Capítulo 2

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Quem esse garoto pensa que é?

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Quem esse garoto pensa que é?

Eu saio do carro pronta para entrar no colégio e o garoto quer passar por cima de mim com uma moto, e ainda é super grosseiro.

Ele é muito bonito e parece não ser de Los Angeles devido ao sotaque, entendo disso bem já que também não sou de Los Angeles. Nasci no Brasil, no nordeste, para ser mais precisa.

Minha mãe, Bárbara, conheceu meu pai Augusto quando veio morar aqui em Los Angeles. Depois foi passar um tempo na sua terra natal quando estava grávida de mim e acabei nascendo lá.

— Amiga, o que foi aquilo? — Kate pergunta abismada, assim que seguimos para o dormitório feminino.

— Eu sei lá, garoto arrogante. Quero que ele vá para baixa da égua! — falo uma gíria nordestina, eu sempre falo quando estou nervosa. Quando quero xingar uma pessoa sem ela entender ou sai espontaneamente.

— Aurora, sabe que não entendo, fala a minha língua! — resmunga e solto uma risada — Ele é bem bonito e muito alto — isso é verdade, eu nem sou baixa e ele consegue ser bem mais alto que eu. Irá se dar bem no time de basquete e bem longe de mim.

— Nem reparei — finjo indiferença, entramos no nosso quarto e já me jogo na minha cama. Conheço esse colégio de cabo a rabo, estudo aqui faz dois anos. No final de semana fico com a minha família, meus pais não conseguem ficar longe e muitas vezes vem me visitar no horário de aula.

Sou filha de Bárbara e Augusto Miller, minha mãe é médica e meu pai empresário, bastante famoso e que antes era lutador de boxe.

— Voltei com o Tony — diz enquanto mexo no meu armário, pegando meu uniforme, temos que estar na nossa sala de aula em vinte minutos.

—  Mentira? Chocada! — me finjo de surpresa e ela joga um travesseiro em mim — Kate ele é um bixiguento, não vale nada — explico e ela revira os olhos.

Ela e o Tony, que é um colega nosso, tem um rolo desde que entrei aqui, nenhum dos dois é fiel um ao outro. Ele é quem a engana mais e a Kate sabe, mas continua com ele.

— Estou recebendo conselhos da garota que nunca beijou na vida — debocha e pego meu travesseiro, jogando nela que desvia.

— Alguns acontecimos do passado te impedem de prosseguir no futuro — murmuro, sentindo um aperto no peito — Eu sou tímida — falo olhando-a, ela começa a se trocar e faço o mesmo. Visto meu uniforme totalmente azul e arrumo meu cabelo.

— Aurora — me chama séria assim que está pronta, ela estende a mão e pego, segurando minha mochila_Quando você vai me contar? — indaga séria.

— Contar o quê? — me finjo de desetendida.

— O que aconteceu para você acordar quase todas as noites chorando e se sentir retraída perto dos homens? — meus olhos marejam e olho para baixo.

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