Capítulo 22

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Eu estava parada junto de Demi do lado de fora da mansão enquanto ela falava no telefone pedindo um carro para retornarmos ao hotel. Cruzei os braços sobre o peito, sentindo a brisa fria a beira mar da madrugada contra o meu corpo quente, fazendo eu me arrepiar. Contei a ela sobre Bella e o que havia acontecido no banheiro, onde imaginei que ela tinha colocado alguma coisa dentro da minha bebida. Não havia outra explicação, eu não estava tão bêbada que não podia me lembrar de ter tomado qualquer coisa. A única pessoa diferente que tocou no meu copo foi ela.

— Eu não fiz nada. — Eu insisti assim que ela desligou o telefone. — Bella colocou alguma coisa na minha bebida.

Demi me encarou em silêncio e colocou sua jaqueta sobre meus ombros quando percebeu que eu estava tentando me proteger do vento. A expressão no seu rosto era mesma que antes eu amava, séria e incomodada, mas nunca havia sido dirigida a mim.

— Tudo bem. — Ela disse rápido tentando evitar uma discussão.

— Você nem se esforça para fingir que acredita em mim!

— Ana, eu acredito em você. Acredito que alguém possa ter colocado algo na sua bebida e isso é o que me preocupa. — Ela fez uma pausa, não muito certa se deveria continuar a falar. — Eu sei que você não gosta de Bella e entendo seus motivos mas isso não é bem a cara dela.

— Não é bem a cara dela? Ela fica o tempo todo esfregando na minha cara que dormiu com você e você ainda quer que eu aceite isso numa boa? Você já se colocou no meu lugar?

— Ana, não vamos brigar. Nós podemos conversar amanhã de manhã quando isso passar e resolver isso juntas, se foi Bella, vou descobrir e garantir que ela seja demitida e pague por isso.

— Não, eu não vou esperar até amanhã para ter essa conversa. — Eu falei completamente irritada, sentindo uma onda de raiva tomar conta de mim. — Eu não acredito que você está a defendendo antes de mim! Qual é o seu problema?

— Eu não estou a defendendo, Ana. Eu só disse que isso não é a cara dela. Ela é uma péssima pessoa, sim, mas não a ponto de fazer algo assim, se você me deixar explicar...

— Se você gosta tanto dela porque não volta lá com ela, hein? — Eu falei um pouco mais alto que o normal. — Vai lá, aposto que está morrendo de saudades dela. Ela vai adorar te ter de volta.

— Ana, para com isso. — Ela se aproximou de mim, tentando colocar as mãos nos meus ombros para me acalmar. — Isso não é você, é a droga e a bebida falando.

Eu me afastei quando ela tentou encostar em mim, sentindo meu sangue ferver de raiva. Como ela podia ser tão cega? Bella era o problema, ela sempre era o problema.

— Não toque em mim. Você quer ela. Você fica a defendendo.

Eu ainda não entendia toda aquela raiva que eu estava sentindo e nem de onde vinha aquele sentimento, mas eu só queria colocar pra fora. Era como se eu não me importasse com mais nada e nem com a razão.

— Eu não vou discutir com você. — Ela falou com toda a paciência do mundo. — Não assim.

Finalmente o carro se aproximou e estacionou bem na frente de onde estávamos, Demi não esperou o motorista e abriu a porta para mim, entrando em seguida. Fomos o caminho todo em silêncio, me sentei no canto mais afastado possível dela, deixando bem claro que ainda estava incomodada com ela defender Bella, o que era ridículo. Era óbvio que tinha sido ela.
Assim que chegamos o hotel, subi direto para o quarto e Demi me seguiu, inclusive para o meu quarto, mesmo faltando apenas uma hora para o amanhecer.

— Você não precisa ficar me vigiando. Eu não vou usar drogas, se é isso que está pensando. — Eu disparei enquanto tirava os saltos e a minha roupa assim que passei pela porta do quarto.

O ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora