31. Um conto de fadas

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O fim já havia começado. Assim como um buraco negro tinha sido criado e Baekhyun estava sendo sugado para dentro desse. Estava desesperado. Simplesmente não sabia o que fazer.

Era como se o ar tivesse sido roubado dos próprios pulmões, como se estivesse preso por amarras invisíveis que o deixavam impotente enquanto a mente girava e girava em torno dos grunhidos abafados de Chanyeol. A imagem do modelo era como tatuagem na mente do antigo secretário. Mergulhava nas memórias a fim de encontrar apoio, como também se torturar de forma indireta por ter deixado tal coisa acontecer.

Não tinha forças para falar nem sequer para reagir. Dentro daquele carro apenas observava as luzes das ruas de Seul passar por si sem prestar atenção nessas.

Por que Megan tinha de atacar mais uma vez? Por que ele simplesmente não conseguia ser feliz totalmente com Chanyeol? Por que sempre parecia ter alguém para atrapalhar? Por quê?

Estava cansado. Não aguentava mais. Sentiu uma lágrima solitária deslizar pela própria bochecha.

Sentiu o toque cálido de uma mão envolver a própria.

- Nós vamos salvá-lo. – a senhora Park afirmou com um tom de voz gentil.

- Não queria que isso estivesse acontecendo.

- Ninguém queria, querido. Acredite.

Soltou um suspiro pesado.

- Não se preocupe. A Megan pagará por tudo o que está fazendo. A polícia cuidará de tudo isso.

O Byun já havia até se esquecido de que a polícia estava no carro logo atrás do veículo do senhor Park. Por mais que as autoridades já soubessem do sequestro e estavam indo ao resgate do modelo, o atual presidente da K-Beauty não se sentia seguro. Algo no próprio interior o fazia hesitar. Não sabia dizer o que era, porém sentia medo. Bastante medo.

- Vai dar tudo certo, Baekhyun. Logo teremos o Chanyeol conosco outra vez.

- É o que eu mais quero, senhora Park. – soltou mais um suspiro pesado. – É o que eu mais quero.

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Chanyeol recuperou a consciência mais uma vez. Sentiu uma fisgada no lado esquerdo da própria testa, assim como um líquido pegajoso ali. Os tornozelos e os pulsos ainda estavam muito bem amarrados. Conseguia perceber a pressão que as cordas exerciam contra a pele. A tira de fita também ainda estava colada nos próprios lábios, pois sequer conseguiu abri-los.

Os ombros estavam trêmulos, porque a temperatura do local em que estava era bem abaixo do considerado normal. Assim que abriu os olhos, sentiu as íris serem fisgadas pela luminosidade que arranhava, machucava, incomodava aquele mar castanho que Byun Baekhyun tanto adorava.

Assim como da primeira vez, o modelo precisou piscar algumas vezes até se acostumar e conseguir observar tudo o que estava a própria volta.

Lâmpadas fluorescentes estavam espalhadas pelas quatro paredes daquele contêiner. Uma fumaça branca, etérea, como assustadora ao mesmo tempo, espalhava-se pelo chão. No fundo do contêiner, pendurados em vários guinchos, estavam enormes pedaços de carne bovina crua.

As lembranças de estar no quarto de Megan ainda tomava conta da mente em um ato de voltar a pensar em tudo aquilo que havia parado por alguns minutos ou várias horas, talvez. Os acontecimentos vinham como águas torrenciais. Situavam-no em todo aquele bizarro acontecimento.

Onde estou? Por que...

Os pensamentos ainda eram nublados de certa forma. Contudo, no exato instante em que o último frame de imagem foi passado diante dos próprios olhos, tudo pareceu fazer sentido. O medo invadiu o corpo do Park como um parasita que entranha em todas as camadas de um corpo vivo.

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