× PRÓLOGO (PARTE UM)

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Eu sempre tive a necessidade de viver intensamente. Seja por algumas horas drogado, através de bebidas, sexo, corridas clandestinas ou algo que realmente extrapolasse os limites. A vida que todos levavam não era para mim. 

Nunca almejei estudar como um condenado, me formar, conseguir um emprego de merda e trabalhar em dias quentes, suando sob ternos caros — ou não — para encher a bunda de outro cara de dinheiro.

Não. Eu queria aventura. Eu queria viver como se minha vida acabasse no minuto seguinte e como se adrenalina era quem corria em minhas veias.
Então essa rotina nunca fora para mim. Nada de sonho com uma casa grande, com uma entrada bonita, jardim e crianças brincando enquanto minha mulher cozinhava e limpava.
Primeiro porque eu odeio crianças. E segundo porque eu odeio a ideia de ter uma coleira em volta do meu pescoço.

Meu primeiro contato com a insanidade foi aos catorze por forma de um baseado de maconha. A partir dali o resto foi consequência; perdi minha virgindade pouco tempo depois e conheci festas, álcool e carros.
Então eu me vi realizado porque aquele era meu sonho. Eu queria tudo aquilo. Almejava tudo e todas as consequências da insanidade. Era a minha forma de tirar o mundo da normalidade patética e monótona. um desvio de conduta.

Contudo, para todos, independentemente de se importarem ou não com os resultados de suas ações, as minhas vieram. Uma cobrança dura proveniente de uma noite que poderia ser tão normal e fascinante como todas as outras. A ganancia fora o meu fim ou simplesmente o inicio de um pesadelo.

Um ford Mustang 1967, preto. Um roubo. Uma consequência. Cinco anos.

E aquela merda era do pior. Fedia para cacete, sem álcool nem mulheres e cigarros apenas de vez em quando. Um espírito livre que fora trancado na porra de uma gaiola, se limitando apenas a encarar o sol por de trás de grades.
Eu realmente havia conhecido o inferno e com certeza era na terra, com todos os tipos de homens pagando por seus pecados. E eu, como um deles, vulgo, um pecador, não esperava por perdão ou bênção.

Até que eu a vi. Ela, um anjo em sua forma mais autentica e plena dentro daquela pocilga.
Depois de quatro anos fodidos naquele lugar ela estava ali, com seu jaleco branco e cabelo preso. A visão do paraíso para um homem tanto tempo fechado entre muitos outros. Sexo era uma necessidade  de vida ou morte quando eu a vi, e percebi que a ganancia nunca me deixara depois de tudo. Despertando uma tremenda confusão, eu tive meu passe livre para a enfermaria onde ao entrar, a primeira coisa que eu notei era seu perfume suave, porém marcante, e que eu teria de provar de perto.

— boa tarde.— tentou sorrir.— Tayler McCarthy, não é? O que houve.

Ela parecia que fazia tudo no automático.

— briga.— dei de ombros.

— isso vai ficar feio.— encarou meu rosto se aproximando.

— tenho a certeza que consegue cuidar disso. Talvez de coisas piores.

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