Amor Imperfeito

Capítulo 3

Aurora é o nome dela, combina bastante com a sua aparência delicada e linda. Olho para a mesa mais longe do refeitório em que ela está sentada, almoçando calmamente.

— Cara, os meninos estão te odiando, principalmente o Lee — o Tony é meu colega de quarto, é um cara bacana.

— Quem é esse? — pergunto bebendo o restante do meu refrigerante. Olho para a mesa do meu lado e vejo um cara me fulminando com o olhar — Aquele bosta ali? — digo alto olhando para o tal de Lee.

— Esse mesmo — diz rindo — Ele tá assim porque a maioria das meninas estão de olho em você — continuo bebendo meu refrigerante, desinteressado. Foda-se que ele não gosta de mim — Ficou mais puto ainda quando saiu da sala com a Aurora — largo a bebida assim que escuto o nome dela.

— Ele tem alguma coisa com ela?— pergunto sério e cruzo meus braços.

— Não, mas quer ter. A Aurora não é pro bico dele, a mina loira que tá com ela é minha namorada — o olho desconfiado. Quando cheguei no dormitório ele tava se agarrando com outra garota sem ser ela — É complicado — abre um sorriso malicioso e rio fraco negando com a cabeça.

— Não vale nada — digo olhando para ele — Essa porra de colégio tem regra pra caralho, como faz para ficar com as meninas sem ser pego?

— Tem um corredor, a diretora não sabe. Nesse corredor rola de tudo, é fodido mas todo mundo frequenta quando quer se divertir_explica. Uma garota começa a vir na minha direção jogando o cabelo para trás — Lhe apresento a Rachel, boa sorte — dá um tapinha nas minhas costas.

— Oi, sou a Rachel — mastiga um chiclete e estende a mão, continuo de braços cruzados e ela sorri fraco —Então, já conheceu o colégio? Eu posso te apresentar, se quiser. Prometo que irá gostar de conhecer o lugar — passa a mão no corpo sorrindo maliciosa.

— Hunrum — murmuro sem estar afim, olho para trás dela vendo a Aurora e a tal Kate vindo para nossa mesa.

— Oi amor — dá um selinho no Tony, a Aurora fica atrás de braços cruzados — Sou a Kate — se apresenta para mim e faço o mesmo brevemente. A Aurora está mais afastada de mim e a Rachel logo a frente.

— Eu vou para o quarto, Kate — avisa e quando vai passar, a Rachel coloca o pé na frente fazendo ela tropeçar, seguro-a pela cintura antes que caia.

— Ficou maluca, porra?! — digo sério, olhando para a Rachel que apenas solta uma risada.

— Eu não tive culpa, imbecil — Aurora diz irritada, ela achou que eu tava falando com ela? — Vaca! — exclama irritada olhando para a Rachel.

— Ficou bravinha, puritana? Isso é para você parar de ser meter onde não deve! — exclama olhando para minha mão que ainda está na cintura da Aurora, fico em pé e a Rachel me olha de cima a baixo. As mulheres ficam bem interessadas em mim, devido a minha altura e corpo mascúlo.

A Aurora pega o purê que tem no meu prato e joga na cara dela que grita histérica.

— Arrasou amiga! — Kate grita entusiasmada. A Rachel pega o refrigerante e tenta jogar na Aurora, mas tiro ela da frente antes que acerte.

— Chega, para pequena! — ela me olha irritada e passa as mãos no cabelo.

— Eu vou acabar com essa garota! Já estou cansada de suas provocações. Alma sebosa! — exclama olhando para a Rachel e não entendo o final.

— Olha que a princesinha está mostrando as garras, está querendo dar para o primeiro que aparece e depois falam de mim — Rachel debocha e a Aurora tenta se soltar mas a seguro.

— Solta ela! — o tal Lee aparece na minha frente e solto uma risada irônica.

— Vaza daqui! — exclamo sério, a Aurora se acalma e a Rachel continua bufando irritada, enquanto limpa o rosto sujo de purê.

— Eu mandei você soltar a min... Aurora — é impressão minha ou esse babaca ia chamá-la de "minha"?

— Não preciso da sua ajuda, Lee — Aurora diz séria — Nem da sua — me olha irritada, tiro minhas mãos da sua cintura já sentindo falta do contato.

Que merda!

Me viro para sair do refeitório, mas paro assim que escuto o comentário do babaca.

— Esse filho da puta vai aprender se tocar no que é meu novamente — me viro, socando o seu rosto brutalmente.

— O que é seu!? Responde, caralho!_soco seu rosto e ele tenta se defender, meu corpo é puxado de perto do dele, mas me solto de quem tava me segurando — Figlio di puttana! — quando ia socá-lo novamente a voz da diretora ecoa no refeitório.

— Parem agora! — me separo olhando  ao redor, algumas pessoas me olham surpresos e outros amendrotados. Me viro para Aurora que está suja de comida igual a Rachel, que além disso está descabelada. Elas brigaram?— Rafael, Aurora, Lee e Rachel, na minha sala agora! — respiro fundo, me separando do Tony e saindo do refeitório junto com os outros.

O Lee está com o rosto arrebentado, não me arrependo de bater nele.

Chegamos na sala da diretora e fico escorado na parede enquanto a Rachel e a Aurora se sentam na cadeira.

— O que aconteceu!? — a diretora questiona, os três começam a falar ao mesmo tempo e apenas fico calado — Rachel primeiro.

— Eu estava dando as boas-vindas ao novo aluno quando a Aurora chegou me xingando e falando mal de mim, tia. Fui rebater e ela começou a jogar comida em mim, o Rafael foi tentar segurá-la igual o Lee mas os dois acabaram brigando tentando me defender — fala na maior cara de pau e solto uma risada.

— Ela colocou o pé para eu cair, eu já estou cansada das provocações dessa ken..garota! E.. — Aurora começa a falar mas a diretora faz sinal para ela ficar quieta.

— Vi tudo pelas câmeras de segurança, os quatro irão passar o final de semana no colégio como castigo. Aurora e Rafael irão receber advertências por terem começado a confusão — ela faz sinal para que o Lee e a Rachel saiam da sala e assim eles fazem_Aurora, fico bastante surpresa por estar aqui, primeiro dia de aula e já arrumou confusão? Isso nunca aconteceu_diz surpresa.

— Não irá mais se repetir — ela diz séria.

— Rafael, sei do seu transtorno e aconselho que frequente a psicóloga do colégio. Não pode agir de maneira agressiva ou os alunos ficarão com medo de chegar perto de você. Seu pai me enviou tudo sobre você, brigas e confusões em abundância. Lá na Itália as pessoas te conheciam, mas aqui não, irão se afastar se não se controlar —escuto calado e saio da sala, batendo forte a porta. Ando pisando duro por essa porra de colégio.

Como ela fala sobre a minha vida pessoal perto de outro aluno? Porra!
A Aurora já não me queria por perto e agora vai piorar, não que eu ligue, mas é fodido as pessoas se afastarem de mim por uma coisa que não tenho controle.