Capítulo 44

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Marolei suave quando a morena saiu. Pensei pra um caralho na minha vida, nos bagulhos que tava acontecendo.

Que saudades do meu verdinho!

Dei um jeito de arrumar um dinheiro pra comprar um.

Vitinho : Qual é a do verde? - Ph me olhou.

Ph : 1 por 20 parceiro, vai chapar? - Neguei.

Impressionante como tudo na tranca fica mais caro mané.

Vitinho : Num interessa não meu bom, só passa essa porra pra cá! - Tomei da mão dele e entreguei o dinheiro.

Só assim pude relaxar e pensar suave.

Tava na hora do almoço e eu tava sem fome. Mas eu saí. Precisava falar os bagulhos com o Chapa.

Vitinho : Fuga hoje. - Falei baixo me encostando na parede. -

Chapa : Sério mermo? - Encostou na parede comigo e eu passei o verde pra ele.

Vitinho : É caralho. Paula veio aí e passou os bagulhos pra mim. Disse até que o paizão ta de volta, mané!

Chapa : Não acredito! - Sorriu.

Vitinho : É pô! A gente não pode ficar mais aqui. Todo dia umas porradas diferente, tô malucão pa chegar metendo o louco nesses pau no cu. - Me devolveu o verde no esquema maneirin.

Chapa : Mantém a calma cria! Fica suave! - Assenti.

Saí de lá voltando pra sela. Sentei um pouco e tentei me acalmar. Mas aonde eu pegava, sentia dor.

Assim que eu voltar vai ter baile. Saudades de um bailão de favela que estremece o chão. Faz dias que também não dou um toque na Jessica.

Fiz uma oração e acabei dormindo ali mesmo.

***

Acordei pelas dores que tavam me matando.

Bando de viado do caralho!

Não sabia que horas eram, mas já tava à noite e tudo escuro no presídio. Sabia que ali na sela tinha um cara com celular escondido.

Vitinho : Parça, tem como tu  dar ideia em que hora é aí, na moral mermo? - Falei baixo e ele me disse. - Valeu aí! - Fiz toque e me sentei olhando em volta.

Sabia que já tava quase.

Fechei os olhos por alguns minutos e BUUUMM.

São eles, porra! Lili vai cantar, caralho!

Menor : Levanta o cu daí, Vitinho - Falou baixo e rápido.

Felicidade em ver esse pau no cu!

Me levantei e ele jogou uma arma pra mim.

Vitinho : Vou atrás do Chapa, me dão cobertura! - Assentiram.

Vi que logo eles ligaram a sirene do presídio. De cara vi um cana e nem pensei duas vezes.

É bala, mané!

Vitinho : Levanta caralho! Bora, bora! - Ele levantou assustado.
Chapa : Cadê a chave? - Corri no cana que eu tinha matado e procurei nos bolsos dele e achei... Deus queira que seja uma dessas.

Testei algumas e finalmente uma deu certo. Deus é pai, mané!

Saímos dali e real essa porra era uma chacina.

Vitinho : Tá todo mundo bem? - Assentiram.

Sabiá : É profissional caralho, respeita! - Respirei fundo agradecendo mentalmente por ta livre.

Vitinho : TÔ LIVRE, PORRA! - Gritei entrando no carro.

Fiot : Vê se não vai dar bobeira por aí que a tua ficha já ta grande. - Assenti.
Chapa : Liga logo essa porra, quero vazar daqui, filha da puta! 

Voltei pra minha favela e falar pa tu : QUE SENSAÇÃO MARAVILHOSA TER MINHA FAVELA DE VOLTA!

Leide : Que saudades, meu amor! - Me abraçou.

Vitinho : Também tava, coroa! - Beijei a testa dela.

Isa : Tá todo machucado, ai meu Deus! - Veio até mim pegando nos meus machucados.

Vitinho : Preocupa não, já sai. - Ri abraçando ela. 

Minha mãe fez umas frescuras no meu rosto e depois eu fui tomar um banho.

Tudo Aconteceu. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora