Capítulo 1

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Porra!

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Porra!

Cazzo! — soco a cama, enquanto caminho indo abrir a porta do meu quarto que estava quase sendo arrombada. Abro a porta vendo o Alfredo, meu pai, que não queria que existisse me olhando mortalmente e segurando um jornal.

—A porra de outra briga, Rafael? Eu te avisei o que aconteceria se não me escutasse — joga o jornal na minha cara e o pego vendo que eu sou a manchete do dia.

"Filho do empresário Costa se envolve em uma terceira briga na mesma semana."

— Está tomando os seus remédios, não?! — pergunta sério.

Eu tenho um transtorno explosivo intermitente — TEI — é uma desordem comportamental caracterizada por explosões de raiva e violência, que são desproporcionais com a situação em questão.

É uma porra fodida já que não consigo me controlar, os remédios que tomo não ajudam em nada. Aqui na Itália todos que me conhecem sabem da minha fama de explosivo e não mexem comigo, mas ainda tem aqueles que tem coragem de me peitar.

— Estou tomando esses remédios sim, não aperta a minha mente! — jogo o jornal no chão e me deito na minha cama.

— Amanhã você irá para um colégio interno em Los Angeles — ele diz e solto uma risada irônica, olhando-o sério.

— Nem fodendo! — cruzo meus braços.

— Vai sim! O internato irá por limites em você, se eu ouvir uma reclamação de você, diga adeus a sua moto e o dinheiro que eu te dou. Tenho planos para o seu futuro, Rafael, essa sua fama irá estragar tudo!_sai batendo a porta e pressiono minha cabeça no travesseiro.

Caralho! Porra de colégio interno!

[......]

Encaro a janela do carro enquanto o Alfredo espera o meu primo abrir sua casa para me receber. Chegamos em Los Angeles essa madrugada, hoje eu já tenho que ir para esse colégio do caralho.

Não vejo a hora de completar dezoito anos e sumir no mundo sem ninguém!
Não preciso de ninguém!

— Estarei sendo informado do seu comportamento no colégio. O lugar é bastante rígido e têm regras que serão cumpridas — ele avisa e rio sem humor. Regras não funcionam para mim — Pelo menos, Rafael, tente evitar confusão, por favor. Já basta as merdas que fez na Itália — meu pai diz e desço do carro segurando uma mala, as outras foram levadas para o tal colégio. Minha moto está parada em frente a casa do Jason, o Alfredo mandou trazer.

Bato a porta do carro com força escutando meu pai me xingar. Entro na casa do Jason, ele tem vinte quatro anos. É o único da família que sou próximo.

Ele vem até mim abrindo os braços, o encaro sério e ele solta uma risada.

— Estava esperando um abraço — brinca se aproximando de mim e fazemos um toque. Jogo minha mala em qualquer canto e me deito no sofá cobrindo meus olhos com o braço.
Respiro fundo e tento pensar positivo sobre esse colégio.

— Sabe como é esse colégio Mirls? — pergunto sem olhá-lo.

— É o melhor daqui e bastante rígido. Não é permitido agarramento entre os alunos, brigas e outras coisas — bufo irritado — Ainda do mesmo jeito? — se refere ao meu temperamento.

— Nunca muda, já me acostumei, mas os outros não — ele solta uma risada — Tô fodido nesse colégio! — exclamo impaciente.

Quando me levanto vou ao quarto que ficarei no final de semana, jogo as minhas coisas no guarda roupa e vou tomar um banho me preparando psicologicamente para hoje.

Esse colégio não vai me impedir em nada, se é isso que o Alfredo está pensando.

Me arrumo e começo a me entreter  com algumas coisas. Cochilo de repente e só acordo com alguém jogando um sapato em cima de mim.

— Acorda, putão! Está atrasado, porra!— Jason fala batendo na porta e lhe mando o dedo do meio me levantando. Arrumo uma mochila e pego a chave da minha moto — Nos vemos no final de semana e fica na tua! — subo na moto colocando o capacete.

— Sou um anjo — ligo ligando a moto e acelerando, fazendo barulho para provocá-lo, ele odeia esse som.

— Só se for Lúcifer — retruca e aceno com a mão, dando partida com a moto. Sei o caminho do colégio pois o Alfredo fez questão de me mostrar.

Além de passar a semana infurnado neste lugar, ainda tenho que dividir meu quarto com um cara.

Viro a esquina me aproximando do colégio, na entrada tem uma limousine parada interferindo a passagem. Começo a buzinar impaciente, o veículo começa a ligar. Olho para trás vendo se não tem ninguém atrás de mim e acelero a moto ainda olhando.

Quando viro meu rosto para olhar para frente, vejo uma garota virada de costas e parada no caminho que eu ia seguir, desvio passando de raspão dela, já que minha moto estava em alta velocidade.

Quase atropelei a garota. Desço da moto irritado. Ela não olha por onde anda não?

— Ficou maluca, porra? — me aproximo dela que está parada de olhos fechados e com o corpo trêmulo. Seu rosto é muito bonito e seu corpo também. Ela tem cheiro de baunilha e parece um anjo. É pequena comparada a mim e delicada — Se machucou?_pergunto com a voz calma, acariciando sua bochecha com o meu polegar.

Que merda eu tô fazendo?!

A garota abre os olhos e fico hipnotizado naqueles olhos cristalinos. Minha hipnose não dura muito tempo, já que ela empurra meu peito e me encara brava.

— Quase passa por cima de mim, seu idiota! Sabe pilotar aquela coisa, não? — ela passeia seus olhos pelo meu rosto — Eu podia ter morrido!– fala histérica.

— Para de drama que você ainda está viva! Chilique do caralho! — falo impaciente e ela fica mais vermelha.

— Seu ogro mal educado, argh!_grunhe de raiva. Sua voz é doce e bonita. Meu coração está batendo acelerado mais que o normal.

— Esse é seu melhor xingamento?! Já me chamaram de coisa pior! — ela cruza seus braços, fazendo seus seios ressaltarem.

—  Idiota! — resmunga. Uma garota loira aparece olhando-a preocupada — Está tudo bem, esse cara que não sabe pilotar uma moto direito!  — me olha séria.

— Irritante do caralho, vou perder meu tempo com você não! — me viro segurando minha bolsa, olho para trás e ela está andando com a garota loira, entretanto, vira o rosto rapidamente — Mimada! — resmungo.

Se ela perder a linha fácil assim, irei adorar lhe irritar. O que tem de bonita, ela tem de irritante!

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