadinhas.
- Shangai boy. – Baekhyun era contagiado pelas risadas do platinado.
- O relacionamento já está tão avançado que estão até mesmo trocando apelidos?
- Heechul. Se continuar eu juro que ligo para um dos seus namorados e digo que está de olho em Kim Jong In e Choi Siwon.
- Que ultraje Oh Sehun! Não seria capaz de fazer isso. – ele se alterava.
Baekhyun apenas observava toda aquela cena sem entender muito o contexto daqueles dois nomes de homens inseridos do nada naquela conversa, mas era divertido observá-los discutir.
- Não me obrigue. – sua mão já ia pegar o celular em seu bolso.
- Ok! Ok! – Heechul levantava as mãos em sinal de rendição. – Não irei mais falar sobre isso. A propósito, Baekhyun, você é secretário do Ceo Park Gostoso Chanyeol não é mesmo?
Ele voltou a ficar com as bochechas coradas ao lembrar de seu chefe. Chanyeol era tão lindo, Baekhyun suspirava em seu interior ao lembrar daquela expressão sisuda, dos olhos castanhos de brilho intenso, dos cabelos tão bem alinhados e que pareciam ser tão macios e daquela voz grossa que fazia seu coração acelerar.
- Sim. – seu tom de voz estava inebriado assim como o rapaz com a imagem do ceo em sua mente.
- Ai meu deus. Ele já se interessou. Isso é um mau sinal.
- Por que é um mau sinal? 
- Digamos que Park Chanyeol não seja agradável com todo mundo. – Sehun falava dessa vez. 
- Por que?
- Por que ele é um arrogante, muito bonito por sinal, que gosta de mostrar sua superioridade de vez em quando e sabemos com quem ele vai com a cara ou não. – Heechul franzia os lábios.
- Como assim sabem com quem ele vai com a cara ou não?
- É uma equação muito simples. Chanyeol +ligação + café = Não vou com a sua cara.
- Ainda não entendi.
- Você é lentinho hein. O nosso “querido” ceo não gosta de café e o pequeno lembrete dele para mostrar a pessoa que ele não gosta dela é pedindo para que ela lhe traga um café.
Baekhyun gargalhava de nervoso em resposta.
- E por quê está dizendo isso para mim?
- É melhor já deixar avisado do que ser pego de surpresa. 
Antes que o menor pudesse responder, o telefone fixo sobre sua mesa começou a tocar fazendo com que os três se entreolhassem em um misto de nervosismo e apreensão. Baekhyun, com cautela, atendeu a ligação colocando-a no viva voz.
- Alô. – ele dizia em um tom de voz tímido.
- Byun Baekhyun? – era Chanyeol.
Heechul já estava com aquela expressão, que dizia: você está ferrado, estampada em seu rosto.
- Ele mesmo.
- Ótimo. Taec Pyun, eu preciso que faça um favor para mjm.
- Sim, claro. – ele ignorou o fato de seu chefe ter errado o seu nome.
- Preciso que me traga um caramel machiatto descafeinado e sem açúcar. 
- Tudo bem. O senhor, precisa de mais alguma coisa?
- Não. Por enquanto é só isso. – encerrou a ligação.
- Tudo bem. – ele dizia de forma amedrontada para o toque de discagem do telefone.
Heechul e Sehun estavam com uma expressão desolada em suas faces.
- Meus pêsames. – o primeiro dava leves batidinhas na mão de Baekhyun.
- Por que? – era o presságio de que aquilo não era nada bom.
- Caramel Machiatto descafeinado e sem açúcar é o tipo de café que Chanyeol mais odeia no mundo inteiro. Ele praticamente repudia esse tipo de bebida. – foi a vez de Sehun falar.
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Baekhyun já não aguentava mais. Aquele dia foi extremamente cansativo e Chanyeol não parava de chamá-lo por um minuto sequer. Ele ainda conseguia ouvir em sua cabeça aquela voz grave a lhe dizer: Baekhyun, venha até a minha sala. 
