Capítulo 18

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  Lola Carter

— Como ?! — Eu a olhava indignada, não dormiria com Lincoln, minha vida está uma bagunça e eu só quero arrumar tudo isso agora.

— Meus tios sempre dormem sozinhos no quarto de hóspedes e minhas primas comigo no meu quarto em um colchão, não vai haver outro lugar pra você ficar, mas eles ficarão somente uma semana, então você pode dormir com o papai, tenho certeza de que ele não vai se importar a cama dele é bem grande, tipo, muito mesmo, vai ser como se estivessem em camas separadas — Eu tenho outra escolha ? Porque se eu tiver, agora é a hora de ela aparecer — Meu pai não morde amiga, você vai ver, ele não vai se importar

— Não sei não amiga...além de morar na sua casa por três meses vivendo das suas custas ainda vou incomodar a privacidade do seu pai por uma semana, não posso aceitar...

— Deixa disso menina, não vai incomodar, meu pai nunca faria mal a você e vai te acolher muito bem, você vai ver, vamos, vou te ajudar com a mala — Eu já estava derrotada, e se não fosse para lá teria de procurar Léo e David que moram juntos, e eu não estou falando muito com Leonardo, então, era a casa dos Knigth ou a rua.

Amber e eu passamos a tarde arrumando as minhas malas, não peguei tantas coisas, derrotada, triste e frustrada com tudo isso, eu tomei um banho e fui para a casa da Amber junto com ela.

Ao entrar, ouvimos o barulho da TV ligada, logo que entramos na sala avistei Lincoln, lindo como sempre, mas eu estava abalada demais pra pensar nisso. Ele logo se levantou rápido ao nos ver, veio até nós e esperou uma explicação.

— Quer contar você ? — Amber me olhou.

— Pode ser você — Não queria falar sobre isso, não hoje.

  [...]

— Então Lola vai ter que ficar afastada dos pais por três meses e eles não tinham onde ficar, então propus que ela ficasse aqui esse tempo, mas com a vinda da irmã da mamãe, não haver lugares para ela dormir, então como a sua cama é gigantesca, pensei que ela pudesse dormir com você, não tem problema, né ? — Amber terminou a explicação e eu olhei nos olhos dele pela primeira vez. Ele se inclinou até mim e me abraçou me acolhendo

— Claro que ela pode ficar, e pode dormir sim no meu quarto, estamos contigo e vamos cuidar de você e resolver essa situação, seus pais são boas pessoas e isso vai passar — Disse sem malícia alguma, como alguém que realmente se importava.

— Obrigada tio Lincoln — Aceitei o abraço acolhedor com toda a minha vontade, porque naquela hora, eu precisava ser acolhida.

  Uma semana depois

  Os tios de Amber chegaram hoje, são boas pessoas, Marta e Jared são pessoas legais, a filha mais nova Marianne de dezessete anos é um amor, já a mais velha Marianna de 19 não foi com a minha cara, não entendi, ela ficou dessa forma depois de saber que eu dormiria no quarto do Lincoln. Não liguei, apenas me manti racional e não dei a mínima para as piadinhas e alfinetadas que ela me dava. Eu estava acabada demais para me importar com uma menina mimada.

  Era noite, eu estava deitada no quarto de Lincoln, nunca tinha entrado ali, realmente era um oásis, tudo bem limpo e organizado e não era exagero da Amber, a cama realmente era gigantesca. Me deitei debaixo das cobertas depois de tomar banho, fiquei pensando nos meus pais e em como eles estão assustados com tudo isso, James e Alisson são as pessoas mais altruístas, pacíficas e boas que já conheci, eles nunca seriam capazes de maltratar ninguém. Automaticamente uma lágrima escorreu pelo meu rosto, e depois mais uma e mais outra, até que eu estivesse chorando silenciosamente.

— Lola...o jantar está na mesa — Amber  veio avisar

— Estou sem fome, obrigada

— Sabe que precisa comer...— Ela disse autoritária

— Sério Amber, eu estou com zero de fome, só quero dormir

— Tudo bem...— Ela saiu fechando a porta.

Minutos depois, a porta foi aberta de novo, sabia que ela não desistiria. Mas dessa vez, o perfume amadeirado me fez saber que não era ela quem estava ali. Ouvi a porta fechar mas nada disse. Ele se sentou ao meu lado e suspirou.

— Lola...— Senti sua mão quente pousar em meu braço — Precisa comer, faz três dias que não se alimenta direito

— Não quero Lincoln, não estou com fome — Eu quis chorar de novo, então ele se deitou logo atrás de mim, passando a mão pela minha cintura e me abraçando, beijou a minha bochecha e disse :

— Estou aqui Lolita, sempre estarei, quero o seu bem, você não vai ficar forte se não se alimentar, seus pais não iriam querer saber que você está assim, precisa ser forte pra lutar contra isso — Apoiou o queixo no meu ombro — Quer que eu traga o jantar até aqui ? Hm ?

— Por favor...— Eu o olhei, os olhos azuis me encaravam com preocupação e afeto, as pupilas pouco dilatadas não escondiam o azul lindo e brilhante que ali havia

— Vamos lutar por isso juntos, eu nunca vou deixar alguém tirar de você a sua família, entendeu ? — Acenei que sim — Volto logo com o jantar.

Então ele saiu me deixando ali, pensativa novamente.

~~~

Depois de jantar, levei as coisas até a cozinha e as lavei, todos dormiam na casa, menos Lincoln que tomava banho na suíte do quarto. Dei uma arrumada na cozinha para ocupar a mente, então o sono me tomou e eu subi para dormir. Quando entrei no quarto, Lincoln estava somente de boxer preta deitado, lendo um livro. Por um segundo, esqueci toda a dor que sentia e parei para ver aquela cena incrível, queria registrar aquilo na minha mente.

— Oi — Ele disse fechando o livro e me encarando

— Oi — Me aproximei subindo na cama, o cheiro masculino estava impregnado ali, e era tão bom.

— Está melhor — Me olhou com atenção 

— Estou mais tranquila — Sorri sem muita animação, me deitei de costas para ele. 

— Vou estar bem aqui se precisar — Senti ele se afastar mais para me dar mais espaço, mas não era isso que eu precisava agora, tomei a liberdade de levantar e trancar a porta, quando o voltei ele me olhava atento, dei batinhas no centro da cama permitindo que ele se aproximasse.

— Não quero abusar da sua boa vontade, mas eu não vou conseguir dormir sozinha, pode me abraçar ? — Me deitei de costas e senti o corpo grande se aproximar

 — Claro, estou bem aqui — Ele me abraçou e eu era tão minúscula perto dele, então seus braços fortes me apertaram e me acolheram me acalmando, então eu consegui dormir, com o perfume dele e nos braços dele.

O Pai da Minha Melhor Amiga [ CONCLUÍDA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora