Você saberia me responder, em poucas palavras, o significado da palavra amizade? Pois eu sim.
Resumidamente, é o sentimento de afeto entre duas ou mais pessoas.
Não me ache uma esnobe! Eu aprendi o significado dela do pior jeito: quando perdi todos a minha volta. Só percebi a importância desse substantivo feminino quando me vi sozinha, totalmente submersa no mar da solidão. Não no literal, porque eu ainda era cercada por pessoas. Mas nenhuma teve o poder de me tirar o sentimento de isolamento.
As mudanças no meu ciclo de amizade começaram sutis. Richard vivia falando mal dos meus amigos da escola e dizia não ter paciência para dramas "high school".
Aos poucos ele implantou uma paranoia pra cada amiga minha, chegando até a dizer que algumas delas estavam afim dele. E mais uma vez, a cegueira seletiva estava lá, pra me ajudar a ser trouxa.
Conversar com os meninos do time? Nem pensar! Aos poucos comecei a acreditar que todos estavam afim de mim e, se eu conversasse, só estaria dando brecha pra eles investirem cada vez mais e desrespeitar o que eu e Richard tinha.
Consequentemente, fui me afastando das minhas cheers e, como uma líder precisa estar ativamente cuidando das suas lideradas, eu me retirei do meu posto. Dois meses depois, larguei definitivamente meu pompom.
Em três meses nesse relacionamento que, ao meu ver, era o mais saudável do universo, algumas luzes vermelhas começaram a acender no meu subconsciente.
Será que realmente todas as minhas amigas estavam contra mim? Será que aqueles meninos realmente estavam me desrespeitando? Como eu nunca tinha visto isso se eu os conhecia minha vida inteira? Será que Richard me amava? Será que tudo o que ele me falava realmente era pro meu bem?
Mas essas dúvidas não foram suficientes pra me fazer retroceder.
Em dado momento, eu e Richard começamos a brigar por conta de suas saídas. Por que só podíamos nos ver na parte da tarde? Nunca saiamos à noite e quando alguém, por hábito, me convidava pra alguma festa era um verdadeiro terror! Eu não poderia ir sem uma 3ª guerra mundial. Ele não queria que eu fosse, mas também não sairia comigo.
Até que em uma sexta-feira, após quatro meses desse latino tatuado totalmente controverso em minha vida, eu cansei.
Nem só de papel de trouxa eu vivia, né?
Falei que se fosse desse jeito, eu não queria mais e terminei com ele. Por mensagem mesmo. Em vinte minutos ele estava na porta da minha casa com a maior cara de deboche da face da terra.
— O que você está fazendo aqui? — eu o questionei com certo receio porque, nitidamente, ele estava alterado. Não senti cheiro de álcool, mas algo nas suas pupilas não estava certo.
— O que você acha? Entender a merda daquela mensagem! — ao terminar de falar ele bateu a palma da mão com força na minha porta. Eu me assustei com o ato e recuei um passo. O que o fez me encarar ainda mais como um predador. Juntei o pingo de dignidade que ainda me restava, ergui o queixo e o respondi.
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ME QUEIME DEPOIS DE LER
Teen Fiction+18 | Anne era a garota que tinha tudo que queria, isso ia desde ser a líder de torcida mais desejada, até mesmo ter todos os garotos na palma da sua mão. Só que nunca tinha se visto tão desafiada depois que conheceu Richard, o latino que roubava su...