Ele correu por toda aquela empresa, fez ligações, escolheu tecidos para algumas roupas de um ensaio fotográfico, pegou no mínimo três copos de Caramel Machiatto para Chanyeol, marcou uma agenda de compromissos para seu chefe, entrou em contato com marcas de maquiagem que estavam dispostas a fazer divulgações de alguns de seus produtos no próximo exemplar que sairia dali a um mês. E quando o jovem secretário pensava que poderia sentar em sua cadeira e descansar, vinha aquela voz a lhe chamar novamente: Byun Baekhyun.
- Baekhyun. – sua irmã lhe chamou logo assim que pôs os pés dentro de casa.
- Aish! Chega! Não irei mais fazer favor para ninguém! Estou cansado! – jogava a sua bolsa em um canto qualquer do sofá enquanto se sentava nesse ao lado de Baekhyuna.
- Aigoo! Vá descontar essa irritação com outra pessoa e me deixe aqui tranquila enquanto assisto televisão.
O rapaz suspirou pesadamente. Ele iria enlouquecer.
- Me desculpe. 
- Foi estressante o primeiro dia na revista? – seus olhos piscavam com uma alta frequência. 
- Como foi o seu trabalho? – ele fazia um biquinho.
- Não mude de assunto. 
Baekhyuna pegava o controle da televisão para diminuir o volume. Agora tinha ficado sério, sua irmã iria prestar atenção em si, pensava ele consigo.
- E você sabe que as coisas no salão são praticamente a mesma coisa todos os dias. – ela era cabelereira. – Anda Baekhyun, fala logo.
O rapaz soltou um suspiro pesado para cruzar os braços rente ao corpo logo em seguida.
- Foi cansativo. Extremamente cansativo. Não parei nem por um segundo sequer, já que Chanyeol me mandou fazer um monte de coisas.
- Quê? O que acabou de dizer? – Baekhyuna havia até parado de respirar.
Ai meu deus, falei o que não devia. Baekhyun pensou enquanto franzia o cenho. 
- Baekhyun. Repete. O. Que. Acabou. De. Dizer.
Se todos os “fins do mundo” falharam, aquele com toda a certeza aconteceria. Na verdade, já estava acontecendo. Baekhyuna fuzilava o seu irmão com o olhar, sua face ficava vermelha de raiva, ela estava a ponto de explodir.
- Byun Baekhyun! – gritou a plenos pulmões fazendo o garoto se encolher ainda mais no sofá. – Se você não abrir a boca agora, pode se considerar um homem morto!
E de fato ele abriu a boca, mas tornou a fechá-la um segundo depois. Baekhyun não sabia o que dizer, não sabia escolher as palavras que iria utilizar. A ira de sua irmã mais velha parecia ser tão grande, que o rapaz estava com medo, muito medo.
Antes que pudesse dizer algo, um travesseiro bateu com força em seu rosto. Seu nariz começou a doer e de forma instantânea, sem Baekhyun nem mesmo querer, lágrimas esparsas escorriam pelo canto de seus olhos. Não precisava ser nenhum astrofísico com prêmio Nobel para saber que foi sua irmã gêmea que fez aquilo.
- Ai! Baekhyuna! – reclamava em protesto.
- Desembucha!
Não havia outro jeito. Baekhyun teria de falar.
- Tudo bem, eu irei falar. Eu irei falar...
- Estou esperando.
- Eu disse que Chanyeol havia me pedido para fazer muitas coisas hoje.
- Chanyeol...Park Chanyeol. – seu rosto era inexpressivo, entretanto Barkhyuna entrava em choque com aquela surpresa.
- Sim. Ele é o presidente da empresa e o meu chefe. 
- Ele é o que? – ela berrava.
- Me...meu chefe. Eu sou o secretário dele.
- Você é o secretário de Park Chanyeol e não ia me contar?! Não acredito nisso. – jogava o travesseiro com força repetidas vezes em seu irmão.
