Capítulo Um

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helena, eu te amo, obrigada por proporcionar o spotify que me permite ter uma trilha sonora na hora de escrever. você é incrível.

clarice e maiara, obrigada pela revisão. possíveis erros é culpa delas. amo vocês.

Harry Styles acordou naquela manhã com uma dor de cabeça dos capetas, tendo os pensamentos encobertos por uma névoa e uma coceirinha insistente tentando lhe dizer que esqueceu de algo importante (o que fez com que o homem de olhos verdes checasse a própria agenda dezena de vezes). Também tinha uma vaga lembrança de um sonho muito estranho envolvendo asas e gritos.

Sorveu mais um pouco do café forte que segurava em mãos, enquanto esperava o elevador chegar no 13° andar do prédio, o andar dos advogados especializados em divórcio - segundo andar mais visitado do prédio, perdendo só para o de advogados especializados em testamentos e brigas por herança. O elevador parou no 8° andar, onde os advogados criminalistas ficavam, e uma advogada do andar, que Harry conhecia apenas de vista, entrou e o cumprimentou com um sorriso.

Duas paradas depois, o elevador abriu as portas no seu andar e Harry saiu, caminhando com a cara séria até sua mesa. Jogou o copo de café vazio na lixeira e foi até a sua sala, sem cumprimentar ninguém, fazendo seus colegas de trabalho se olharem com uma expressão de desânimo, pois tudo indicava que aquele seria um dia daqueles. Menos de dois minutos passou até que o Styles gritasse, pedindo relatórios dos principais casos em andamento.

Não que ele fosse um patrão ruim, mas havia dias e dias, e hoje indicava que não era um dos bons. Em um dia bom, o homem era sorrisos para todo lado, mas os dias ruins - que infelizmente não eram tão raros quanto a maioria gostaria - eram terríveis para qualquer um no 13° andar.

Horas depois, na pausa do almoço, a cabeça de Harry latejava com um dor insistente, e sua paciência, que já não era muita, havia se esgotado totalmente enquanto negociava um acordo entre seu cliente e a futura ex mulher. A mulher tinha uma advogada muito boa. Inclusive, Luara Müller - advogada de uma empresa concorrente - sempre conseguia bons acordos contra ele, pois não dava folga.

Suspirou irritado, enquanto olhava o relógio na parede e esperava sua comida chegar. Que inferno de dia. Por que as pessoas insistiam em se casar? Desviou os olhos do relógio para a porta, quando ouviu uma batida firme.

- Entre. - disse com impaciência, pronto para reclamar com Elliot, o entregador loiro, baixo e gordo de sempre, por causa do atraso. No entanto, quem entrou foi um homem totalmente diferente, um que Harry nunca havia visto antes. Não foi com pouca surpresa e descontentamento que ele recebeu a visão, não importava que o homem fosse um dos mais bonitos que ele já havia visto.

- Onde está Elliot?

Perguntou. Essa era uma característica notável do rapaz, que sempre ia direto ao ponto, não vendo sentido em fazer rodeios. Outra característica que também era muito conhecida era sua aversão à surpresas, e aquela situação definitivamente era uma.

Harry já estava com o telefone na mão, pronto para ligar para o restaurante, antes mesmo de terminar de falar. Elliot era o único em quem confiava para não receber seu pedido errado, frio ou atrasado. Elliot sabia quão preciosos eram os minutos para Styles.

- O entregador? Encontrei com ele na entrada.- O estranho respondeu, fazendo uma irritação se apossar de Harry.

Só então percebeu que o estranho não vestia o uniforme habitual de entregador e sim um terno, de aparência cara e com o corte perfeito. O homem era lindo, quase angelical. A aparência refinada de alguém acostumado a lidar com negócios.

Aquilo era pior, muito pior.

- Antes que despeje sua fúria no pobre rapaz, saiba que sei ser muito persuasivo. - disse o estranho, colocando as sacolas em cima da mesa e se sentando na poltrona destinada aos clientes do advogado. - Como já era meu plano falar com você, não vi razão para fazer o coitado subir até aqui. - deu de ombros, de modo descontraído.

Algo na postura daquele homem desconhecido fazia todo o corpo de Harry ficar em alerta. Com uma olhada rápida para a comida, Styles voltou seu olhar para o invasor.

- Quem é você? Não lembro de nada marcado na minha agenda.

Talvez tenha sido isso que ele esqueceu, pensou lembrando o formigamento que o acompanhava desde que acordou. O estranho dispensou a sugestão com um simples gesto.

- Agenda... Sabe como é difícil marcar uma hora com você? E olhe que eu tentei. Não, não temos nada marcado, mas precisamos conversar. A propósito, eu me chamo Louis.

◇◇◇

Harry encarava o estranho - Louis, se esse fosse seu verdadeiro nome - com um olhar incrédulo. Tudo que ele escutou nos últimos 10 minutos era totalmente absurdo, o homem a sua frente era insano - no melhor dos casos.

Cupidos? Amor? Asas?

Impossível levar a sério a explicação dada por Louis. Imune aos poderes dos Cupidos? Que baboseira ridícula era aquela? Alguma pegadinha dos seus colegas de trabalho? Eles iam se ver com ele assim que descobrisse quem estava por trás daquela brincadeira de mau gosto. E tinha que ser justo no almoço? Sua barriga roncava, levando seu estresse às alturas.

- Vejo que está reticente em acreditar. - começou Louis, fazendo com que recebesse um olhar debochado de Harry. - Mas é tudo verdade. Cupidos existem. Sua descrença no amor impede nossos poderes, até truques simples exigem mais força do que o normal e deixa resíduos. Por isso você está com dor de cabe...

- Já chega! - gritou Harry, tendo sua paciência esgotada. - Por favor, saia ou chamarei os seguranças.

Louis vendo que nada conseguiria naquele dia decidiu ir embora.Tendo que, novamente, usar de seus poderes para apagar os últimos acontecimentos.

É, o cupido teria que pensar em outra forma de abordagem, pois as últimas não deram certo e o tempo continuava a correr. Harry Styles estava se tornando um desafio maior do que o esperado.

Fazer com que Styles se apaixonasse nos 3 meses que faltavam até o dia dos namorados deixou de ser algo difícil e se tornou quase impossível.

Enquanto Louis voava de volta para seu mundo, uma ideia brilhante se formava. E se isso não desse certo, nada mais daria.

Valentine's Day [Larry Stylinson]Onde histórias criam vida. Descubra agora