Capítulo 40

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Quarenta minutos já haviam passado e eu ainda estava trancada dentro de uma pequena sala de interrogatório no aeroporto com um policial diferente dos que haviam me abordado. Ele usava terno e parecia mal humorado, totalmente desinteressado na minha história e provavelmente se dando conta de que estava apenas perdendo tempo com uma coisa que nem tinha sentido. Eles haviam me detido porque a minha mãe alegava em uma queixa na polícia que eu havia sequestrado o meu irmão e o levado para outro país contra sua vontade.

- Essa é a última vez que vou falar e espero que você entenda dessa vez... - Eu falei para o homem sentado na cadeira a minha frente. - Anthony é meu irmão, ele viajou para Mônaco para comemorar o meu aniversário porque quis, eu não o sequestrei. Eu sou maior de idade, eu posso ser legalmente responsável por ele. Isso é ridículo.

O policial com cara de poucos amigos apenas me escutou em silêncio como vinha fazendo pela última meia hora.

- Como vocês podem acreditar nela? Isso é loucura! - Bati as mãos na mesa frustrada. - Eu só quero ir para a casa!

- Acreditar em quem? - O policial perguntou.

- Na minha mãe, na merda da minha mãe! - Eu gritei irritada. - Eu sei que foi ela quem fez isso!

Antes que o policial pudesse me dar uma bronca por desacato ou algo assim, um dos policiais que me abordou abriu a porta da pequena sala com tudo.

- Ela está liberada. - O policial falou.

- Muito obrigada! - Eu me levantei e empurrei a cadeira com a parte de trás das pernas, fazendo um barulho alto do metal arrastando no chão. - Finalmente, perderam o tempo de vocês enquanto podiam estar pegando bandidos de verdade!

Sai da sala pisando duro de raiva e esbarrei no policial que ainda estava na porta.

- Idiotas. - Sussurrei.

Demi estava no fim do corredor da delegacia me esperando junto com seu advogado.

- Onde está o Anthony? - Perguntei enquanto corri até ela.

- Ele está bem, acabei de colocar ele em um avião de volta para Nova York. Eu fui me despedir, Madison foi com ele. - Demi disse tentando me tranquilizar. - Ele disse que te ama.

- Eu vou matar a porra da minha mãe! - Falei completamente irritada, sem acreditar que ela tinha conseguido chegar nesse nível. - Sequestro? Pelo amor de Deus!

- Garanti que você não fosse fichada, afinal, eles mesmos deixaram um menor de idade sair do país. - Gary, o advogado, disse de forma acusadora para o policial atrás do balcão da recepção. - Então, a sua mãe só está tentando criar confusão e eles perceberam o erro que cometeram. Você só tem que assinar e já pode ir.

Me virei para o balcão e peguei a caneta que Gary me ofereceu, enquanto assinava para sair daquele lugar.

- E quanto publicamente? Isso pode afetar o processo de guarda do meu irmão? - Perguntei assinando os papeis.

- Bom, as pessoas não podem ver com bons olhos e as matérias podem ser tendenciosas. - Gary me alertou. - Mas o que realmente importa é a opinião do juiz. E eles geralmente não levam tão a sério sites de fofoca sem credibilidade.

- Me desculpem pela demora, eu vim o mais rápido que consegui! - Stacey se aproximou correndo, usando um terninho justo e saltos altos, carregando a bolsa pendura no braço. - Tudo bem?

- Sim, Gary já cuidou disso. - Demi respondeu. - Porque demorou?

- Estava resolvendo um problema. É tudo que eu tenho feito nos últimos dias.

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