- Ai, ai, pare com isso. – ele se protegia dos ataques vorazes com seus braços. – Eu ia te contar.
- Ia nada seu bastardo. Ia guardar essa informação super importante só para você!
- Não ia.
- Ia sim! Como se eu não te conhecesse.
A expressão no rosto da mulher era de frustração e decepção. Baekhyuna tinha aquela leve sensação de que tinha sido traída.
- E como ele é pessoalmente? – por mais que estivesse irritada, ainda estava curiosa. Seus olhos mostravam que ela queria isso, praticamente imploravam.
- Ele é lindo. – Baekhyun suspirava apaixonado. – Chanyeol tem um olhar bem intenso, é bem alto, tem uma personalidade forte e um corpo que parece ter sido esculpido pelos deuses. – a imagem de seu chefe ainda era nítida em sua mente.
- Eu não acredito! Não fez isso comigo, Baekhyun! – agora tapas eram distribuídos em um dos ombros do rapaz.
- Ai! Ai! Pare com isso! Aish! O que eu fiz? – tentava a todo custo se defender daqueles tapas alvejados.
- Está apaixonado por ele! – o tom de voz da mulher parecia sair engasgado. Baekhyuna realmente se sentia traída. – Sabia muito bem que gosto dele desde muito antes de você arrumar esse emprego aí  Você me traiu Baekhyun. Isso não é justo.
- Não te traí. Desde quando Park Chanyeol tem uma placa pendurada em seu pescoço escrito o seguinte: Propriedade exclusiva de Byun Baekhyuna? 
- Não importa! Estamos em um relacionamento muito antes dele saber. E isso ainda vai acontecer! 
Baekhyun gargalhava incrédulo com aquelas palavras.
- Minha querida irmã, você não pode controlar o coração das outras pessoas, muito menos o meu. Se eu quiser posso começar a amar Chanyeol  neste exato momento e não será você a me impedir de chegar nele. – na verdade seria a timidez, mas isso deixamos para outra hora.
Uma lágrima solitária escorreu pelas bochechas de Baekhyuna. Ela não conseguia acreditar que seu irmãozinho havia lhe dito algo como aquilo. Seu coração estava machucado. Havia doído e muito. 
A mulher então se levantou do sofá e fitou Baekhyun mais uma vez de uma forma que o deixou paralisado.
- Tudo bem, mas não apareça na minha frente e nem fale comigo. – saiu em direção ao seu quarto.
Naquele momento Baekhyun se deu conta de que teria de consertar a cagada das grandes que havia feito.
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- Não está sorrindo hoje...O que aconteceu senhor risadinhas? – a voz de Sehun ecoava em seus ouvidos  enquanto esse se debruçava na mesa do secretário apoiando sua cabeça em suas mãos.
Baekhyun se limitou a olhar para o rapaz de canto de olho ainda se sentindo chateado pela discussão que tivera com sua irmã no dia anterior.
- Me deixa quieto shangai boy.
- Ih. – Sehun estalava os lábios. – Pode falando o que aconteceu.
- Por que quer saber? – seus olhos estavam fixos no monitor do computador.
- Porque quero ver a careta que faz quando sorri junto com esses olhos grandes. – um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. – De alguma forma isso está alegrando o meu dia.
Baekhyun olhou para o rosto longo do rapaz ao seu lado com suas bochechas coradas. Ele havia se envergonhado por algo que Sehun havia dito? Pensava em seus mais íntimos pensamentos.  O rapaz poderia não desconfiar e nem sequer ter percebido que seu coração perdeu uma batida com aquela fala.
- Er... – ele tentava falar ainda sem jeito.  – Eu briguei com a minha irmã gêmea ontem.
- Você tem uma irmã? – havia surpresa em seus olhos castanhos.
- Sim. Baekhyuna é minha irmã gêmea.
A boca de Sehun fez um perfeito ‘o’ em resposta. Ele começava a se sentir ansioso e cada vez mais curioso sobre aquele pequeno secretário.
- E ela é bonita?
- Pode tirar o seu cavalinho da chuva shangai boy. – Baekhyun disse entre dentes.
- Calma. Só perguntei por perguntar. – Sehun erguia as mãos em sinal de rendição.
Um suspiro pesado escapou pelos lábios do secretário.
- Por que brigou com ela? 
- Ok. – desistia de tentar se manter calado. – Nós brigamos porque ela descobriu que o meu chefe é Park Chanyeol.
Sehun fez uma cara de interrogação, sem entender ao certo o motivo daquela briga e antes que pudesse dizer algo, ambos os rapazes puderam observar Park Chanyeol sair do elevador com sua natural expressão séria em sua face passar pela mesa de Yoo Ra, a que queria impedir Baekhyun de permanecer naquele prédio, chamá-la com o seu dedo indicador e ela lhe seguir comp um cachorrinho adestrado.
- Nossa, não morre tão cedo. – Sehun segredava a si. – Qual é o motivo de sua irmã ter ficado irritada por saber que Chanyeol é o seu chefe?
Os olhos de Baekhyun seguiram seu chefe até a sua sala e permaneceram cravados naquela porta de vidro fosco. Era incrível como o modelo exercia poder atrativo sobre seu secretário. Por breves segundos, esse até mesmo havia se esquecido da presença de Sehun ao seu lado, ele só conseguia tentar imaginar o que Chanyeol estaria fazendo naquela sala com Yoo Ra.
- Baekhyun? – o platinado o chamava enquanto estalava seus dedos em frente ao rosto do menor para ver se ele despertava de seu transe. – Terra chamando Baekhyun...Baekhyun! – gritou perto do ouvido do menor fazendo com que esse se assustasse.
- Ei, isso doeu. – esfregava seu ouvido esquerdo. – Do que estávamos falando mesmo?
- Da sua irmã e Chanyeol.
- Ah, é mesmo. – o rapaz voltava a si. – Baekhyuna é super fã de Chanyeol e ela é praticamente apaixonada por ele...
- Então isso é de família.
- O que disse?
- Nada. Pode continuar.
- Quando ela descobriu que ele era meu chefe, sentiu-se traída, não achava isso justo e eu acabei dizendo algo que machucou os sentimentos da minha irmã. Baekhyuna não quer nem olhar na minha cara, por isso queria encontrar um meio de me desculpar com ela.
- Um meio de se desculpar? – Sehun batia com o dedo indicador em seu queixo pensativo. – Podia pedir para Chanyeol gravar um vídeo para a sua irmã dizendo alguma coisa.
- Um vídeo? – o secretário ponderava a ideia.
- Sim. O nosso ceo poderia fazer alguma declaração para ela ou algo do tipo.
- É. – a face de Baekhyun se iluminava ao imaginar a cena. – Ela iria amar e surtar provavelmente. Vou fazer isso, obrigado. A questão agora é como chegar em Chanyeol.
- Gente, vocês não sabem quem está vindo aí! – Heechul gritava correndo enquanto se aproximava da mesa de Baekhyun.
- Quem? – o menor parecia curioso.
- Ela. – ele apontava para o elevador.
De lá saiu uma mulher extremamente glamurosa trajando um vestido vermelho colado em seu corpo, junto com um casaco branco felpudo e seus pés caçavam sapatos pretos de salto agulha.  Ela tinha a mesma postura altiva e soberba de Chnayeol, seu corpo era magro, o rosto extremamente fino, pequeno, mas elegante. Os cabelos castanhos caíam lisos em um corte chanel, os olhos, também castanhos, eram grandes, o nariz fino e os lábios cheios e vermelhos por conta do batom que usava.
- Quem...
- Ela é Choi He Ra, conhecida por Megan e noiva de Chanyeol. – Heechul comentava. – Quem vê essa carinha nem imagina a víbora que ela é. Se bem que até eu queria ser uma víbora com um corpo daqueles. Vou ter que mudar a minha dieta de novo...aish!
- Noiva? – de forma estranha Baekhyun se sentia triste com aquilo. Era como se seu coração passasse por uma desilusão. 
- Ela vem uma vez na semana para espiar o que seu noivo anda fazendo.
- O que?! -  a ficha caia para o secretário.
Chnayeol estava com outra mulher em seu escritório, o que aconteceria se Megan entrasse lá e visse os dois? Provavelmente a empresa viria abaixo. Baekhyun se levantou em um átimo e saiu correndo em direção a sala do seu chefe, podendo observar que He Ra tinha parado no meio do caminho para conversar com alguém. Com isso ganharia um pouco mais de tempo.
A educação havia sido deixada de lado, já que o menor foi abrindo a porta sem nem mesmo bater fazendo com que desse de cara com Chanyeol e Yoo Ra aos beijos.
O presidente da K-Beauty estava sem o terno, a camisa social estava aberta revelando o abdômen definido, seus lábios estavam um pouco manchados com o batom vermelho de Yoo Ra. Já a mulher estava abaixo do presidente, deitada no sofá com alguns botões de sua camisa abertos revelando parte de seu sutiã.
Baekhyun parecia inebriado com aquela visão. Estamos falando aqui da visão de Chanyeol quase sem camisa, despenteado e com aquele olhar intenso e voraz. As bochechas do secretário automaticamente ficaram vermelhas assim como sentiu um comichão espalhar por seu corpo e sua mente começar a entrar em êxtase quando parou para pensar por um segundo se aquilo estivesse acontecendo com ele, não com Yoo Ra.
Entretanto esse estado de hipnose durou apenas poucos segundos, pois seu cérebro logo voltou a alarmar sobre a possível chegada de Megan naquela sala.
- Chanyeol! Chanyeol! – gritou fazendo com que o presidente se afastasse com uma expressão assustada no rosto para logo em seguida voltar com a sua expressão séria.
- O que está fazendo aqui?! – o ceo esbravejou enquanto Yoo Ra arrumava sua roupa e cabelo.
- Me desculpa senhor presidente...
- Por que apareceu aqui agora?! – fuzilava o menor com o olhar.
- Presidente, sua noiva He Ra está aqui na empresa e está vindo para a sua sala.
- Ai meu deus. – seu rosto empalidecia. – Yoo Ra, precisa sair daqui.
- Essa mulher sempre acaba com os nossos momentos. – ela esbravejava com um tom de voz miado.
- Depois nós continuamos esse momento. – um olhar sedutor foi direcionado a mulher. – Agora saia, por favor.
- Tudo bem, mas eu volto. – antes de sair da sala fez questão de dar outro beijo intenso em Chanyeol e fazer uma careta para Baekhyun.
Chanyeol se arrumou de forma rápida. Tão logo estava de terno, com os lábios limpos e os cabelos alinhados. Assim que estava devidamente vestido, Megan entrou como um furacão na sala, nem sequer percebeu a presença do secretário na porta, abraçou Chanyeol e depositou um selinho em seus lábios.
Aquela cena incrivelmente causou “dor” ao secretário. Ele se sentiu incomodado, como se cada vez que visse Chanyeol com alguém o seu coração se despedaçava um pouquinho mais. De certa forma, Baekhyun achava essa postura de sua parte um tanto quanto estranha, pois ele era apenas o seu chefe e haviam se conhecido apenas a um dia.
Por outro lado, Chanyeol, ainda abraçado a He Ra, ainda sentia aquela antipatia natural pelo seu secretário, as suas roupas como se possíveis estavam pior do que ontem, a única coisa que prestava para ele era o tênis All Star. Aqueles olhos enormes a lhe fitar por conta das lentes dos óculos lhe davam nervoso, assim como ele detestava ter de olhar para a figura de seu secretário. Todavia, um pequeno sorriso surgiu em seu rosto ao perceber, depois desse ocorrido que mal havia acabado de acontecer, que talvez Baekhyun ter sido escolhido para ser seu secretário não tinha sido uma decisão tão ruim de seu pai.

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