Capítulo 14

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Silencio mortal foi tudo que obtive em resposta.

Olhei para Feyre, que mal respirava, e sua expressão era de choque e incredulidade, como se tivesse falado a coisa mais absurda do mundo. Mor ao seu lado estava petrificada.

Azriel franzia o cenho, analisando a possibilidade da veracidade em minhas palavras.

Ouvi Rhys soltar uma risada sem humor. Virei para olha-lo e ele estava perdido nos próprios pensamentos. Os olhos, ainda vermelhos por causa das lagrimas que há instantes escorriam, estavam focados em um ponto fixo ao chão.

— Isso não... não tem como ser verdade — uma risada nasalar — Ele... — e então o poder que estava contendo até então explodiu — aquele desgraçado. — Uma rajada de escuridão saiu pela sala se chochando contra as estantes fazendo que explodissem em vários pedaços de madeira. A mesa abaixo da janela virou pó, como se nunca tivesse estado ali. Era possível sentir a montanha sob nos tremer.

Ele se levantou e começou a andar de um lado para o outro, passando as mãos pelos cabelos pretos, como se tivesse perto de perder o autocontrole a qualquer momento. Feyre insinuo ir até ele, mas se conteve e se encostou no braço da poltrona.

— Por isso a atração e obsessão dela em fazer ele seu amante. Por isso a recusa dele. Amarantha disse que quebraria a maldição da Corte Primaveril se ele se tornasse seu amante e ele continuou recusando.

As luzes feéricas na parede explodiram, uma a uma. Mor se encolheu mediante os estalos.

— Ele sabia que o laço se encaixaria se viesse a se tornar seu amante. — Respondi.

Rhys parou perto da porta com os braços cruzados e articulou com o queixo para que eu continuasse. Respirei fundo e retomei a história de onde havia parado.

— Na manhã seguinte o próprio Rei foi até minha cela me aplicar o veneno feérico. Durante todo o processo não deixou o sorriso sequer vacilar. Mas não lhe dei o gostinho de discutir ou indagar algo, só aceitei o que o destino tinha trazido para mim. E, pela Mãe, ele gostava de se ouvir falar. Todas as aplicações e experimentos era uma tortura não só pela dor física, mas o quanto era obrigada a escutar aquela voz infeliz. Então algumas semanas trancafiadas ele decidiu que era o momento de eu saber o porquê estava ali. Tamlin havia descoberto sobre o laço e, depois da guerra, não suportaria uma parceira tao perversa como Amarantha.

"Como se o fato de me encontrar ali não o fizesse tão cruel quanto ela. A minha vida em troca da libertação dele. Esse foi o preço. Ele sabia que Hybern não ia parar naquela guerra, que não descansaria até ter todo o poder possível para tomar as terras humanas, e então fora atrás do Rei para perguntar se haveria como quebrar o laço. Hybern lhe disse que naquele momento não, mas que, em breve, possuiria o artefato mais poderoso de todos e que poderia fazer qualquer coisa. Tamlin acreditou nele, e o preço do acordo foi me levar até o rei. "

"Mas então Amarantha foi morta, e junto com ela o laço fora destruído. Porém, a ideia de que o Rei com o caldeirão fosse poderoso o bastante para com que partisse uma parceria, não saiu da cabeça de Tamlin. Por isso, quando descobriu a parceria de vocês dois, achou que havia como quebra-la. Descobriu que estava errado tarde demais. "

Não havia nada além de ódio fervilhando nos olhos de Rhysand quando falou.

— Eu deveria tê-lo matado.

— Não.

Não? Feyre havia se levantado e estava de frente para Rhys e tinha feito a única coisa que achei que ninguém naquela sala, ou naquela corte, faria.

Havia saído em defessa de Tamlin.

Não havia como disfarçar a expressão de choque no rosto de todos ali.

Corte de sombras e esperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora