Desvio De Conduta

× CAPÍTULO VINTE E UM

Nós ficamos o restinho da tarde juntos no sofá. Eu o obriguei a ver um dos clássicos de Julia Roberts comigo enquanto tentava acabar com toda a tensão em seu corpo.

Eu sempre tinha a sensação de que algo ficava para trás, com ele. Algo não era dito por completo e ficava sempre para trás.

Estava sendo um ciclo vicioso. Eu surtava por algo, ele pedia desculpas e eu aceitava. Mas no fundo, depois de todo o prazer, depois de todo o carinho, no final da noite algo dentro de mim finalmente era escutado. Algo que dizia que algo não estava cem por cento certo. Algo que despertava o medo de me machucar mais com tudo isso e que não me deixava dormir. Afinal, ainda era a mesma história mais conturbada que o normal. Nós ainda havíamos nos conhecido numa situação anormal, num presídio onde transamos vezes absurdas e de onde eu fui expulsa. Perdi o trabalho mas tive sorte por conseguir algo melhor.

Mas agora ele estava aqui. Eu havia enfiado Tayler na minha vida e não movia um dedo para tirá-lo ou melhorar as coisas. Nós já estávamos vivendo uma vida de casados sem nem mesmo namorar direito. E agora tudo estava mais complicado já que seu emprego não lhe rendia muito.

Brinquei com seu cabelo quando notei que ele dormia ao meu lado no sofá. Arrumei seu travesseiro para que não sentisse dores ao acordar e fechei a televisão me levantando.
Caminhei até a varanda sentindo o frescor noturno da cidade acariciar minha pele.

Entretanto, havia algo.
Eu já havia sentido aquilo e ignorei. Mas naquela hora, eu me sentia observada e completamente desconfortável.
Abracei o meu corpo e encarei todos os lugares inclusive o prédio ao lado para confirmar minhas suspeitas. Então apenas fechei a porta e entrei rumo ao meu quarto me sentindo gelada.

...

Com o suceder das semanas Tayler conseguiu um emprego na loja de carros. Chegou me dando a notícia e mostrando um contrato devidamente assinado.

Comecei uma onda de beijos que se tornaram mais e mais quentes.
Logo nossas roupas estavam no chão e ele se forçava para dentro de mim praseirosamente contra a parede do quarto.
Meus gemidos ecoavam como o barulho de nossos corpos se chocando cada vez mais rápido e forte. Eu chegaria ao clímax em breve e ele só acelerou o processo quando lambeu e chupou um dos meus mamilos me fazendo desfazer num gemido alto e longo.

— gostosa.— deu um tapa na minha bunda.

Logo estavamos deitados na cama completamente nus. Meu corpo estava se preparando para dormir e relaxar por completo, quando ele deixou um beijo se levantando.

— onde vai?

— eu preciso sair.

— para onde?

— uns amigos me convidaram para uma festa. Porquê?

— quero ir.— falei ainda mole.

— eu acho que não é bem o seu estilo.